Há algo entre 7 GW e 8 GW de projetos de geração distribuída compartilhada, enquadrados nas regras anteriores à Lei 14.300 (GD I) – com compensação integral dos créditos de energia – em pipeline para serem construídos entre 2023 e 2024. Esses projetos demandariam investimentos da ordem de R$ 40 bilhões, sendo que muitos deles já contam com financiamento, diz o diretor da Greener, Marcio Takata.
“Ainda há uma quantidade razoável de pedidos de parecer de acesso a serem analisados pelas distribuidoras. O estoque de GD I para acontecer ainda é muito grande. A questão é como estruturar esse volume de projetos para construção, como avaliar o valor desses projetos para um M&A”, comenta. A partir da emissão do parecer de acesso, as empresas têm 12 meses para a construção, no caso de projetos com mais de 75 kW.
Há diversos modelos de negócios para esses projetos, destaca o diretor da Greener, com empresas mais verticalizadas, que atuam desde o desenvolvimento até operação da usina, e empresas especializadas nas diversas etapas, como desenvolvimento de projeto, comercialização, operação e gestão de créditos – “muitas empresas estão se especializando nessa gestão, porque são milhares de consumidores”.
As oportunidades desses modelos de negócios serão detalhadas no Greener Summit, evento que será realizado nos dias 16 e 17 de maio, em São Paulo (SP), que também mostrará as tendências e projeções do mercado solar para usinas de grande porte, os cenários de preços e investimento e da abertura do mercado livre.
De acordo com Takata, o interesse por aquisição de novos projetos com o pedido de parecer de acesso enquadrado na GD I segue alto. Em alguns casos, há mais clientes interessados na geração compartilhada do que projetos. Ele acrescenta que uma boa parte desses projetos modelados para geração compartilhada já tem funding.
Novas conexões em 2023
Até que os projetos sejam refletidos nas novas conexões de geração distribuída ainda deve demorar alguns meses ou até mais de um ano, mas a modalidade já vem mostrando um crescimento mais acelerado que os demais modelos de geração distribuída nos primeiros meses de 2023.
A geração distribuída compartilhada, em que consumidores de diferentes CPFs ou CNPJs compartilham os créditos de energia gerados por uma mesma usina, cresceu 191% entre janeiro e abril deste ano, na comparação com igual período de 2022. Foram 19,830 MW e 6,805 MW, respectivamente (dados consultados em 09/05). Em média, os 1.156 sistemas de geração compartilhada instalados em 2023 até abril, segundo os dados da Aneel, têm 17 kW de capacidade cada.
As modalidades de autoconsumo remoto e de geração na própria unidade consumidora cresceram mais discretamente, em torno de 24%, entre janeiro e abril, embora os números absolutos sejam mais expressivos. Essas modalidades acrescentaram, respectivamente, 579 MW e 2.076 MW.
Em 2022 todo, foram instalados 33,6 MW na modalidade de geração compartilhada. Se continuar no ritmo dos primeiros quatro meses, a geração compartilhada adicionaria 60 MW em 2023, mas historicamente o segundo semestre é mais forte para a conexão de novas usinas. Além disso, a janela de oportunidade para esse modelo de negócios pode acelerar as instalações até 2024.
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