A isenção de 25% do imposto de importação por meio do regime de ex-tarifário, aplicado quando não há produção nacional equivalente, tem se mostrado um impulso importante para a competitividade da tecnologia HJT (heterojunção) no mercado brasileiro. Essa vantagem tributária, combinada ao desempenho energético superior em relação aos módulos TOPCon, torna o HJT uma alternativa promissora tanto para grandes usinas quanto para aplicações em telhados.
“Embora a tecnologia HJT tenha um custo de aquisição 10% a 20% maior do que o painel TopCon, é uma aquisição que compensa a longo prazo devido ao ganho energético de 15% a 18% (chegando a 20%), além da maior vida útil do módulo”, diz à pv magazine Brasil o country manager da Huasun no Brasil, Vinícius Luiz. O desafio da empresa está em convencer um mercado ainda muito centrado no preço de aquisição, avalia o executivo.

Imagem: Huasun
Desempenho técnico e viabilidade econômica
A empresa intensificou suas operações comerciais no país a partir do final de 2024, com a meta de fornecer mais de 1 GW em módulos até o fim de 2025. “Acreditamos na superioridade da tecnologia HJT, que oferece uma vida útil maior e um rendimento significativamente superior, compensando o investimento inicial, mesmo sem a isenção de impostos”, afirma Luiz. “Para usinas de grande porte, esses atributos garantem um retorno mais saudável do investimento.”
A estratégia da Huasun para crescer no Brasil inclui parcerias com players que compreendam o valor agregado da tecnologia. Segundo Luiz, “além da parceria com a multinacional brasileira WEG, a fabricante conta com a BelEnergy para distribuir seus módulos de forma eficiente para os melhores integradores e varejistas do mercado brasileiro.”
Com a crescente demanda, a empresa já iniciou processos seletivos para ampliar sua equipe no país, reforçando sua intenção de manter uma presença sólida e duradoura no mercado nacional.
Sustentabilidade e Perovskita como diferenciais
A Huasun adota um processo produtivo mais enxuto, com quatro etapas, frente às doze etapas típicas dos módulos TOPCon, o que resulta em menor emissão de carbono. Essa abordagem rendeu reconhecimento internacional: em abril de 2025, a revista Time elegeu a Huasun como uma das principais empresas Green Tech do mundo. Entre as sete empresas chinesas listadas, foi a única do setor solar fotovoltaico, ocupando a 34.ª posição no ranking geral.
“A classificação considera empresas financeiramente robustas e que atuam ativamente para reduzir seu impacto ambiental, incluindo uso de energia renovável, captura de carbono e programas de compensação”, destaca Luiz.
A Huasun também está investindo em inovação com o desenvolvimento de painéis com células de Perovskita, que prometem alcançar até 800 W de potência e eficiência de até 33%.
Desafios de um mercado focado em preço
Apesar das vantagens competitivas, a empresa reconhece os obstáculos no Brasil. “O mercado brasileiro ainda é muito focado em preço e a compreensão sobre as inovações tecnológicas ainda é limitada. Muitos produtos são desenvolvidos especificamente para o país com foco apenas em custo, sacrificando a qualidade”, aponta Luiz.
Ele também alerta para práticas que podem comprometer a imagem da energia solar. “Temos visto marcas oferecendo células HJT sem a tecnologia adequada, o que leva a produtos que não entregam a potência prometida. A falta de controle de qualidade pode afetar negativamente a percepção do consumidor e a reputação do setor”.
Apesar dos desafios, a Huasun segue otimista quanto ao futuro da energia solar no Brasil. “Mesmo em meio aos desafios, o mercado brasileiro ainda é um campo extremamente fértil para as energias renováveis e estamos animados em fazer parte dessa história com nossos módulos HJT. Por isso mesmo, estamos em processo de contratação de novos colaboradores para atender à crescente demanda do mercado, reafirmando nosso compromisso contínuo da a inovação e a excelência”, avalia o executivo.
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