Até fevereiro de 2024, o Brasil tinha 145 GW de projetos de geração solar outorgados pela Aneel, segundo levantamento realizado pela Greener. Dessa oferta, 125 GW são de projetos com construção ainda não iniciada, dos quais 123 GW estão no mercado livre. Dos projetos ainda não iniciados, 35 GW têm parecer de acesso assinado e 19 GW têm contratos de uso do sistema de transmissão válidos, considerados mais viáveis.
Os números foram apresentados nesta quarta-feira (24/04) em uma café da manhã para investidores realizado pela consultoria e fazem parte do Estudo Geração Centralizada 2024, que será publicado na íntegra durante o Greener Summit 24, nos dias 7 e 8 de maio.
Apesar do crescimento da oferta, a materialização dos projetos é desafiada pelo crescimento relativamente menor demanda, a disponibilidade de escoamento e o preço da energia no mercado de curto prazo, abaixo do considerado adequado para remunerar os investimentos nas usinas.
De fato, de acordo com o mapeamento da Greener, a contratação novos projetos no mercado livre desacelerou. Em 2023, a consultoria identificou 2,3 GWp em novos PPAs, mesmo volume identificado em 2022, abaixo dos 3,3 GWp fechados em 2021. Ao todo, foram mapeados 14,5 GWp de PPAs de usinas solares assinados desde 2018.
Por um lado, avalia o diretor da Greener, Márcio Takata, a queda de custos dos módulos ao longo do último ano pesa favoravelmente na viabilização dos projetos, mas os preços baixos da energia não remuneram os novos contratos.
A esse respeito, o diretor técnico e regulatório da Absolar, Carlos Dornellas reforçou que o preço do mercado de curto prazo, o PLD, usado para ajustar ass diferenças entre energia contratada e consumida no mercado livre, não deve ser usado como referência por consumidores no planejamento de longo prazo, “porque ocorre uma variação muito grande no preço de longo prazo. A chance de [o consumidor] errar e ficar descoberto é grande e pode gerar uma despesa alta ao longo dos anos”.
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