A Jinko Solar enviou 3.402 MWp de módulos para o Brasil em 2023, liderando o ranking das 10 marcas que forneceram mais os equipamentos para o mercado brasileiro no ano passado. Foi um crescimento de 10% em relação aos 3.065 MW fornecidos em 2022, em um ano no qual as importações totais caíram ligeiramente, de 17,8 GWp para 17,5 GWp em 2023.
Nesta entrevista, o head de Vendas em Geração Distribuída da companhia no Brasil, Matheus Cerutti, conta à pv magazine sobre as estratégias da companhia para se manter na liderança do mercado e as perspectivas para este ano.
Quais foram as principais estratégias da Jinko para manter a liderança no fornecimento de módulos no Brasil em 2023?
Foi por meio de uma combinação de estratégias: presença local forte estabelecida por um time completo, permitindo que a empresa atenda melhor o mercado local e responda rapidamente às necessidades dos clientes; produtos de alta qualidade e confiáveis; parcerias estratégicas com os principais e mais relevantes distribuidores e desenvolvedores; Tecnologias inovadoras através de contínuos investimentos em pesquisa e desenvolvimento que oferecem o que há de mais avançado em eficiência e desempenho; preços competitivos e menor LCOE; Suporte pós-venda e garantia que trazem confiança e tranquilidade aos nossos clientes; Práticas sustentáveis, sendo a primeira fabricante com capacidade de produção de módulos com 0 pegada de carbono.
Como foram divididos os embarques da Jinko entre Geração Distribuída e Geração Centralizada em 2023? Como essa divisão deve ficar em 2024?
Em 2023, tivemos 20% destinados a GD e 80% para GC. Em 2024, esperamos uma maior representatividade no segmento de Geração Distribuída.
Quais são as expectativas da empresa para o mercado brasileiro esse ano?
Temos ainda alguns desafios provindos de 2023, como o baixo preço dos PPAs, juros altos e dificuldade de acesso aos canais de financiamento, gargalos nos processos de parecer de acesso, falta de clareza nas novas diretrizes do marco legal e incertezas em relação a cadeia de custos de produção (em especial, o polissilício). Mesmo assim, esperamos que o mercado continue a crescer de forma constante à medida que a demanda por energia solar aumenta no país.
Quais segmentos estão gerando mais negócios? Você percebe mudanças nos fundamentos do mercado em comparação com o ano passado?
Os projetos residenciais continuam com uma crescente demanda impulsionada pela procura por alternativas de energias mais econômicas e sustentáveis. O segmento comercial e industrial tem crescido significativamente. As empresas estão adotando a energia solar como forma de reduzir custos operacionais e aumentar a sustentabilidade. Já nos projetos de grande escala, vemos um amadurecimento do mercado buscando módulos mais confiáveis e mais eficientes.
Em relação aos fundamentos, vemos que o governo continua a apoiar o desenvolvimento de energias renováveis, no entanto, alterações nas políticas e regulações podem impactar o ritmo de crescimento. As mudanças nos preços de energia também podem afetar a atratividade no setor. A agenda ESG e os avanços tecnológicos são fatores que podem impulsionar a busca por energias cada vez mais limpas e eficientes.
Quais produtos a empresa está trabalhando para o Brasil em 2024? Tem algum lançamento planejado?
O foco da Jinko sempre está no aumento de eficiência do módulos, consequentemente aumentando a potência sem aumentar suas dimensões. Para rooftop, temos os módulos de 54 células all-black, que além de muito eficientes, têm um apelo estético e fácil manuseio na instalação. Para os projetos de solo, nosso carro-chefe é o 66 células, que vai atingir até 625w até o final do ano mantendo basicamente as mesmas dimensões do 72 células. Como lançamento esse ano, temos a família Tiger NEO Green, que são os módulos produzidos somente com energias limpas em toda a cadeia de fabricação sendo os primeiros do mercado com pegada zero de carbono.
Como você percebe a procura por projetos de armazenamento?
A busca por projetos de armazenamento está ganhando importância no mercado à medida que as novas tecnologias avançam e a demanda por esse tipo de solução cresce. A combinação da energia fotovoltaica com as baterias traz uma série de benefícios, desde estabilização da rede até um melhor equilíbrio entre eficiência e custo. De qualquer forma, ainda aguardamos uma regulamentação voltada a essa aplicação para ver o mercado de fato deslanchar.
A Jinko já forneceu baterias para projetos no Brasil, você pode nos contar um pouco sobre eles?
Desde o ano passado, temos fornecido Energy Storage Systems para alguns projetos off-grid no Brasil. Oferecemos soluções de armazenamento integradas aos sistemas de geração de energia solar com produtos adaptados para atender as diversas necessidades dos clientes. Assim como os módulos, priorizamos a qualidade e confiabilidade nas soluções de armazenamento, projetadas para uma longa vida útil e desempenho consistente.
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