Qualificação de profissionais no mercado de energia solar

Qualificação de profissionais no mercado de energia solar

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O mercado de energia solar ainda é jovem no Brasil, sendo a qualificação dos profissionais um dos temas mais debatidos entre os seus líderes. Como contratar pessoas qualificadas que entregam resultados e ainda conseguir aproveitar as oportunidades que o setor oferece? Essa parece ser uma das tarefas mais difíceis para todas as empresas, seja em pequenos negócios ou grandes corporações. Começando pelos principais erros, é possível citar o baixo nível médio de investimento em treinamento e capacitação.

Pesquisas do setor mostram que os colaboradores dedicam pouco tempo ao aprendizado e as empresas não investem o suficiente. Mesmo com o crescimento da oferta de cursos e treinamentos, especialmente on line, há muita negligência. A maior parte dos gestores procura colaboradores já formados e prontos, com conhecimentos específicos e experiência prévia nas funções, quando abrem um processo seletivo. Além disso, muitas empresas não trabalham esse conceito, entrevistando poucas pessoas e escolhendo apenas por aptidões técnicas.

Gestores procuram profissionais pela internet ou pedem indicação. Aqui está um risco muito grande, especialmente com histórico de bons resultados anteriores ou “carteira de clientes”. Não que isso seja desprezível, de forma alguma, indicação pode ser um pilar muito importante, porém nunca deve ser o único. Muito menos resultados anteriores. Muda a empresa, muda o ambiente, muda a motivação, mudam os produtos e os níveis de qualidade dos serviços: muda tudo.

Os gestores precisam investir tempo e recursos nos processos de seleção e avaliar não apenas as experiências anteriores, mas também a capacidade do profissional de resolver novos problemas, adaptação a novas tecnologias e ferramentas. Esse momento do mercado está mostrando que os profissionais com maior estrutura de aprendizado, motivação para aprender e compartilhamento dos propósitos da empresa são os que mais entregam resultados.

Como dizer que o mercado não tem bons profissionais se um processo seletivo avalia apenas cinco pessoas? Como concluir que as pessoas demoram para aprender se não há treinamento adequado? Como um gestor pode cobrar resultados se não tem os mecanismos para garantir volume de trabalho?

Empresas precisam atuar no ambiente para que as pessoas trabalhem motivadas e com propósito, entendendo as demandas individuais e do grupo, colocando metas aderentes e quantificáveis. A maior parte dos gestores cobra apenas resultados, quando na verdade o resultado depende de ações diárias organizadas e bem monitoradas. Dessa forma, as pessoas podem se desenvolver e atingir resultados extraordinários.

É muito mais importante, por exemplo, que um engenheiro eletricista tenha sólidos conhecimentos em instalações elétricas e cálculos do que especificamente em um determinado software. E isso por um motivo muito simples: o software e todas as ferramentas mudam. E cada vez mais rápido. As tecnologias evoluem e novos produtos surgem. O que mais dá resultado é a capacidade de aprender o novo, o quanto antes. Em vendas, além de novas técnicas, os próprios consumidores evoluem e um argumento que funcionava seis meses atrás pode não dar resultados hoje.

O nível de conhecimento sobre o mercado solar evoluiu muito nesta última década e vendedores que não se atualizam não conseguem fechar negócios. Além disso, as empresas sempre devem estar procurando novos serviços e modelos de negócios. Provavelmente os produtos e serviços que qualquer empresa trabalha hoje serão bem diferentes em três ou cinco anos.

As únicas certezas que temos são: tudo muda o tempo todo e aquele que mais se adapta é o que sobrevive. Enquanto as empresas não investirem em processos seletivos eficazes, contratando devagar e com critérios, considerando mais as capacidades de aprendizado e não apenas a experiência anterior, a sustentabilidade nos negócios estará ameaçada. Quem percebe isso consegue navegar melhor pelas crises e superar os desafios diários. Esse é o único caminho para o sucesso a longo prazo.

Pedro Drumond Junior é Coordenador da ABSOLAR e diretor executivo da RH Renováveis, empresa especializada em contratações e serviços de gestão de pessoas para o mercado de energia. Engenheiro eletricista, mestre e doutorando em Planejamento Energético, trabalhou por 10 anos no setor elétrico e atua com energia solar desde 2015.

Os pontos de vista e opiniões expressos neste artigo são dos próprios autores, e não refletem necessariamente os defendidos pela pv magazine.

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