Construção civil e condomínios ampliam o uso de energia solar no país

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De acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), mais da metade das famílias brasileiras que pretendem comprar um imóvel, dão preferência a imóveis que contem com a chamada “tecnologia verde”. Já 80% das fontes declararam que o meio ambiente é uma das prioridades antes da compra de uma residência.

Uma das principais ferramentas que as construtoras podem utilizar para atingir esse público crescente é a energia solar. “Tenho percebido que, principalmente no alto padrão, o mercado imobiliário já absorveu bem às matrizes energéticas como fontes renováveis e, em alguns casos, algumas construtoras buscam selos atrelados a boas práticas ao meio ambiente. Condomínios menores também já apresentam uma busca, mesmo que ainda tímida”, explica o vice-presidente de Lançamentos e Comercialização Imobiliária do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR), Josué Pedro de Souza.

Construção de edifícios com usinas solares próprias

No cenário atual, em que a sustentabilidade e a busca por fontes de energia renováveis estão cada vez mais presentes, a construtora Patriani tem se destacado como uma pioneira na instalação de painéis solares em seus empreendimentos. De acordo com o diretor técnico da construtora, Victor Hugo Navarro Ribeiro, “desde 2020, temos deixado de construir as coberturas no topo dos prédios para instalar fazendas solares que beneficiam todos os moradores com a redução do consumo de energia das áreas comuns, resultando em economia para o condomínio”, explica.

Para o executivo, as fazendas solares construídas nos novos edifícios funcionam como um fator de encantamento para os clientes. “A gente acredita que é um projeto que se mantém moderno durante todo o perídio de moradia do cliente, além do período de funcionamento dos equipamentos, que é de 25 anos. Ou seja, quem compra um imóvel no padrão Patriani, não vai ter que se preocupar com a questão de investir ou não em um sistema solar”, explica Ribeiro.

Ao escolher um empreendimento com energia solar, os moradores se beneficiam de uma diminuição substancial em suas contas, resultando em economia financeira a longo prazo. Já são quatro edifícios entregues e 27 outras obras em andamento, que devem totalizar mais de 1 MWp de potência instalada e mais de 2.300 módulos fotovoltaicos.

Dependendo do tamanho do projeto, a Patriani investe até R$ 500 mil em cada usina solar. O diretor da empresa comenta que “o projeto e a instalação dos sistemas fotovoltaicos são realizados por parceiros que realizam estudos de viabilidade, visando determinar o retorno para os clientes e a empresa busca parceiros locais com expertise comprovada no segmento solar”.

Entre as empresas responsáveis pelas fazendas solares da Patriani estão Kinsol, Solarprime e Solar Power e os sistemas contam com marcas como WEG, Canadian Solar, JA Solar, Deye e Sungrow, entre outras.

Além das fazendas nos edifícios, a Patriani já entregou 1.230 vagas com estrutura  para pontos de recarga de veículos elétricos, com medição individual de consumo, em condomínios residenciais e entregará ainda mais 1.043 unidades neste ano, um crescimento de 84%. Ao todo, há cerca de 3.700 unidades em construção que contarão com a novidade.

Outra iniciativa da construtora é contar com elevadores que possuem tecnologia regenerativa, que recuperam energia e transferem para a rede de energia, que também pode ser utilizada para iluminação. A tecnologia controla o fluxo de energia gerada entre Rede Elétrica e Motor do elevador, promovendo o reaproveitamento da energia devolvida pelo motor do elevador subindo e descendo.

O sistema regenerativo do elevador conta com drives de regeneração de energia. Ou seja, em vez de desperdiçar energia na forma de calor, ele realimenta a rede elétrica interna do local onde o equipamento está. Desse modo, a energia é reutilizada por outros elevadores, para iluminação, ar-condicionado, computadores e outros equipamentos que estejam conectados na mesma rede elétrica do edifício. Este mecanismo é considerado muito eficiente e vantajoso, pois pode reduzir em até 75% a utilização da energia em comparação aos elevadores que não são regenerativos.

Nascida no Grande ABC, a Patriani atua no desenvolvimento de empreendimentos comerciais e residenciais em cidades num raio de 100 km da cidade de São Paulo, que compreende municípios como o Grande ABC, Campinas, Sorocaba, Atibaia, São José dos Campos, Suzano, São Paulo e Santos.

Energia solar compartilhada

Para os condomínios que não contam com usinas de energia solar já na construção, uma outra opção para a geração de energia renovável é a modalidade compartilhada. Ainda de acordo com o vice-presidente da Secovi-PR, o principal entrave para a popularização da energia solar nos condomínios brasileiros são os custos para implementação de sistemas próprios de geração. “Isso porque o custo para implementação de placas fotovoltaicas ainda é alto e isso acaba recaindo para o condomínio ou para a construtora, sendo repassado ao final para o consumidor”.

Para esses casos, a energia solar por assinatura é uma das indicações. Uma das empresas a oferecer essa solução para o mercado é a AXS Energia, que oferece energia solar, sem a necessidade de instalação de placas ou a realização de qualquer tipo de obra para popularizar esse acesso. Assim, o consumidor tem acesso a uma energia verde, com menos investimento e maior sustentabilidade. Com usinas instaladas nos estados de Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso, São Paulo e Goiás, a empresa oferece descontos tarifários aos consumidores.

“Os nossos clientes se tornam beneficiários da energia gerada em nossas usinas. Fazemos a análise individual para indicar o melhor perfil de consumo e, quando a produção for maior que a energia consumida, o cliente recebe créditos na carteira solar que podem ser utilizados em períodos com menor geração por até cinco anos”, explica o diretor comercial e de marketing da AXS Energia, Eduardo Coutinho.

Nessa modalidade, a AXS Energia possibilita que os consumidores optem por uma energia mais sustentável e econômica, que resulta em 10% de desconto no valor gasto por mês.

“Acredito que esse seja um caminho sem volta. Cada vez mais as pessoas estão preocupadas com a sustentabilidade e as fontes renováveis oferecem oportunidades para o futuro”, finaliza o vice-presidente de Lançamentos e Comercialização Imobiliária do Secovi-PR.

Financiamento de energia solar para condomínios

Na gestão de condomínios, a eficácia na administração financeira é essencial para garantir o funcionamento e a manutenção apropriada das instalações e o empréstimo financeiro se destaca como uma ferramenta para que os síndicos lidem com os desafios inesperados do setor. De acordo com dados do Habitissimo, guia com informações condominiais, o valor médio cobrado por uma reforma predial gira em torno de R$ 3.500 o m² e nem sempre elas são previsíveis. E quando se trata de sistemas de energia solar, o investimento necessário para a instalação é ainda maior por conta dos equipamentos.

Uma das empresas que se especializaram em fornecer empréstimos para condomínios de forma rápida e sem burocracia, para manutenções e melhorias prediais é a CondoLivre. Com menos de quatro anos no mercado, a empresa já acumula diversos cases de sucesso, mais de 20 mil condomínios em carteira e R$ 12 milhões em rentabilidade.

A empresa tem percebido o aumento do interesse em instalações de sistemas fotovoltaicos como forma de diminuir os custos fixos, como é o caso da conta de energia. “Atualmente, 5% de nossos empréstimos são para a instalação de sistemas fotovoltaicos que podem ser parcelados em até 60 vezes”, explica o CEO da empresa, Henrique Rusca.

O executivo explica que a redução no valor da energia elétrica para o condomínio virá em longo prazo, mas muitas vezes o condomínio não tem caixa para a instalação e, por isso, a CondoLivre financia o projeto, a obra e a instalação na etapa inicial até que, de fato, o condomínio consiga começar a colher os frutos da redução.

Uma das empresas parceiras da CondoLivre para os projetos fotovoltaicos é a Hum Energias Renováveis, do Rio de Janeiro. Além disso, a fintech também trabalha em parceria com a Power2Go para a criação de pontos de carregamento de carros elétricos em condomínios, sem necessidade de adquirir os equipamentos. “Trata-se de um modelo de aluguel mensal que propõe carregar o veículo na própria vaga do morador. Na assinatura, o cliente paga um aluguel fixo mensal por ponto de recarga, valor que inclui o carregador, instalação, medição de energia, otimização de carga e manutenção, em uma ligação à parte que não entra na conta geral do condomínio, ou seja, não onerando os demais moradores”, explica Rusca.

Para o futuro, a CondoLivre também estuda estabelecer uma parceria com uma empresa que oferece um formato inverso ao do financiamento. O pagamento da instalação do sistema só começa depois que a usina solar estiver gerando energia. Dessa forma, o condomínio só começa a pagar o sistema fotovoltaico depois que já estiver economizando na conta de luz.

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