Risen já forneceu mais de 400 MW de módulos HJT no Brasil em 2023

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A Risen Energy, fabricante de módulos de origem chinesa, já forneceu entre 400 MW e 500 MW de módulos com células de heterojunção (HJT) no Brasil em 2023. Os módulos são enviados da fábrica inaugurada em junho na China, que passou a produzir paineis fotovoltaicos de heterojunção com células de 210 mm.

A companhia desenvolve a HJT desde 2016, quando caiu a patente da tecnologia. Em 2019, começou a fabricar e fornecer, principalmente para os mercados asiático e europeu, que estão mais dispostos a pagar por valor agregado, os paineis com células de 156 mm.

“O que começamos a perceber no final do ano passado é que o mercado brasileiro começou a olhar com outros olhos para a tecnologia. No Brasil, os investidores não estavam tão preocupados com eficiência, taxa de degradação, mas isso vem mudando”, disse o country manager da Risen Energy Brasil, Ricardo Marchezini, à pv magazine.

Ele destaca que, especialmente para usinas de solo – incluindo usinas de minigeração -, a tecnologia HJT, que une insumos da tecnologia tipo n com uma camada de silício amorfo cristalino, pode ser muito vantajosa no longo prazo,  diminuindo o custo nivelado da eletricidade (LCOE) em pelo menos 5%, podendo chegar a 8%. “Uma grande vantagem é o aumento da potência. Para o mesmo tamanho de módulo, se eu tenho 660 Wp n-type, terei 700 Wp com a HJT. Além disso, a taxa de degradação é mais baixa e o coeficiente térmico também, com menos perdas em temperaturas extremas”, detalha o executivo.

Inclusive, neste ano, houve casos em que o cliente estava para fechar pedidos de módulos TOPCon tipo n e mudou para HJT. “Não faz sentido para uma usina de solo não fechar com a HJT, quanto maior for o projeto, mais claro será o retorno”, diz o country manager da Risen no Brasil.

Embora não abra o total de capacidade fornecida neste ano, a empresa afirma que o volume está “na casa dos GW”.

Risen tem 6 GW fornecidos no Brasil

A companhia está presente no mercado brasileiro desde 2012 e, globalmente, tem uma capacidade de produção anual de módulos fotovoltaicos de 30 GWp, incluindo a nova fábrica inaugurada em 2023. Já forneceu 6 GW de módulos no Brasil, de um mercado com cerca de 35 GW instalados.

A maior parte foi para projetos de geração distribuída, mercado atendido principalmente através de distribuidoras parceiras, mas também com importante participação em projetos centralizados, como parte do Parque Janaúba, de 1,2 GW, da Elera. “Pelo porte  do projeto, a demanda foi dividida entre quatro fabricantes, sendo mais de 50% dos módulos fornecidos pela Risen”, comenta Marchezini.

Ricardo Marchezini, country manager da Risen Energy no Brasil.

Na GD, a estratégia é atuar em parceria com as distribuidoras para prestar serviços para os clientes finais, oferecendo condições comerciais competitivas e estoque. Ele lembra que para a maior parte dos projetos e investimentos em GD, a aquisição dos kits fotovoltaicos vendidos pelas distribuidoras traz benefícios fiscais que tornam mais interessante a compra com essas empresas parceiras. “Ofertamos e vendemos diretamente para empresas de EPC e investidores, eventualmente, mas a principal estratégia é trabalhar com os parceiros para cobrir todo o mercado”, comenta o executivo.

Ele avalia que principalmente o segmento de varejo, com sistemas de menor porte instalados em telhado, e projetos de geração centralizada estão passando por momentos desafiadores. No caso da geração de grande porte, o preço baixo da energia no mercado de curto prazo torna mais difícil fechar contratos para novos projetos no mercado livre. Já na GD, embora o marco regulatório tenha provocado mudanças, estas já foram absorvidas e são bem conhecidas, mas o financiamento segue sendo um problema, avalia Marchezini. “A inadimplência está alta no segmento solar brasileiro, o que dificulta a questão de crédito nessas microusinas. É bom  lembrar que 80% a 90% desses sistemas são financiados. Esse é o principal desafio no varejo hoje”, diz o executivo.

Além disso, muitas distribuidoras de equipamentos seguem estocadas, o que também é um desafio para a cadeia de fornecimento. “Se tem estoque, não tem venda, a cadeia toda sofre com isso. Esperamos que no ano que vem exista uma melhora no varejo. Nessas horas o mercado sempre aprende, inova, a roda volta a girar”, diz.

Apesar disso, ele reconhece que, após um primeiro semestre “muito ruim”, o mercado vem reaquecendo no segundo semestre, movimento que deve continuar no próximo ano, especialmente se o desafio do crédito for superado.

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