Nova política industrial reforça compromisso com a transição energética, diz Absolar

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A Nova Indústria Brasil (NIB), política industrial anunciada pelo Governo Federal no dia 22/01, reforça o compromisso do país com a transição energética e mais incentivos às energias renováveis e tecnologias sustentáveis, com destaque para a fonte solar fotovoltaica, hidrogênio verde e armazenamento de energia elétrica.

A avaliação é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Para a entidade, o novo programa traz oportunidades para o desenvolvimento das tecnologias sustentáveis e pode aproveitar o elevado potencial de atração de novos investimentos e geração de mais empregos verdes no Brasil.

Na visão da Absolar, a NIB deve impulsionar a economia de forma robusta e sustentável, por meio de linhas de financiamento para pesquisa e desenvolvimento, apoio à cadeia produtiva nacional e inclusão da tecnologia fotovoltaica nos Programas Minha Casa Minha Vida, Energias da Amazônia, Transmissão para Transição e no Programa Nacional do Hidrogênio.

No entanto, embora reconheça os aspectos positivos da iniciativa do Governo Federal, a entidade alerta para a necessidade de implementação adequada do novo programa. A Absolar aponta ser preciso uma abordagem detalhada e cuidadosa na sua operacionalização, especialmente considerando as características específicas do setor e do mercado solar fotovoltaico, peça fundamental para a agenda sustentável no Brasil.

Entre as políticas já anunciadas destacam-se o Decreto 11.889/2024, que dispõe sobre as cadeias produtivas e os setores articulados pelo Programa de Aceleração do Crescimento – Novo PAC, que poderão ficar sujeitos às exigências de aquisição de produtos manufaturados nacionais e de serviços nacionais ou ao estabelecimento de margens de preferência, e o Decreto11.890/2024, que dispõe sobre margem de preferência para produtos nacionais em compras governamentais, ambos publicados em 23/01/2024 no Diário Oficial da União.

De um lado, na avaliação da Absolar, o estabelecimento de margem de preferência de até 10% a 20% dos preços para a aquisição de produtos nacionais nas compras governamentais é uma iniciativa positiva. A medida pode ajudar na criação de demanda interna por produtos fabricados no Brasil, contribuindo para o fortalecimento das cadeias de valor nacionais de diferentes setores, incluindo solar fotovoltaico, hidrogênio verde e armazenamento de energia elétrica. Com isso, o governo se coloca como parceiro para o desenvolvimento da indústria nacional, por meio das compras públicas, adquirindo bens, produtos e serviços nacionais, sem ônus aos consumidores e à sociedade civil.

Por outro lado, a Absolar avalia que o estabelecimento de exigências de aquisição de produtos e de serviços nacionais poderia abrir espaço para a criação de uma reserva de mercado artificial em projetos do programa, medida que poderia prejudicar a livre concorrência e resultar em limitações para gestores públicos na escolha de fornecedores, bens e serviços.

A associação defende que tanto o setor privado quanto o setor público devem ter flexibilidade para a aquisição dos produtos e serviços que melhor atendam às suas demandas e às demandas da sociedade brasileira, inclusive em relação ao cumprimento de exigências, normas técnicas, padrões e requisitos nacionais e internacionais dos empreendedores, investidores e instituições financeiras envolvidos nos projetos.

Diante disso, buscando o sucesso do NIB, a Absolar continuará mantendo constante interlocução com o Governo Federal, para que as ações propostas estejam alinhadas com as características da tecnologia e a realidade do mercado. A entidade se coloca à disposição para colaborar ativamente e trabalhar em parceria na efetiva implementação da iniciativa. O diálogo contínuo e a colaboração estreita são essenciais para superar desafios e garantir que as metas ambiciosas sejam alcançadas de maneira efetiva e duradoura.

Indicadores sociais, econômicos e ambientais

O Brasil ultrapassou recentemente a marca de 37 GW de potência instalada da fonte solar fotovoltaica, somando as usinas de grande porte e os sistemas de geração própria de energia em telhados, fachadas e pequenos terrenos, o equivalente a 16,3 % da capacidade instalada da matriz elétrica do País.

De acordo com a Absolar, desde 2012, a fonte solar já trouxe ao Brasil mais de R$ 179,5 bilhões em novos investimentos, mais de R$ 50,3 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou cerca de 1,1 milhão de empregos verdes acumulados. Com isso, também evitou a emissão de 45,2 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.

A Absolar e o setor solar fotovoltaico brasileiro estão comprometidos e prontos para acelerar a descarbonização do Brasil e ajudar o Governo Federal e o país a se posicionar como protagonista da transição energética mundial para uma sociedade mais sustentável.

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