Recorde de migrações de consumidores ao mercado livre de energia

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Cresce em ritmo acelerado o número de empresas brasileiras que optam pelo mercado livre de energia, no qual é possível escolher o fornecedor e negociar condições personalizadas de contratação do insumo. De janeiro a agosto de 2023, mais de 4,8 mil unidades consumidoras aderiram ao segmento, no maior ritmo de migrações de toda a história. Em apenas oito meses, o volume de ingressantes já superou o registrado no ano passado inteiro (4,6 mil), segundo os dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Com esse recorde, o ambiente acumula 35.542 consumidores e já responde por cerca de 37% do consumo total de energia do país. São indústrias e empresas de grande e médio porte, a maioria dos ramos de Comércio e Serviços, que buscam maior liberdade de escolha.

Migração da alta tensão a partir de 2024

A vice-presidente do Conselho de Administração da CCEE, Talita Porto, explica que há um maior interesse porque “o cenário climático favorável e a manutenção de um crescimento baixo da demanda nos últimos anos reduziram os preços [no mercado livre], tornando as negociações no segmento muito competitivas. Além disso, vemos um empenho das comercializadoras em alcançar públicos de menor porte, já de olho na abertura prevista para janeiro de 2024”, destaca.

Atualmente, existem 202 mil pontos de consumo ligados na alta tensão. Desse total, de acordo com as estimativas da CCEE, 165 mil unidades ainda estarão no mercado regulado ao final de 2023. Entre essas cargas, a CCEE projeta que até o fim de 2023, 93 mil se beneficiarão do modelo de micro e minigeração distribuída, que tem a possibilidade de migrar, mas devem ter pouca viabilidade econômica para realizar essa mudança. Ficam, portanto, as 72 mil fábricas, escritórios e estabelecimentos comerciais com potencial para aderir ao segmento livre a partir de janeiro do ano que vem.

Há um movimento do setor para flexibilização dos critérios de entrada nesse ambiente. A CCEE faz parte dessa força-tarefa e tem contribuído com o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para uma redução dos requisitos, para que mais consumidores possam acessá-lo. O esforço já resultou na Portaria MME nº 50/22, que a partir do ano que vem permitirá que todos aqueles conectados na alta tensão possam escolher se querem migrar.

A Câmara, que é a organização responsável por tornar possível a compra e a venda de energia no país, também já tem se preparado e reforçado suas operações para receber os novos entrantes do segmento e lançou neste ano um novo modelo de assinatura eletrônica avançada, que utiliza tecnologias de blockchain para permitir que os documentos sejam firmados rapidamente e com segurança.

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