A capacidade adicionada de geração distribuída em 2023 até maio continua acima do observado no mesmo período de 2022. Porém, o crescimento está desacelerando, observa o presidente da ABGD, Guilherme Chrispim.
“Até o último dia 26/05, a geração distribuída tinha adicionado 3,1 GW de potência em 2023. Em 2022, no mesmo período, tinha adicionado 2,7GW. Ou seja, 14% a mais. Mas essa diferença já foi maior, já esteve em 25% a mais e vem diminuindo”, diz Chrispim.
Comparando apenas o primeiro trimestre de 2023 com igual período do ano passado, houve um crescimento de 46% na capacidade instalada de GD solar, de 1.574 MW para 2.299 MW.
A maioria dos sistemas de microgeração (aqueles com até 75 kW) que ainda estavam enquadrados na GD I, o modelo de compensação de créditos anterior à lei 14.300, já foi conectada, destaca Chrispim. O prazo final para a conexão dessas usinas era 120 dias para a conexão, a partir de 08/01/23. Ou seja, até o início de maio.
É possível que sistemas ainda enquadrados nas regras anteriores entrem em operação em casos específicos de atrasos de responsabilidade da distribuidoras mas, em geral, sistemas de menor porte não enfrentam tantos problemas na conexão, diz Chrispim.
“E a minigeração ainda tem 12 meses [contados de 08/01/23] para conectar ainda na regra antiga. As empresas vão fazer de tudo para construir no prazo”, comenta.
Com a expansão se voltando para a minigeração, a potência instalada por projetos já está aumentando. Se entre janeiro e maio de 2022 foram instalados 2.748 MW de GD em 288.008 sistemas, em igual período de 2023 foram conectados 3.153 MW em 288.054 sistemas. A média de 9,5 kW por sistema aumentou para 10,9 kW por sistema.
Os sistemas de menor porte dominaram a expansão da GD nos últimos anos. Os sistemas residenciais representam metade da capacidade instalada acumulada de geração distribuída, com 10,5 GW espalhados em mais de 1,5 milhão de unidades – uma média de 7 kW por microusinas.
Mas esse segmento precisa de mais volume de negócios para se sustentar e as vendas desaceleraram no início do ano. Não apenas por conta das dúvidas em relação à nova lei, mas também por influência do cenário econômico, com acesso mais restrito a financiamento competitivo por parte de consumidores de menor porte. Cabe lembrar, a entrada em vigência da lei 14.300 neste ano altera em apenas meses o payback para sistemas residenciais e comerciais.
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