Solar no Agro: município de Alagoas será atendido por usinas solares de pequenos produtores rurais

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O Plante Solar, um programa da startup Agrosolar que conecta a demanda por energia – especialmente do poder público – com pequenos produtores rurais que têm terras disponíveis para instalação de sistemas de geração solar, terá em breve suas primeiras usinas instaladas. O município de Tanque D’arca, em Alagoas, aprovou uma lei que permitirá ao poder público assinar contratos, de 25 anos de duração, de aluguel de dez pequenas usinas fotovoltaicas. Cada sistema terá 25 kW de capacidade instalada e geração mensal de 3.500 kWh por  mês, em média.

“Agora está em andamento a chamada pública municipal para seleção dos beneficiários, que deve ser concluída ainda em novembro. Depois será realizado um treinamento e capacitação dessas famílias, tomado o financiamento e iniciada a construção. A primeira começará a ser implantada em dezembro”, detalha o CEO da Agrosolar, Daniel Lima. A startup é responsável pela gestão do programa.

Pelo programa, as usinas serão locada para o poder público, mas serão de propriedade do pequeno produtor, alienadas pelo prazo de financiamento, que é de 24 anos, a ser fornecido pelo BNB, através de uma linha específica para o modelo de locação de sistemas fotovoltaicos. A Agrosolar selecionará parceiros locais para construir as usinas.

Além das usinas de 25 kW cada, a modelagem inclui a instalação de usinas de 3 kW, com produção de 450 kWh por mês, para atender a demanda interna dos produtores rurais – alguns deles poderão inclusive aumentar o consumo, instalando novos equipamentos, como sistemas de irrigação, para melhorar sua produção.

Descontados os custos com o financiamento e despesas com serviços de operação e manutenção e considerada a economia na conta de energia, o programa viabilizará uma renda extra de aproximadamente um salário mínimo para os pequenos produtores rurais, estima Lima.

As usinas de 25 kW ocupam uma área de 500 metros quadrados (m²), aproximadamente, enquanto as usinas de 3 kW não passam de 20 m². A ideia é que as instalações não compitam com outras atividades de produção rural.

De acordo com Lima, as usinas serão monitoradas remotamente, através de satélite, em uma conexão banda larga que será aberta para uso da família, com um projeto de inclusão e educação digital.

Expansão para outros estados e municípios

O programa pode ser replicado em outros municípios e estados e foi apresentado em quase todos os estados do Nordeste, além de outras regiões. As usinas são built to suit, ou seja, dimensionadas para atender a necessidade do poder público.

Segundo o CEO da Agrosolar, outros municípios, como Eunápolis, na Bahia, e Nossa Senhora do Socorro, em Sergipe podem ser os próximos a replicar o modelo do Plante Solar. “Municípios são mais céleres, a gestão pública estadual é diferente, mas dentro da burocracia estatal, também está caminhando. Estados como Alagoas, Bahia e Rio Grande do Norte estão bem avançados [para aprovar uma lei]. A possibilidade de fazer  um programa estadual com adesão de municípios pode facilitar ainda mais. É um modelo muito inovador , inclusive do ponto de vista jurídico. Mas com as primeiras usinas se tornando realidade, outros municípios e estados também vão querer fazer”, diz.

A geração solar pode ser utilizada em diversas aplicações no agronegócio. E os produtores rurais, que têm acesso a linhas de financiamento incentivado, terão um incentivo a mais para investir em geração própria de energia, com o fim de descontos tarifários a partir de 2024.

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