Crescimento global de instalações solares deve desacelerar a partir de 2024

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Embora a capacidade solar global total continue a crescer rapidamente durante a próxima década, o ritmo de crescimento das instalações anuais começará a abrandar em 2024, em comparação com as taxas observadas nos últimos anos. De acordo com a chefe da divisão Solar Global da Wood Mackenzie, se a previsão para 2023 se mantiver, o crescimento médio anual das instalações de capacidade durante 2019 a 2023 foi de 28%, incluindo um crescimento de 56% em 2023. Em contraste, o crescimento médio anual de 2024 a 2028 será cerca de zero, incluindo alguns anos com contrações. A previsão da Wood Mackenzie para esse ano é de 270 GW em novas instalações solares globalmente – já a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) prevê adições de 349 GW no ano.

O crescimento do mercado solar global segue uma curva S típica. Nos últimos anos, o crescimento subiu rapidamente na parte mais íngreme da curva. A partir de 2024, a indústria ultrapassará o ponto de inflexão, caracterizado por um padrão de crescimento mais lento. O mercado solar global ainda é muitas vezes maior do que era há alguns anos, mas é natural que uma indústria siga este caminho de crescimento à medida que amadurece.

Nem todas as regiões estão atualmente no mesmo lugar ao longo da curva S. África e o Médio Oriente, por exemplo, têm um longo caminho a percorrer antes de atingirem os seus pontos de inflexão de crescimento. Mas dois grandes mercados estão a impulsionar este padrão de crescimento a nível global: a Ásia-Pacífico, dominada pela China, e a Europa. Cabe lembrar que qualquer mudança de curso na China impacta fortemente o mercado global, já que o país lidera com folga as adições de novas capacidades, devendo conectar cerca de 180 GW neste ano.

Compromisso para transição de combustíveis fósseis

O que pode afetar essa tendência de desaceleração é o compromisso global de transição energética. Em 13 de dezembro, os governos do mundo reunidos na convenção climática da ONU COP28, em Dubai, concordaram no que foi descrito como uma declaração “histórica”, estabelecendo pela primeira vez um objetivo de transição dos combustíveis fósseis. Esse objetivo estabelece uma mudança de rumo para o sistema energético global. O consumo de petróleo, gás e carvão continua crescendo, ainda que de forma mais lenta, e os três combustíveis atingiram novos máximos recordes em 2023.

De acordo com a IEA, a demanda mundial de petróleo deve aumentar em 2,3 milhões de barris por dia (mb/d), para 101,7 mb/d em 2023. Entretanto, aumentos de eficiência de consumo e da frota de veículos elétricos devem continuar desacelarando o crescimento da demanda, que aumentar ficar em 1,1 mb/d em 2024.

Já a demanda global por carvão aumentará 1,4% em 2023, ultrapassando pela primeira vez os 8,5 bilhões de toneladas. Enquanto o consumo em cerca de 20% na União Europeia e nos Estados Unidos, deve permanecer forte, na Índia e China em 8% e 5%, respectivamente, em 2023. Até 2026, no entanto, o consumo global de carvão deve cair 2,3%, em comparação com os níveis de 2023.

Ao mesmo tempo, as energias renováveis têm estado em expansão. A produção de energia eólica e solar em todo o mundo em 2023 foi cerca de 55% maior do que em 2020, de acordo com a Wood Mackenzie.

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