Custo nivelado de energia reflete avanço das renováveis, aponta Wood Mackenzie

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Em 2024, o cenário global de Custo Nivelado de Eletricidade (LCOE) continua a refletir avanços significativos em tecnologias de energia renovável, com energia eólica e solar liderando o caminho, de acordo com relatório da Wood Mackenzie.

“Entre as regiões, a competitividade de custo dessas tecnologias mostra uma variação significativa, mas, no geral, as energias renováveis estão em um caminho constante para superar as fontes tradicionais de combustíveis fósseis”, afirmou o analista sênior de pesquisa da Wood Mackenzie, Amhed Jameel Abdullah.

Para energia solar fotovoltaica, os sistemas de eixo fixo têm em média um LCOE de US$ 66/MWh globalmente, com uma ampla faixa de US$ 28/MWh a US$ 117/MWh, refletindo a influência da geografia, avanços tecnológicos e condições do mercado regional. Os sistemas fotovoltaicos de rastreamento de eixo único se saem um pouco melhor, com média de US$ 60/MWh, com uma faixa de US$ 31/MWh a US$ 103/MWh, reforçando seu papel crescente em projetos de escala de serviços públicos.

Em contraste, a tecnologia eólica onshore relata um LCOE médio global de US$ 75/MWh, variando de US$ 23/MWh a US$ 139/MWh, demonstrando sua competitividade em uma variedade de terrenos e mercados. A energia eólica offshore, particularmente os sistemas flutuantes, continua cara, com instalações fixas em média US$ 230/MWh e sistemas flutuantes em US$ 320/MWh. Espera-se que esses custos caiam com o tempo, mas permaneçam mais altos do que as opções onshore.

América Latina

Em 2024, o LCOE médio para energias renováveis na América Latina diminuiu 8%, impulsionado pela diminuição das pressões da cadeia de suprimentos e pela queda dos custos de capital. A energia solar fotovoltaica de eixo único agora possui o LCOE mais baixo da região, especialmente em mercados maduros como Brasil, Chile e México. Até 2060, as energias renováveis devem ter uma vantagem de custo de 70% sobre os combustíveis fósseis, destacando sua crescente competitividade. Como resultado, o Brasil e o México estão prontos para ver um aumento nas oportunidades do mercado comercial, à medida que os custos em declínio da energia solar e eólica superam os preços da eletricidade, criando um potencial de receita significativo.

Ásia-Pacífico

Em 2024, o LCOE para tecnologias renováveis como eólica e solar na APAC diminuiu 16%, impulsionado por uma queda de 21% nos custos de capital. A energia solar fotovoltaica continua sendo a opção de geração mais barata da região, com pressão competitiva levando a reduções significativas nos custos do projeto. A energia fotovoltaica distribuída também teve uma redução de custos de 33%, refletindo a concorrência no mercado e a eficiência aprimorada do módulo para tecnologias como TOPCon e HJT. No entanto, a energia eólica offshore continua sendo uma tecnologia premium, com competitividade de custos amplamente limitada à China, enquanto outros mercados continuam enfrentando altos investimentos devido à cadeia de suprimentos contínua e às pressões inflacionárias.

Europa

A Europa registou uma modesta redução de 0,2% no LCOE médio para as energias renováveis, apesar de uma redução de 9% nos custos de instalação de 2020 a 2023, devido aos desafios financeiros do financiamento de projetos. A energia solar fotovoltaica em escala de utilidade pública no sul da Europa lidera o caminho, beneficiando-se de quedas significativas nos custos de capital e alcançando o menor LCOE da região. Até 2060, as tecnologias renováveis podem ser até 85% mais baratas do que os combustíveis fósseis, enquanto o investimento sustentado em tecnologias despacháveis de baixo carbono continua sendo crucial para garantir a estabilidade da rede à medida que as energias renováveis se expandem.

América do Norte

O relatório LCOE da América do Norte de 2024 revela reduções significativas de custos para tecnologias de energia renovável, com energia eólica e solar liderando o caminho. O LCOE de tecnologias renováveis diminuiu 4,6% em 2024, sustentado por uma queda de 4,2% nos custos de capital. Até 2060, espera-se que o LCOE solar em escala de utilidade diminua em média 60%, impulsionado por avanços na tecnologia de células e aumento da capacidade de produção de componentes-chave como o polissilício. A energia eólica onshore nos EUA deve ter uma redução de 42% no LCOE, ressaltando a competitividade de longo prazo das energias renováveis na região. No entanto, a energia eólica offshore enfrenta pressões de custo de curto prazo, mas verá uma redução significativa do LCOE de até 67% até 2060, destacando seu papel crescente no futuro mix de energia.

Oriente Médio e África

Em 2024, a região do Oriente Médio e África (MEA) está testemunhando uma redução notável no custo nivelado de energia (LCOE) para projetos solares e eólicos, impulsionada por uma queda de 13% nos custos de capital por kW. Essa diminuição, estimulada pela estabilização das cadeias de suprimentos, destaca a posição da energia solar fotovoltaica como a fonte de energia mais econômica da região. Com a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos se beneficiando da alta irradiância solar, o rastreador solar fotovoltaico de eixo único surge como a opção mais atraente para os desenvolvedores, com previsão de atingir um LCOE competitivo de US$ 19,7/MWh até 2060.

“Essas descobertas ressaltam a competitividade acelerada das tecnologias de energia renovável globalmente, com reduções significativas de custos projetadas em todas as regiões até 2060”, disse Abdullah. “As rápidas reduções de custos em todas as regiões destacam não apenas a crescente competitividade das energias renováveis, mas o potencial de remodelar fundamentalmente os mercados de energia, economias e até mesmo a geopolítica. À medida que as tecnologias de energia renovável amadurecem e escalam, o campo de atuação para a geração de energia mudará decisivamente em direção à sustentabilidade, eficiência e resiliência.

“A próxima década pode não apenas ver o declínio do domínio dos combustíveis fósseis, mas também o surgimento de inovações sem precedentes na forma como geramos, armazenamos e distribuímos energia, criando um futuro em que a energia não é apenas mais barata, mas mais acessível e adaptável. As implicações para indústrias, formuladores de políticas e comunidades são profundas, preparando o terreno para uma nova liderança na transição energética global.”

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