Especial Inversores: mercado brasileiro terá novas soluções mais eficientes e dispositivos de segurança

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Os inversores fotovoltaicos são dispositivos eletrônicos essenciais em sistemas de energia solar fotovoltaica. Eles convertem a corrente contínua (DC) gerada pelos painéis solares em corrente alternada (AC), a forma de eletricidade usada nos lares e na maioria das instalações elétricas comerciais. Os avanços tecnológicos nessa área têm levado a inversores mais eficientes, confiáveis e inteligentes, que desempenham um papel crucial na maximização da produção de energia solar.

Enquanto os módulos solares representam entre 25% e 40% do preço de um sistema fotovoltaico, os inversores, considerados o cérebro do sistema, correspondem de 15% a 20% do valor total. De acordo com pesquisa realizada pela consultoria de pesquisa americana KBV Research, o tamanho do mercado global de inversores deve chegar a US$ 40,5 bilhões até 2030. Apenas em 2022, o mercado atingiu um volume de 6 milhões de unidades, experimentando um crescimento de 18,3% no período entre 2019 e 2022.

No Brasil, de acordo com um estudo divulgado em janeiro pela empresa de inteligência de mercado ePowerBay, há 67 fabricantes de inversores atuando, com os 20 maiores sendo responsáveis pelo fornecimento de mais de 80% dos sistemas de energia solar em operação.

As demais 47 empresas somam 13,37 % de market share, enquanto a parcela de marcas não identificadas é de 6,7%. De acordo com fontes ouvidas pela pv magazine, o estudo pode apresentar uma margem de erro em torno de 10%. Isso porque os dados que alimentam os números compilados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), usados para estimar essa participação, são oriundos dos pareceres de acesso enviados pelos integradores às concessionárias de energia e, portanto, pode haver alguma divergência entre as marcas descritas em um  projeto enviado e a instalação propriamente dita.

Ranking ePowerBay sobre a participação dos fabricantes no mercado brasileiro

  1. Growatt
  2. Sungrow
  3. Deye
  4. WEG
  5. Fronius
  6. Huawei
  7. Sofar
  8. Solis
  9. Renovigi
  10. PHB

No recém-lançado Estudo Estratégico Geração Distribuída 2024, a Greener elencou as 20 marcas de inversores mais lembradas pelos integradores. Coincidentemente, alguns fabricantes com o maior market share estimado, também estão entre as marcas mais reconhecidas.

Imagem: Reprodução Estudo Estratégico Geração Distribuída 2024, da Greener

Imagem: Reprodução Estudo Estratégico Geração Distribuída 2024, da Greener

Tendências do mercado de inversores

A crescente demanda por energia solar impulsiona o mercado de inversores fotovoltaicos, que tem experimentado um crescimento constante. Há também uma tendência contínua em direção a inversores de maior eficiência, menor custo e com funcionalidades avançadas, como monitoramento remoto, capacidade de armazenamento de energia e integração inteligente com a rede elétrica.

As regulamentações relacionadas à segurança dos sistemas fotovoltaicos também tiveram impacto direto na atualização dos inversores para 2024, com a obrigatoriedade da proteção Arc-Fault Circuit Interrupter (AFCI)– contra falha de arco elétrico – prevista na Portaria 515/2023 do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). O documento estabeleceu que todos os inversores com tensão acima de 120 V e 20 A de corrente de entrada, precisariam conter um sistema de interrupção de falha de arco elétrico.

Para atender essa demanda, os fabricantes de inversores que não ofereciam a proteção AFCI, precisaram se adequar a nova política, o que estimulou novas linhas de inversores no Brasil.

Além da proteção AFCI, no ano passado, o Corpo de Bombeiros dos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso também emitiram Notas Técnicas sobre a necessidade do Rapid Shutdown (RSD), tecnologia que realiza de forma rápida o desligamento dos módulos fotovoltaicos em caso de falha, prevenindo incêndios. Este conceito foi inicialmente proposto pelo National Electrical Code (NEC) nos Estados Unidos. Já em 2014, o NEC 2014 690.12 divulgou os regulamentos do desligamento rápido, que passaram a ser exigidos nos sistemas fotovoltaicos nos EUA.

A pv magazine ouviu o Inmetro sobre as melhores práticas para assegurar a segurança nos sistemas fotovoltaicos. De acordo com o instituto, “o Inmetro atua implementando as melhores práticas regulatórias, tanto que aperfeiçoou em 2022 a regulamentação, através da publicação da Portaria Inmetro nº 140/2022, que aprovou o Regulamento Técnico da Qualidade e os Requisitos de Avaliação da Conformidade para Equipamentos de Geração, Condicionamento e Armazenamento de Energia Elétrica em Sistemas Fotovoltaicos – Consolidado”. Em novembro de 2023, o Inmetro publicou um aperfeiçoamento parcial dessa regulamentação, por meio da Portaria Inmetro nº 515/2023. “Tal agilidade na emissão de atos normativos permite ao órgão assegurar um nível adequado de segurança na regulação de produtos para a sociedade brasileira, especialmente no que tange aos inversores fotovoltaicos”, informou o Inmetro.

Já sobre a adoção nacional do Rapid Shutdown, a chefe da Divisão de Verificação e Estudos Técnico-Científicos (Divet) do Inmetro, Alessandra Weyandt, informa que “considerando a necessidade de introduzir novos requisitos de proteção contra arcos elétricos para inversores, propiciando a convergência a padrões internacionais de proteção contra arcos elétricos e maior segurança contra incêndios em sistemas fotovoltaicos, o Inmetro já tomou medidas, publicando a Portaria Inmetro n° 515/2023. Contudo, é importante esclarecer que, no processo regulatório do Inmetro, são previstos aperfeiçoamentos periódicos, nos quais são revisados os requisitos de segurança dos produtos regulamentados e assim a regulamentação vai acompanhando o avanço tecnológico do setor produtivo”.

“O Inmetro se articula em nível nacional com as partes interessadas e entes normativos, relacionados a sistemas fotovoltaicos, mantendo rotinas de reuniões e estudos técnicos periódicos, visando atuar em aperfeiçoamentos, atualizações ou mesmo complementação das medidas regulatórias vigentes para sistemas fotovoltaicos, de maneira que tal risco seja mitigado com critérios, dentro de um arcabouço legal e normativo adequado”, adicionou Weyandt.

Evolução dos inversores para 2024

Nas matérias que compõem este especial, a pv magazine apresentará as novidades que os fabricantes globais de inversores estão preparando para o mercado brasileiro. As novas linhas de inversores serão compatíveis com módulos de maior potência e já estarão equipadas de acordo com as mais recentes normativas de segurança com proteção AFCI e, em alguns casos, também o Rapid Shutdown.

O mercado verá novas modelos de inversores híbridos, novas soluções off grid, sistema de armazenamento baseado em microinversor, novas garantias de até 25 anos, além da crescente integração de sistemas de armazenamento de energia por meio de baterias, reafirmando a constante evolução do mercado de inversores, impulsionado por fatores como avanços tecnológicos, políticas governamentais e mudanças nas necessidades de consumidores e empresas.

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