Grupo Böno mira epecistas e integradores no segmento de geração solar compartilhada

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De olho no ingresso de novos players no segmento de geração solar compartilhada em 2024, o Grupo Böno está lançando novos serviços para “epecistas” e integradores, com foco em projetos acima de 300 kW ac.

“Atualmente temos uma carteira restrita de clientes de grande porte com expertise no mercado de energia e com demanda e perspectiva de longo prazo para aplicação e investimento em usinas fotovoltaicas, sendo grandes grupos de investidores, empresas do setor de energia, comercializadoras e instituições financeiras. Porém a partir de 2024 estamos abrindo nossa engenharia para prestar serviços para EPCs e integradores, focado onde temos know-how” comenta o CEO do Grupo, Marcelo Abuhamad. Os serviços, detalha, incluem projeto executivo, comissionamento, gestão e planejamento de obras, além de consultorias para dar suporte no desenvolvimento técnico e comercial das usinas de grande porte em GD.

Atualmente o Grupo Böno conta com mais de 250 MW de usinas conectadas e entregues, mais de 70 MW em construção e fase de conexão, além de mais de 150 MW de desenvolvimento técnico e fundiário de ativos para investidores. Há projetos em todas as regiões do país, com maior concentração de potência instalada nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste.

O CEO do Grupo destaca que principalmente nos últimos dois anos vem se intensificando a entrada de investidores, de diferentes perfis, dos institucionais e grandes multinacionais até investidores pessoa física, investindo em projetos de GD remota (locação) como ativos para rentabilidade financeira.

“Esse crescimento é esperado devido a alta taxa de retorno de investimento, perenidade do ativo, facilidade de destinação da energia por meio de contratos de desconto garantido na conta do cliente final. Muitas vezes, mesmo com a tomada de crédito para construção dos ativos, é possível pagar a parcela da dívida e ter sobra de caixa ainda durante o período de alavancagem financeira”, comenta Abuhamad. “Sem contar que o momento para compra de equipamentos fotovoltaicos é o mais atrativo de toda história, fazendo com que o investimento CAPEX fique mais atrativo, assim como o retorno de investimento”, ele adiciona.

Marcelo Abuhamad, CEO do Grupo Böno.

Imagem: Grupo Böno

Capex na mínima histórica mantém competitividade até na GD2

A maior parte dos projetos desenvolvidos e construídos pelo grupo foi enquadrada como GD1 – regras anteriores à Lei 14.300. A empresa porém tem diversos projetos no pipeline de construção que já são enquadrados nas regras introduzidas pela Lei 14.300 – que, a depender do perfil do projeto, institui a cobrança de até 100% da tarifa de uso do fio.

“Todos os nossos projetos em GD1 foram protocolados até dia 07/01/2023. Porém tivemos diversos projetos que foram aprovados e durante a construção da usina, tiveram a alteração do status do protocolo aprovado e emitido, ocasionando a necessidade de trabalhos administrativos e jurídicos para que nossos clientes tenham seus direitos preservados. E até o momento ainda temos alguns projetos em situação de revisão por falha, atrasos e negligências das concessionárias de energia, fato que está ocorrendo com todo o setor de GD a nível nacional, prejudicando EPCs, integradores, investidores e clientes”, comenta Abuhamad.

De olho em novas oportunidades, o grupo também mantém uma estrutura dedicada à avaliação de projetos em GD1 e GD2, apresentando as oportunidades para os clientes e investidores avaliarem a viabilidade comercial de projetos greenfield com parecer emitido. Para Abuhamad, a tendência é que os clientes finais das usinas compartilhadas sejam principalmente clientes do grupo B que ainda não podem optar pela migração para o mercado livre de energia.

Na visão da empresa, o investimento em usinas compartilhadas ainda continua competitivo e atrativo mesmo sob as novas regras introduzidas pela Lei 14.300. “Isso vai depender do modelo de negócio do investidor, perfil da usina (micro ou mini), escopo do projeto, custo de capital, custo de operação do ativo, custo do fio e o contrato de locação (PPA)”, pondera o CEO do Grupo Böno, reforçando o papel da queda no custo de investimento na equação. “O fator principal de viabilidade é o CAPEX atual que esta na mínima histórica para colocar em pé um ativo fotovoltaico”, ele comenta.

Ainda assim, para as empresas que têm o parecer de acesso na GDI, há uma corrida e prazos apertados para conectar os sistemas à rede e garantir a compensação de créditos mais vantajosa.

“São diversos os desafios para o EPC de usinas de grande porte em GD, desde os prazos que muitas vezes já chegam apertados na contratação, devido ao cliente já ter o parecer de acesso emitido; encontrar profissionais qualificados com expertise em GD; conciliar toda estrutura de custos, cronograma e execução; prazos para fabricação, logística e aplicação suprimentos (prazos para fabricação de equipamentos específicos para usinas de grande porte tem ficado cada vez mais dilatados podendo comprometer cronograma da obra). Atualmente o mercado de GD remota de grande porte tem sofrido com a falta de empresas qualificadas e com track-record de obras executadas para dar conta de quantidade de obras bem como atender os prazos de projetos já com pareceres emitidos para serem construídos”, comenta Abuhamad.

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