Brasil recua uma posição em índice de atratividade para investimentos em renováveis

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O Brasil se manteve como o principal mercado da América Latina para investimentos em fontes renováveis de energia no ranking do RECAI, da consultoria global E&Y. No entanto, o país perdeu uma posição, saindo de 13º para 14º colocado. Em 2016, o país chegou ao 6º lugar do ranking que desde 2003 classifica os 40 maiores mercados do mundo em relação a sua atratividade e oportunidades de investimentos em energias renováveis. Considerando o ranking por tecnologias, o país tem a 9ª maior pontuação em atratividade para solar fotovoltaica. 

Em sua análise específica sobre o país, o relatório destaca a baixa demanda de energia nos leilões do governo federal. O leilão de energia A-4 em maio teve um tamanho pequeno, contratando projetos com capacidade combinada de 947,9MW. A biomassa superou a eólica e a solar, com 407 MW de capacidade, a R$ 314,93/MWh (US$ 60,9/MWh). A energia hidrelétrica de pequeno porte somou 189,7 MW, eólica 183,1 MW e solar 166,1 MW. PCHs venderam energia a R$ 281,65/MWh (US$ 54,5/MWh), enquanto eólica e solar venderam energia a R$ 178,84/MWh (US$ 34,6/ MWh). Para eólica e solar, os contratos marcam uma queda significativa face à 2021, quando foram viabilizados 581 MW de nova capacidade eólica e 518 MW de solar. 

Por outro lado, o relatório destaca o desenvolvimento de um mercado de hidrogênio verde no país, citando os dois memorandos de entendimento (MoUs, na sigla em inglês para memorandum of understanding) assinados pelo governo do estado do Ceará, para o desenvolvimento de um novo centro de hidrogênio verde no Porto de Pecém. Além dos MoUs com Nexway e Energy Vault, o governo do estado diz que se prepara para assinar MoUs com outras quatro empresas para o complexo portuário. Os portos do Ceará são os mais próximos da Europa na América do Sul e, consequentemente, a expectativa é que o hub de hidrogênio verde seja estruturado em torno das exportações. 

Apesar da contratação mais tímida em leilões, a geração solar centralizada – assim como a eólica – tem apoiado sua expansão em contratos no mercado livre. Neste ano, 1,7 GW de usinas solares foi adicionado ao sistema interligado para atender contratos fechados fora do mercado regulado, contra 485 MW de  projetos contratados em leilões. No ranking separado de atratividade para PPAs do E&Y, o Brasil manteve a posição do relatório anterior, em 13º.

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