A Celesc, responsável pela distribuição de energia elétrica em Santa Catarina, em parceria com o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), está em fase avançada de instalação da primeira microrrede do Brasil a integrar energia solar e hidrogênio verde com automação inteligente, um passo estratégico na transição energética nacional.
O projeto, que teve início no segundo semestre de 2023, já alcançou 78% de execução neste mês e deve entrar em operação piloto em janeiro de 2026. Com investimento de R$ 9,25 milhões, o programa integra geração solar, banco de baterias e eletrólise da água para criar uma microrrede capaz de produzir, armazenar e gerenciar energia 100% limpa e renovável.
O laboratório é ligado ao INCT CAPE (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Controle e Automação de Processos de Energia) e faz parte do Programa de Formação de Engenheiros em Automação, Controle e Instrumentação para Transformação Digital e Transição Energética, financiado pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis).
A microrrede será implantada no interior de Faxinal dos Guedes, no Oeste catarinense, dentro da Usina Hidrelétrica Celso Ramos. Antes da instalação definitiva, os equipamentos passam por testes no Parque Tecnológico de Itaipu, no Paraná — etapa que permite avaliar o desempenho de cada componente e ajustar o sistema antes de levá-lo a campo.
De acordo com o engenheiro elétrico da Celesc e coordenador do projeto, Igor Kursancew Khairalla, um algoritmo desenvolvido pela Celesc atua como um gestor digital da microrrede, que monitora em tempo real, a irradiação solar, o nível de consumo, a disponibilidade de baterias e o estoque de hidrogênio, para determinar automaticamente qual fonte de energia deve ser acionada a cada instante.
“Nos momentos de máxima irradiação solar, a gente produz o hidrogênio, que é armazenado para quando não tiver sol. O diferencial está na otimização do sistema: quando aproveitar a energia solar, quando produzir hidrogênio, quando transformar hidrogênio em energia e quando usar bateria”, explica.
A inteligência torna o modelo replicável para outras regiões do Brasil. “Quando o projeto terminar, o algoritmo poderá ser aplicado em diferentes matrizes, seja eólica, solar ou hidrelétrica”, completa o engenheiro.
A expectativa é que, após a fase piloto em Faxinal dos Guedes, o sistema sirva de referência para a criação de outros polos de energia limpa no Brasil, estimulando novas políticas públicas e a nacionalização da tecnologia.
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