Vendas de eletrificados no Brasil desacelera e BYD inicia obras de sua fábrica no país

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Pelo terceiro mês seguido, os veículos 100% elétricos (BEV) lideraram as vendas de eletrificados leves no mercado nacional em fevereiro, com 3.639 emplacamentos, ou 34,8% do total neste segmento (10.451).

Foram seguidos de perto pelos veículos elétricos híbridos com recarga externa (PHEV), com 3.594 unidades vendidas, ou 34,4%. Os híbridos convencionais sem recarga externa (HEV e MHEV) chegaram a 30,8% (3.218).

A consolidação dos BEV abre um novo capítulo na história do mercado brasileiro de eletromobilidade. Os veículos 100% elétricos – puxados pelos modelos da BYD e GWM – já tinham liderado as vendas do segmento em dezembro de 2023 e janeiro de 2024.

Em dezembro de 2023, foram emplacados 16.279 eletrificados, sendo 6.018 BEV (37%), 5.353 PHEV (33%) e 4.908 HEV, HEV flex ou MHEV (30%).

Em janeiro de 2024, foram emplacados 12.026 eletrificados, sendo 4.358 BEV (36,3%), 3.910 PHEV (32,5%) e 3.758 HEV, HEV flex ou MHEV (31,2%).

Por fim, em fevereiro de 2024, foram emplacados 10.451 eletrificados, sendo 3.639 BEV (34,8%), 3.594 PHEV (34,4%) e 3.218 HEV, HEV flex ou MHEV (30,8%).

Em outro mês de vendas aquecidas, fevereiro de 2024 consolidou uma tendência de crescimento dos veículos elétricos com recarga externa, ou “plug-in“, que atingiram o patamar recorde de 70% do total de eletrificados emplacados.

Segundo a ABVE Data, a participação dos plug-in (BEV + PHEV) nas vendas de eletrificados chegou a 69,2% do total em fevereiro, ficando os outros 30,8% para os híbridos sem recarga externa (HEV +HEV flex + MHEV). Em janeiro, essa participação tinha sido de 68,7%.

O primeiro bimestre de 2024, portanto, confirma a evolução verificada ao longo do ano passado, que inverteu a tendência do mercado nacional de eletrificados, dominado até 2022 pelos híbridos elétricos com motor flex a etanol, sem recarga externa.

Amadurecimento

“Os números indicam um amadurecimento muito rápido do mercado brasileiro de eletromobilidade” – disse o presidente da ABVE, Ricardo Bastos. “O consumidor brasileiro demonstra uma confiança crescente nas novas tecnologias e se aproxima cada vez mais do perfil dos mercados europeus, liderados pelos veículos plug-in e, dentre estes, pelos BEV 100% elétricos” – acrescentou.

Com os 10.451 emplacamentos de fevereiro, a participação de mercado (market share) dos eletrificados sobre as vendas domésticas totais de automóveis e comerciais (155.283, segundo a Fenabrave) chegou a 7% em fevereiro.

Desde dezembro de 2023, essa participação tem se apresentado acima dos 5%, o que sinaliza a maior inserção da eletromobilidade no mercado brasileiro.

  • Novembro/2023: 5% (10.601 veículos)
  • Dezembro/2023: 7% (16.279)
  • Janeiro/2024: 8% (12.026)
  • Fevereiro/2024: 7% (10.451)

Os números de veículos BEV vendidos em fevereiro foram especialmente notáveis. Os 3.639 emplacados no último mês correspondem a um aumento expressivo de 470% sobre as vendas dessa tecnologia em fevereiro de 2023 (638 veículos).

Os híbridos plug-in (PHEV) também se destacaram. Os 3.594 emplacamentos de fevereiro representam um aumento de 193% sobre fevereiro de 2023 (1.227).

Já os híbridos convencionais sem recarga externa (HEV flex, HEV e MHEV) totalizaram 3.218 unidades em fevereiro, ou 32,5% acima das vendas de fevereiro de 2023 (2.429).

Crescimento

Apesar do aumento entre 10% e 12% das alíquotas do Imposto de Importação de veículos elétricos e híbridos em janeiro, o mercado total de eletrificados (BEV+PHEV+HEV/MHEV) seguiu em crescimento acelerado neste início de 2024.

Os 10.451 eletrificados de fevereiro foram a melhor marca para o mês em toda a série histórica da ABVE, com um aumento impressionante de 143% sobre fevereiro de 2023 (4.294).

Porém, em relação a janeiro de 2024 (12.026), houve uma queda de 13%, explicável pelo menor número de dias do mês e os feriados do Carnaval.

Já o acumulado dos dois primeiros meses de 2024 (22.477) apresenta um crescimento expressivo de 155,5% sobre o mesmo bimestre de 2023 (8.797), indicando o vigor do mercado nos últimos 14 meses.

O avanço da infraestrutura de recarga tem sido um fator crucial para o aumento da participação de mercado dos veículos elétricos, reduzindo as preocupações dos consumidores em relação ao abastecimento.

Empresas como Raízen, BYD, Ipiranga, Tupinambá, EZVolt, Vibra e outras têm desempenhado papel significativo na expansão dos pontos públicos de recarga.

Modelos

Em relação aos modelos e montadoras, as empresas chinesas BYD e GWM seguiram na liderança dos emplacamentos de veículos elétricos no Brasil.

A BYD contribuiu com 42,37% do total de emplacamentos em fevereiro, com seu modelo Song Plus GS DM sendo o mais emplacado, seguido pelo Dolphin GS 180 EV.

Montadoras que mais emplacaram veículos eletrificados em fevereiro de 2024

  1.  BYD (4.428)
  2. GWM (1.715)
  3. Toyota (1.548)
  4. CAOA Chery (590)
  5. Volvo (338)

Modelos mais emplacados em fevereiro de 2024

  1. Song Plus GS DM / BYD (PHEV)
  2. Dolphin GS 180 EV / BYD (BEV)
  3. Corolla Cross XRX Hybrid / TOYOTA (HEV flex)
  4. BYD Dolphin Plus 310 EV / BYD (BEV)
  5. Haval H6 PREM PHEV / GWM (PHEV)

Estados e municípios

São Paulo seguiu na liderança dos Estados que mais emplacaram veículos eletrificados em fevereiro com 3.497 unidades, seguido pelo Distrito Federal com 991 veículos e Rio de Janeiro com 786 veículos.

Juntos, esses três Estados representaram 50,5% do total de emplacamentos do mês.

BYD inicia obras de fábrica de VEs na Bahia

Em cerimônia com o Governo da Bahia, a BYD deu início das obras da primeira fábrica de carros elétricos no Brasil. O complexo fabril será construído do zero, em uma área que faz parte do terreno antes utilizado pela Ford.

“Ao olharmos para o futuro, estamos entusiasmados com as oportunidades que esta nova fábrica irá gerar. Não apenas em termos de emprego, mas também no que diz respeito ao desenvolvimento de novas tecnologias e à contribuição para uma economia mais sustentável”, afirmou o presidente da BYD Brasil.

A BYD pagou ao Governo da Bahia o valor de R$ 287.816.458,00 pela compra do complexo que possui 4,6 milhões de m2 de área total. Na primeira fase de obras, serão 26 novas instalações entre galpões de produção, pista de testes e outras estruturas que vão ocupar uma área de cerca de 1 milhão de m2. As antigas instalações do complexo serão destinadas a fornecedores que ajudarão na produção de partes e peças dos novos veículos.

A produção nacional vai permitir preços ainda mais competitivos e os carros fabricados no complexo serão o BYD Dolphin, o BYD Song Plus, o BYD Yuan Plus e o BYD Dolphin Mini, recém-lançado no Brasil.

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