De acordo com dados disponibilizados pela Aneel atualizados até o dia 31/08, desde janeiro de 2024 as distribuidoras de energia receberam 33 mil solicitações de migração para o mercado livre, com uma demanda contratada de 1.956 MW médios, com uma demanda média de 203 kW por unidade consumidora. Dessas solicitações, 27.897 unidades consumidoras migrariam já em 2024, somando 1.717 MW médios de demanda.
Atualmente, os consumidores no mercado livre somam um consumo de energia de 29.362 MW médios, de acordo com o boletim de setembro da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia (Abraceel), com 51 mil unidades consumidoras.
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) registrou, desde janeiro, 16 mil migrações, o que já supera em duas vezes as migrações do ano passado inteiro. A Câmara não informou qual é a demanda contratada desses consumidores.
De acordo com a CCEE, 72,6% dos novos entrantes no ambiente livre são pequenas e médias empresas, como padarias, supermercados, farmácias e escritórios, que aderiram a um modelo de contrato varejista. Nesse modelo, os consumidores com até 500 kW de demanda negociam seu fornecimento de energia com um comercializador que fica responsável por representá-los no mercado e apoiá-los na gestão do dia a dia das operações na câmara de comercialização.
Oportunidades para solar no mercado livre
A expansão da geração solar centralizada e a expansão do mercado livre estão conectadas. A fonte representará 57% da nova capacidade adicionada para atender contratos privados de energia em 2024, chegando a participações acima de 80% na maior parte dos próximos anos, segundo um levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) com base em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Entre todas as fontes renováveis incentivadas, de acordo com a Abraceel, a fonte solar tem a maior proporção de comercialização da energia gerada destinada para o mercado livre, com 82% da geração vendida nesse ambiente, contra 60% das PCHs, 58% das eólicas e 73% das térmicas a biomassa.
Além de ser uma oportunidade para geradores de grande porte comercializarem energia de novos projetos fotovoltaicos, o mercado livre também está sendo mais explorado pelos integradores de geração solar distribuída. Como parte de uma tendência de diversificação de negócios, os integradores aumentaram a oferta de serviços no mercado livre, com 17% deles atuando neste segmento em 2024, frente aos 11% observados em 2023, segundo o mais recente Estudo Estratégico de Geração Distribuída da Greener. Representar as comercializadoras varejistas para captação de consumidores livres segue sendo o foco do integrador que atua neste mercado em 2024. Dos participantes da pesquisa, 76% representaram os comercializadores varejistas, contra 68% em 2023.
Perfil das migrações
De acordo com a CCEE, que monitora 15 atividades econômicas que estão aderindo ao ambiente livre, os setores de Comércio e Serviços puxam a fila das migrações em 2024 e são responsáveis por quase 50% do total, seguidos pelos segmentos de Manufaturados e a indústria Alimentícia.
No ramo de Serviços, destaque para os segmentos de condomínios prediais (479 migrações) e hotéis e similares (450). No comércio, os supermercados (1.248) e os postos de combustíveis (619) lideram o ranking. Já dentro da indústria de manufaturados diversos, tiveram maior relevância para os resultados a fabricação de embalagens plásticas (396) e de outros artefatos de material plástico (203).
A região Sudeste lidera o ranking migrações ao mercado livre, seguida pelo Sul e pelo Nordeste. Os estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Santa Catarina, Pernambuco e Ceará estão entre os 10 que mais migraram em 2024.
Distribuidoras mais afetadas
Cinco distribuidoras concentram quase metade do consumo das unidades consumidoras que solicitaram migração para o mercado livre desde janeiro, ou 844 MW médios do total de 1.956 MW médios. A CPFL Paulista, a Copel, a Enel São Paulo, a Celesc e a Cemig teriam o maior volume de energia descontratada considerando as solicitações monitoradas pelas Aneel:
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