2W prepara a migração de mais de 1.000 clientes para o mercado livre em 2024

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A 2W prepara a migração mais de 1.000 consumidores para o mercado livre, que serão liberados para acessar o ambiente de contratação a partir de janeiro de 2024. A abertura do mercado livre para todos os consumidores da alta tensão resulta em um potencial inicial de migração de até 72 mil novas unidades consumidoras.

Para atender esses novos consumidores e os cerca de dois mil que já migraram com a companhia entre 2022 e 2023, a 2W conta com um portfólio de 500 MW de geração própria de energia eólica em dois projetos, um localizado em Currais Novos (RN) e outro e Capuí (CE).

“Há muitas variáveis na composição de preços e, quando realizamos a contratação da construção das usinas, em 2021, fazia mais sentido investir em eólica, o custo para gerar a mesma energia era mais barato”, comenta com a pv magazine o sócio e Head de Desenvolvimento de Negócios da 2W na região Sul, Ciro Neto. Ele diz que a empresa não descarta a construção de projetos solares para o futuro, mas que na época da tomada de decisão, a fonte não era tão competitiva quanto a eólica.

O foco da 2W são pequenas e médias empresas, prestadores de serviço e fornecedoras de grandes indústrias e pequenos exportadores (B2B). Outro grupo de interesse é o de clientes que atuam no Varejo, como supermercados, hotéis, grandes redes que atendem o consumidor final (B2C). O primeiro perfil geralmente tem contas de energia em torno de R$ 100 mil/por mês, enquanto o segundo fica entre R$ 5 mil até R$ 20 mil.

Geração compartilhada

A 2W está também investindo em geração compartilhada no modelo por assinatura para atender aos consumidores que ainda não podem migrar. Os projetos estão sendo desenvolvidos em Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Ceará, Pará, Mato Grosso do Sul,  Mato Grosso, Goiás e São Paulo, cada estado com uma usina de 4,7 MW cada, que deve atender em torno de 1.000 consumidores por sistema instalado.

“A GD é um paliativo para o consumidor do grupo B que só poderá migrar a partir de 2028, pelo cronograma que está sendo proposto e estudado pelo governo. Se pudessem, faria mais sentido se migrassem para o mercado livre, no qual não há restrição sobre a localização das usinas ser na mesma área de concessão, o que permite uma alocação mais eficiente de recursos, com projetos em locais de maior fator de capacidade”, diz Ciro Neto. “Acredito que a geração distribuída seja um modelo transitório, hoje, para o consumidor cativo. GD é a melhor e a única alternativa. É uma boa inciativa, mas precisamos avançar com a abertura total para que esse cliente tenha mais opções”.bra

Inventário de emissões e crédito de carbono

Além da migração para o mercado livre, é parte do modelo de negócios da 2W assessorar a jornada sustentável das empresas, incluindo um serviço próprio de inventário de emissões e compra de créditos de carbono.

Com a regulamentação do mercado de carbono caminhando no Congresso, as empresas que ultrapassarem os limites estabelecidos para os seus setores, precisarão ir ao mercado para compensar emissões. Para isso precisam do inventário e da definição de metas de redução de emissões, através de um relatório de sustentabilidade com práticas ESG.

“Há recursos que só estão disponíveis para empresas que têm essas práticas”, reforça Ciro Neto. “É um assunto iminente, que inclusive está direcionando os recursos de financiamento. Empresas precisam inventariar suas emissões e ter um plano de reduções, com KPIs e aferição externa. Em breve, nenhum produto sem inventário vai entrar em regiões como Europa, Califórnia, Austrália”.

A 2W também está habilitada para negociar créditos de carbono no mercado brasileiro que, por ainda ser voluntário, não tem ainda uma grande adesão.

“Isso estava distante da realidade de muitas empresas. E pode ser uma oportunidade também, já que as empresas que emitirem abaixo do limite poderão comercializar a diferença como crédito de carbono. Em janeiro começamos a ofertar o serviço do inventário e já estamos listados na SX para efetuar as transações. Como nesse momento o mercado é voluntário, não há muitas empresas fazendo compras. Mas já há empresas aderindo ao inventário tanto por exigência de clientes do exterior quanto para se adequar à lei que está por vir”, comenta o diretor de Desenvolvimento de Negócios da 2W, Ciro Neto.

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