Brasil importa 10,6 GW de módulos solares no primeiro semestre, com retração a partir de abril

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O Brasil importou 10,6 GWp de módulos fotovoltaicos no primeiro semestre de 2025, segundo o novo estudo estratégico de Geração Distribuída da Greener. O volume é ligeiramente menor que o registrado no primeiro semestre de 2024, quando país importou 10,7 GWp de módulos. Ao todo, em 2024, foram importados 22,3 GWp de módulos.

Houve uma corrida nos primeiros três meses do ano para garantir descontos ainda disponíveis sobre o Imposto de Importação, que passou de 9% para 25%. O segundo trimestre do ano seguiu com uma desaceleração nas importações de módulos, revertendo uma tendência de aumento dos quatro trimestres anteriores, com queda de 38% em relação ao primeiro trimestre e volumes mensais abaixo de 1 GWp, patamares de 2022.

Dos 10,6 GWp importados, 78% (8,2 GWp) foram destinados ao mercado de geração distribuída. A proporção é maior que em igual período de 2024, quando foram 70% das importações (7,5 GW) foram para o segmento.

Mudanças na liderança do mercado

Há um concentração menor de fabricantes dos módulos importados no primeiro semestre de 2025, em comparação com igual período no ano passado. Os TOP 10 fabricantes somaram 6,4 GWp no primeiro semestre, quase 16% menos que em igual período de 2024 (7,6 GWp).

Aparecem na liderança JA Solar (835 MWp), Astronergy (803 MWp) e Eging (800 MWp) no primeiro semestre desse ano, com pouco mais de 800 MWp cada. No ano passado, as três principais fabricantes enviaram mais de 1 GWp para o Brasil em igual período: JinkoSolar (1.220 MWp), JA Solar (1.155 MWp) e TrinaSolar (1.070 MWp).

Neste primeiro semestre, a Trina saiu do terceiro para o quinto lugar em participação nas importações, enquanto a Jinko saiu do primeiro para o nono.

O peso dos impostos

Atualmente, o custo para nacionalização de módulos fotovoltaicos, considerando II, PIS/Cofins e custos logísticos internos, corresponde a 44% do valor CIF do produto, que já inclui o frete marítimo e seguro. O aumento da alíquota do II de 9% para 25% pesa no custo final mas, na análise da Greener, foi atenuado pela retração do preço dos módulos e do frete marítimo.

Importadoras de módulos foram isentas desta alíquota por meio de uma cota da ordem de US$ 1,014 bilhão válida até o dia 30 junho de 2025, mas que se esgotou antes disso. Inicialmente, o governo federal havia determinado mais dois períodos de cotas para as importadoras, gradualmente menores até 2027, mas esses novos períodos foram cancelados.

Em julho de 2025, o governo restabeleceu cotas com redução de alíquota de II exclusivamente para projetos de geração centralizada que já tinham contratos de uso do sistema de transmissão assinados com garantias aportadas e que tiveram prazos para entrada em operação prorrogados conforme a MP 1212.

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