JA Solar vê mercado mais aquecido em 2024 e espera crescimento nas vendas para esse ano

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A JA Solar foi a terceira maior fornecedora de módulos fotovoltaicos para o mercado brasileiro em 2023, com 1.400 MW de módulos enviados para o país, conforme já previa em setembro. A previsão de uma maior participação da  geração centralizada nos envios, porém, ainda não se realizou e deve ser deslocada para 2024, com a entrega de contratos fechados ao longo de 2023, como os 412,65 MW de módulos para o projeto Arinos, da CTG. A companhia estruturou uma área focada no segmento em 2022.

“Mas é um segmento que tem um tempo de maturação muito maior do que GD. O processo decisório é mais complexo”, diz à pv magazine o novo country manager da JA Solar no Brasil, Gabriel Magdalon, anteriormente diretor de vendas em geração centralizada da América Latina da empresa.

Dos 1.400 MW em painéis importados para o Brasil em 2023, 5% a 10% foram para geração centralizada. “Isto porque a JA Solar começou de fato a embarcar para projetos de geração centralizada no final do ano passado e isso ainda vai refletir em 2024. Esse ano a gente já espera ter pelo menos uns 30%, 40% de geração centralizada também”. O executivo diz que há entre 500 MW e 1 GW de contratos com projetos de geração centralizada para serem entregues entre 2024 e 2025.

Gabriel Magdalon, Country Manager da JA Solar no Brasil.

O executivo disse que a empresa espera ter um crescimento em relação aos envios realizados em 2023. “Esse ano começou melhor que o ano passado, a gente teve um primeiro semestre muito difícil para geração distribuída em 2023″, comenta Magdalon. “A gente vê que os distribuidores estão de fato colocando novos pedidos, que o estoque está rodando, que as vendas estão acontecendo. A perspectiva também é positiva com a queda de taxa de juros, dólar mais ou menos estável,  economia crescendo. O segmento residencial está muito aquecido por causa de diminuição do custo dos equipamentos”, observa o country manager da JA Solar. Além do aquecimento no segmento residencial, a companhia também percebe uma movimentação para a geração distribuída de 1 MW a 5 MW.

Na geração centralizada, apesar de os preços de energia no mercado livre ainda estarem em um patamar mais baixo, que dificulta a assinatura de novos PPAs de longo prazo, também há um aquecimento.  “A gente tem visto bastante movimentação em geração centralizada, mais até do que o ano passado. Há uma tendência de aumento de preço no Mercado Livre, o que incentiva a assinatura de novos contratos, ainda que não sejam de super longo prazo, mas que pelo menos viabilizem a execução de projetos”, comenta Magdalon. 

Além disso, lembra o executivo, muitos projetos precisam entrar em operação para garantir descontos de até 50% nas tarifas de uso de transmissão e distribuição. 

“A gente também tem visto as empresa se estruturando para conseguir cativar esses potenciais novos consumidores que foram liberados para migrar para o Mercado Livre, então acreditamos que nos próximos dois anos vamos ver mais projetos para atender essa demanda”, observa.

Custo de módulos e nova linha HJT

O novo country manager da JA Solar também enxerga um aumento na participação de módulos do tipo N nas vendas da companhia para o Brasil, saindo de 5% em 2023 para 50% em 2024.  Isto porque, em 2024, a fabricação da companhia será principalmente de módulos TOPCon tipo N com diferentes configurações de tamanho de células. “Estamos trabalhando com células retangulares, mantendo a largura de 182 milímetros, mas tanto de 199 milímetros quanto 210 milímetros, todas quebradas ao meio, para diferentes aplicações. Então tem gente tem modo um pouco maiores vai na faixa de 620, 630 watts mais para projetos de solo, a gente tem produtos menores também para rooftop, para atender todos os perfis de consumidores”, detalha.

A  companhia também conta com uma nova linha de módulos de Heterojunção (HJT), inaugurada em 2024, ainda em escala menor, em comparação com a capacidade de produção do tipo N. “O ponto é que para ter essa linha de HJT, é necessária uma linha toda nova. Não é que nem a do TOPCon, que é possível ajustar da linha já existente do P-type. Então HJT tem uma linha mais reduzida, uma produção menor”, comenta Magdalon.

Ele comenta que o produto pode ser trazido para o mercado brasileiro, mas avalia que o preço mais alto que o TOPCon ainda pode ser uma barreira para adoção, especialmente na GD.

“Quanto maior for a produção em massa de HJT, provavelmente a gente consegue também reduzir o custo de fabricação. Cada vez mais essa tecnologia será um produto mais competitivo. É natural nesse mercado ter essas transições de tecnologia, a cada dois anos mais ou menos.”

Em relação ao preço dos módulos, Magdalon vê uma estabilização após a queda acentuada observado em 2023, com uma possível variação positiva.

“Na nossa leitura o preço deve se manter estável, pode subir até um pouco ao longo do ano, mas a gente não acredita em grandes variações nem para cima e nem para baixo. Acho que agora chegou no limite de custo da cadeia produtiva não tem mais muito por onde descer, agora só um salto tecnológico”, diz.

Ele avalia que a capacidade de produção global aumentou em um ritmo que a demanda não acompanhou e que mesmo que a demanda cresça, ainda pode ocorrer um pequeno aumento de preço com os fornecedores buscando recuperar suas margens de retorno.

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