Integradores precisam mostrar que impacto da lei 14.300 na conta é pequeno, diz WIN

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Com a recente regulamentação da lei nº 14.300/2022 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), surgiram diferentes dúvidas e até preocupações entre os agentes do setor de geração distribuída solar no Brasil.

“É importante que o integrador consiga fazer a conta e mostrar para o cliente final o impacto. Para geradores residenciais na modalidade de autoconsumo [geração local], o aumento final na conta esse ano gira em torno de 4%, em média, do que é injetado na rede, pois o que é gerado e consumido em tempo real, nem passa pelo relógio. As contas de energia continuam sofrendo aumentos frequentes e com toda certeza o uso da energia solar sempre vai valer a pena”, diz a diretora da WIN Solar, Camila Nascimento.

A distribuidora está criando um programa para descomplicar a energia solar e apoiar os integradores a superar essa fase inicial de adaptação e entendimento ao marco regulatório.

“Além disso, para os clientes menores, que estão iniciando no solar, foi criado um Programa chamado Jovem Integrador que vai pegar na mão dessas pequenas empresas para apoiá-las na parte técnica, comercial, gestão e marketing, a fim de contribuir para eles superem os desafios de se empreender no país e sobreviva aos obstáculos de uma empresa iniciante”, conta Camila.

Pontos de atenção na lei 14.300

Embora a decisão do regulador tenha trazido avanços importantes na esfera regulatória, ainda há pontos críticos a serem ajustados na legislação, avalia Camila.

A eliminação da cobrança em duplicidade do custo de disponibilidade e da chamada TUSD Fio B, encargo pelo uso da rede, é um desses avanços estratégicos. “Com isso, o risco de se inviabilizar a geração própria de energia solar para a maioria da sociedade brasileira foi afastado, trazendo mais segurança para os consumidores investirem na tecnologia fotovoltaica”, diz a executiva.

Ela menciona, entre os pontos críticos ainda pendentes da regulação da lei 14.300, dois merecem atenção em especial: a cobrança de demanda do consumidor da baixa tensão e as restrições ao uso do sistema de compensação de energia elétrica para o consumidor optante B. As discussões agora estão no Congresso Nacional.

Mas mesmo no cenário atual, a perspectiva é de crescimento. “A geração distribuída solar é, e continuará sendo, uma excelente solução para economizar na conta de luz e contribuir para a sustentabilidade do Brasil. Acreditamos que a GD solar se manterá competitiva e o mercado continuará crescendo no país”, diz Camila.

A distribuidora registrou, em 2022, aumento de 80% em seu faturamento em relação a 2021, com 160 MW comercializados em kits solares. O crescimento ficou acima do próprio mercado de geração distribuída que no ano passado cresceu 70%.

A preferência dos integradores atendidos pela WIN tem sido por módulo de potência de 550W, em média. O portfólio da distribuidora abrange módulos com potências de 455W a 665W, sendo esses últimos mais usados em usinas de solo. “O share do string versus a tecnologia MLPE fica em torno de 60% a 40% aqui na WIN. E as expectativas é que esse número se mantenha. Vamos lançar em nosso portfólio em breve, carregadores para carros elétricos”, conta Camila.

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