A transição energética é um dos temas centrais do setor de saneamento e da infraestrutura brasileira, especialmente em um cenário no qual empresas públicas e privadas buscam conciliar eficiência operacional, redução de custos e compromisso ambiental. Nesse contexto e com investimento aproximado de R$ 13 milhões, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) concluiu a Usina Fotovoltaica de Cachoeira Paulista, um projeto de 2,5 MW realizado pela TAB Engenharia que se tornou um dos maiores empreendimentos de geração distribuída da companhia. Localizada próxima a uma estação de captação de água, em um terreno sujeito a alagamentos e com vegetação a ser preservada, a usina exigiu soluções de engenharia sofisticadas, planejamento detalhado e inovação tecnológica para garantir operação contínua e segura.
A pv magazine Brasil conversou com Michel Kazmierski, CEO da TAB Energia, responsável pelo projeto, para entender os desafios enfrentados, as soluções adotadas e a perspectiva da empresa sobre o mercado de geração distribuída e armazenamento de energia no Brasil.
Terreno e soluções de engenharia
O projeto apresentou desafios significativos desde a concepção. O terreno irregular exigiu movimentação de 16 mil metros cúbicos de terra, soluções de drenagem e contenção, além de redundâncias civis para garantir que nenhuma condição climática adversa comprometesse o desempenho do ativo durante os 36 meses de operação e manutenção previstos. “Desenvolvemos soluções sofisticadas que permitiram manter a operação plena mesmo diante de riscos de alagamento e preservação da vegetação local”, comentou Kazmierski.
Apesar de furtos durante a obra e mesmo na operação, incluindo o roubo de um inversor, a geração da usina não foi impactada, mantendo excedente de energia e atendendo a todas as metas contratuais.
Estrutura técnica e operação
A usina conta com 4.546 módulos bifaciais Trina Solar de 695 W, inversores de 250 kW em 800 V dois transformadores de 1,25 MW cada. A estrutura é fixa e o projeto atende ao regime de autoconsumo, suprindo diversas unidades consumidoras da Sabesp em baixa tensão.
Para garantir monitoramento contínuo, a TAB desenvolveu software próprio de gestão da usina, integrado a câmeras de alta tecnologia com infravermelho e rastreamento, além de segurança física no local. A empresa mantém rotinas preventivas e preditivas, incluindo roçada, limpeza, aferição de tensão e corrente e inspeções por termografia, assegurando desempenho operacional mesmo diante de furtos temporários.
Gestão de pessoas e HSE
O projeto envolveu cerca de 45 profissionais de diversas especialidades no pico da obra e adotou práticas de Health, Safety, and Environment (HSE), que em português significa Saúde, Segurança e Meio Ambiente (também conhecida pela sigla SSMA) implementadas incluem Diálogos Diários de Segurança (DDS), campanhas mensais de conscientização, destinação correta de resíduos e atenção ao bem-estar da equipe. “Investir em segurança e bem-estar dos colaboradores não é apenas uma obrigação legal, mas uma forma de gerar valor e eficiência operacional. Recebemos elogios de investidores internacionais por essas práticas”, explica Kazmierski.
Do ponto de vista ambiental, a usina contribui para reduzir a emissão de milhares de toneladas de CO₂ ao longo de sua vida útil, substituindo parte da energia elétrica proveniente de fontes fósseis. A iniciativa reforça o compromisso da SABESP junto aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente energia limpa e acessível (ODS 7), consumo e produção responsáveis (ODS 12) e ação contra mudanças climáticas (ODS 13).
Segundo Kazmierski, “mais do que reduzir custos, a energia solar permite que a empresa se alinhe à agenda ESG e fortaleça sua imagem institucional perante a sociedade”.
Com essa entrega, o parque de usinas solares da Sabesp soma 33 unidades, totalizando a capacidade de geração de 46,85 MW, o equivalente a abastecer uma cidade com o porte de Socorro, interior de São Paulo, com 40.122 habitantes.
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