Custos globais de energia solar aumentaram nos últimos seis meses, diz BNEF

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O custo nivelado de referência global da eletricidade, ou LCOE, de energia solar aumentou nos últimos seis meses, na contramão de outras fontes de geração, de acordo com a análise mais recente da empresa de pesquisa BloombergNEF (BNEF). A estimativa é que projetos de geração fotovoltaica em eixo fixo estejam em média 2% mais caros. Já os projeto solares com rastreadores tiveram um aumento mais substancial, de 12%, nesse período.

Embora os preços finais estejam mais elevados, os custos dos equipamentos estão caindo. Em comparação com o final de 2022, os custos de equipamentos para energia solar de eixo fixo caíram 2% devido aos preços mais baixos de polissilício.

Também estão caindo os preços de logística. As taxas de remessa da Ásia atingiram o pico em setembro de 2021, mas agora voltaram aos níveis do início de 2020, segundo a BNEF. As rotas de remessa da Ásia são essenciais para entregar painéis solares, inversores, baterias e outros componentes.

Os últimos anos de turbulência foram uma exceção a quedas consistentes de custos de projetos durante um período mais longo, avalia a BNEF. Os LCOEs de energia solar, onshore e offshore em escala de utilidade caíram 58-74% na década até 2023, e a expectativa é que essas reduções de custo continuem no longo prazo graças a melhorias tecnológicas contínuas, maiores economias de escala e redução nos custos de financiamento.

Outras fontes

Enquanto os custos de energia solar aumentaram, os custos dos projetos de armazenamento com baterias e de energia eólica caíram no primeiro semestre de 2023.

Nos últimos seis meses, os custos de novos projetos eólicos offshore e de armazenamento caíram 2% e 12%, respectivamente, e os de energia eólica onshore caíram 6%, mas permanecem inalterados desde o segundo semestre de 2022.

A eólica offshore está agora no mesmo nível de custo do carvão, o mais barato desde que a BNEF começou a capturar dados do projeto em 2009, impulsionado por um forte mercado chinês.

Apesar de uma redução de 5% no custo de projetos movidos a combustível fóssil nos últimos seis meses, a energia eólica onshore e a fotovoltaica continuam sendo as novas tecnologias mais baratas para produzir eletricidade em países que cobrem 82% da geração global de eletricidade.

Financiamento mais caro

Os custos de financiamento aumentaram e compensaram em parte a queda de custos de equipamentos, de acordo com a análise, sinalizando que a crise de crédito não é um problema apenas no Brasil. O custo médio ponderado de capital (WACC) para novos projetos eólicos é de 6,4%, o que coloca os custos de financiamento nos mesmos patamares que estavam em 2017. Esse aumento não foi igualado no lado do capital próprio (equity) e as corporações de investimento privado mostraram contenção até agora para aumentar as taxas de retorno.

“O interesse dos investidores em ações continua forte e as taxas de retorno esperadas não aumentaram tão rápido quanto as taxas de juros. Os projetos de energia renovável são considerados uma classe de ativos segura e, com o contrato de compra de energia correto, podem até mesmo fornecer uma proteção contra a inflação. À medida que as taxas de juros do banco central caem, também podemos ver uma onda de refinanciamento para a atual safra de projetos”, disse o principal autor do relatório, Amar Vasdev.

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