MTR Solar deixa a distribuição e foca na comercialização de estruturas fixas e trackers

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A MTR Solar, empresa que antes atuava como distribuidora de soluções fotovoltaicas, concluiu em 2025 uma profunda transformação estratégica, reposicionando-se para focar exclusivamente no desenvolvimento e fabricação de estruturas fixas e trackers de alta performance, projetados especificamente para as condições brasileiras. Essa mudança, que concentrou a operação no seguidor solar desenvolvido 100% no Brasil, permitiu à empresa otimizar processos, direcionar investimentos para engenharia e fortalecer seu portfólio, consolidando a MTR como um player com foco em estruturas.

O CEO da MTR Solar, Thiago Rios, destaca a importância dessa transição. “Após ciclos atuando como uma distribuidora one stop shop, entendemos que o maior valor que entregamos ao mercado está no desenvolvimento e a fabricação de estruturas fixas e trackers de alta performance, projetados especificamente para as condições brasileiras.” Ele ressalta que, mesmo em um cenário de transição, a empresa manteve em 2025 o mesmo volume de fornecimentos de 2024, mantido por contratos vigentes com grandes players do mercado.

Mas o ano de 2025 foi marcado por desafios significativos para o setor solar. A inversão de fluxo nas redes das distribuidoras, a dificuldade de financiamento e o excesso de energia disponível em algumas regiões impactaram as vendas. A MTR estima que o volume de novos projetos caiu cerca de 30% em relação a 2024. “O desafio principal foi ajustar a empresa ao novo posicionamento, reorganizando áreas internas e priorizando projetos estratégicos”, afirma Rios.

Thiago Rios,CEO da MTR Solar.

Imagem: MTR Solar

Apesar do cenário, a MTR encerrou 2025 com um portfólio mais robusto e uma entrega mais eficiente, preparada para atender um mercado que exige qualidade, nacionalização, rastreabilidade e alta performance estrutural. A média de potência dos sistemas mais vendidos pela MTR se manteve próxima de 3 MW, concentrando a maior parte da demanda em usinas de pequeno e médio porte.

Por meio de uma das empresas do grupo MTR Solar, a Efisiensi Energy, consultoria especializada em eficiência e gestão energética e soluções estruturadas em energia, foi possível identificar que a busca por sistemas fotovoltaicos associados a baterias mais que dobrou em comparação com 2024. Rios observa que “esse movimento foi impulsionado pela maior preocupação dos consumidores com estabilidade energética, gestão de demanda e redução de impacto em regiões onde há restrições de conexão ou inversão de fluxo nas distribuidoras.”

A companhia avalia que 2026 será um ano de retomada do crescimento do mercado solar, com um ambiente mais favorável para novos investimentos e linhas de crédito mais acessíveis e estáveis. “Acreditamos que o ambiente será mais favorável para novos investimentos, com empresas mais confiantes para avançar em projetos e com linhas de crédito mais acessíveis e estáveis”, projeta Reis.

Entre as principais oportunidades para o mercado fotovoltaico, afirma o CEO da MTR, destacam-se os projetos híbridos, especialmente a integração com sistemas de armazenamento. A isenção de impostos das baterias, impulsionada pela Lei 15.269 (antiga MP 1.304), pode ser um divisor de águas. “Com a sanção presidencial que cria diretrizes para a regulamentação e incentivo para sistemas de armazenamento em bateria, a expectativa é de um crescimento muito acelerado na adoção, semelhante ao que ocorreu com os módulos fotovoltaicos”, explica Rios.

A meta para o próximo ano é manter os níveis de fornecimento alcançados em 2024. No campo tecnológico, a principal aposta continua sendo a otimização de custos e eficiência dos produtos, com foco no desenvolvimento de estruturas mais competitivas, engenharia aprimorada e processos produtivos automatizados.

“Também estamos investindo em sistemas de IA aplicados tanto ao desenvolvimento das estruturas quanto ao desempenho operacional das usinas”, revela Rios. Ele reforça a visão de que “a combinação entre engenharia de alta performance, automação e inteligência artificial será determinante para elevar a produtividade das usinas solares no Brasil, afirma o executivo.

Com a nova diretriz estabelecida em 2025, a MTR não planeja diversificar para outras frentes de negócio. “O objetivo é manter o foco total nas estruturas solares, que são o nosso core business e onde entregamos excelência técnica, nacionalização, engenharia especializada e alta confiabilidade”, conclui Thiago Rios, enfatizando que a especialização é a melhor estratégia para superar os desafios do mercado e fortalecer a liderança da MTR em soluções estruturais para projetos solares.

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