Matriz elétrica brasileira foi 88% renovável em 2024

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A matriz elétrica brasileira atingiu 88,2% de fontes renováveis em 2024, com destaque para evolução da participação da geração eólica e a solar fotovoltaica, que juntas alcançaram 24% da geração total de eletricidade no ano passado. O dado é parte do Relatório Síntese do Balanço Energético Nacional 2025 (ano base 2024), divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Entre as informações sobre oferta e consumo de energia, o relatório destaca que a micro e a minigeração distribuída solar fotovoltaica no Brasil alcançou 41.006 GWh de geração de eletricidade em 2024, representando 5,6% da geração total de eletricidade no país no ano passado.

Já a matriz energética, que inclui o consumo de combustíveis, atingiu, no ano passado, o patamar de 50% de fontes renováveis, principalmente pela manutenção da oferta de energia hidráulica e biomassa da cana, além do crescimento de fontes como licor preto, biodiesel, eólica e solar fotovoltaica. Esse é o maior patamar de fontes renováveis na matriz elétrica brasileira desde 1989.

Eletrificação e consumo por setor

O relatório inclui a análise de consumo energético dos setores econômicos. No industrial, por exemplo, foi observado um aumento de 1,4% do consumo de energia em relação a 2023. Essa evolução foi puxada principalmente pelo aumento do uso de energia elétrica (4,1%), que ultrapassou o bagaço de cana, como fonte principal do setor. Também aumentou o consumo industrial de carvão mineral e derivados, em 3,5%, e de lenha e o carvão vegetal, em 2,1%. Por outro lado, o consumo de óleo combustível na indústria caiu 17,4%. De forma geral, o consumo energético do setor industrial atingiu 64,4% de fontes renováveis.

O setor de transportes apresentou, no relatório divulgado, um aumento de 2,7% do consumo renovável em 2024 em relação ao ano anterior, atingindo 25,7% de fontes renováveis. Esse resultado foi provocado, principalmente, pelo crescimento de 30,1% de consumo de etanol hidratado e 19,3% de biodiesel.

Ainda relacionado aos biocombustíveis, o documento apontou que a produção nacional de etanol aumentou 2,8% em relação a 2023, com ênfase para o aumento da participação do milho como matéria-prima na produção desse energético, que atingiu 20% de participação do total produzido em 2024.

Como novidade, o documento traz pela primeira vez o consumo de energia elétrica resultante da crescente participação de veículos eletrificados no transporte rodoviário. Em 2024, o Brasil atingiu 215,3 mil licenciamentos e 309 Gigawatt-hora (GWh) de consumo de eletricidade de veículos eletrificados.

Emissões associadas à energia

No ano passado, as emissões associadas à matriz energética brasileira atingiram 431,3 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (Mt CO2 eq). Quase metade, ou 214,3 Mt CO2 eq, foi gerada no setor de transportes.

Em termos de emissões por habitante, cada brasileiro, produzindo e consumindo energia em 2024, emitiu em média 2,0 t CO2 eq. O setor elétrico brasileiro emitiu em 2024 apenas 59,9 kg CO2 eq para produzir 1 MWh. Esse índice é considerado muito baixo, aproximadamente 4 vezes menor que o observado em países europeus da OCDE, 4 vezes menor que o observado nos Estados Unidos (EUA) e até 10 vezes menor que a referência para a China.

Cerca de 70% das emissões brasileiras de Gases de Efeito Estufa estão concentradas nos setores de Agropecuária e Uso da Terra, Mudança do Uso da Terra e Florestas (LULUCF), enquanto as emissões do setor de Energia corresponderam a 20,5% do total inventariado em 2022.

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