Surpresas de verão: Brasil sufoca enquanto Argentina fica de molho até dezembro

Surpresas de verão: Brasil sufoca enquanto Argentina fica de molho até dezembro

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Da pv magazine Global

O El Niño mostrou alguns sinais de padrões esperados em toda a América do Sul, já que ventos anormais mantiveram o Brasil seco e ensolarado, enquanto a Argentina passou por tempestades em dezembro, de acordo com dados analisados pela Solcast, via Solcast API. A produção brasileira de energia solar terá superado as expectativas de dezembro, com a maioria dos ativos de geração compartilhada do país recebendo irradiância bem acima da irradiância média. A Argentina viu tempestades ao longo do mês, embora o sul do país tenha permanecido principalmente seco e visto algumas das maiores irradiações diárias em todo o continente.

Os produtores solares brasileiros se beneficiaram de um dezembro mais ensolarado do que o normal, com a maioria das áreas recebendo de 20% a 30% de irradiância acima da média para o mês. Ventos anormais de leste mantiveram a umidade no interior da amazônica, com redução de nuvens levando a menos chuvas e aumento da irradiância. A maior parte dos ativos brasileiros de geração compartilhada está concentrada no Leste, portanto, obteve uma produção maior do que o esperado ao longo do mês. O Rio de Janeiro também teve um mês ensolarado, recebendo mais irradiação em dezembro do que em 2014.

Sem os efeitos tropicais mais ao norte, a Argentina viu uma massa de ar relativamente úmida, levando a condições ideais para grandes tempestades convectivas. Várias grandes tempestades ao longo do meio do mês, e no dia de Natal trouxeram inundações repentinas e reduziram a irradiação de dezembro bem abaixo da média. Os efeitos localizados podem ser vistos nos números diários de irradiância, inclusive em 18 de dezembro, na foto acima. Por outro lado, o Sul do país recebeu condições muito mais secas e ensolaradas, enquanto em torno da média de dezembro, com irradiância média diária significativamente maior do que o Norte.

Surpresas de verão: Brasil sufoca enquanto Argentina fica de molho até dezembro

Algumas das expectativas normais dos efeitos climáticos do El Niño foram silenciadas, coincidindo com os padrões vistos em todo o mundo. O litoral do Equador e o Peru normalmente registram aumento de chuvas e nebulosidade em anos de El Niño, mas em dezembro deste ano houve irradiação neutra a ligeiramente acima do normal. O deserto do Atacama recebe os mais altos níveis de irradiância do mundo, pois a região fica na costa oeste sob a crista subtropical e é abrigada pela Cordilheira dos Andes. Registrou a maior irradiação diária no continente em dezembro. A segunda mais alta foi em toda a costa e sul da Argentina, onde ventos de oeste e dias ensolarados foram persistentes na costa dos Andes ao longo de dezembro.

A Solcast produz esses números rastreando nuvens e aerossóis com resolução de 1-2 km globalmente, usando dados de satélite e algoritmos proprietários  de IA/ML. Esses dados são usados para conduzir modelos de irradiância, permitindo que a Solcast calcule a irradiância em alta resolução, com viés típico de menos de 2%, e também previsões de rastreamento de nuvem. Essas informações são usadas por mais de 300 empresas que gerenciam mais de 150 GW de ativos solares em todo o mundo.

 

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