UCB Power prepara solução de Battery as a Service

Share

Recentemente a companhia brasileira anunciou a captação de R$ 150 milhões junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a expansão das atividades nas fábricas de Manaus e Extrema, com previsão de ampliação de suas fábricas nos próximos anos. A pv magazine Brasil conversou com Ronaldo Gerdes, CEO da UCB, para detalhar o destino dos investimentos, voltados para a fabricação de sistemas BESS e a oferta de Battery-as-a-Service no país.

A empresa prepara-se para introduzir o modelo “Battery as a Service” (BaaS), que oferece contratos de longo prazo e maior segurança para os clientes. Por meio da aquisição da EP Telecom no ano passado, a UCB Power buscou incorporar soluções de blindagem contra furtos e roubos aos seus equipamentos. Esse movimento foi feito para que a companhia possa se preparar para fornecer novos modelos comerciais para o mercado, considerando a segurança ao longo prazo, afinal, o BaaS envolve contratos de até 15 anos.

Ronaldo Gerdes, CEO da UCB Power.

Imagem: UCB Power

“Queremos oferecer essa opção para o cliente, de modo que ele tenha uma instalação segura ao longo do tempo, sem nenhum vandalismo ou roubo. Por isso, fizemos a aquisição de uma solução que nomeamos como USafety, feita para a segurança de baterias. Ao longo de 2025, a UCB tem um plano estratégico de se organizar para a maturidade do mercado de BaaS”, detalha Gerdes.

A fábrica de Manaus se destaca pela produção de baterias estacionárias de lítio, segmento que apresenta crescimento exponencial devido às vantagens tecnológicas em relação às baterias de chumbo. Por outro lado, a planta de Extrema possui uma abordagem mais logística e se prepara para avançar em integrações de sistemas de armazenamento de grande porte, como os BESS.

O potencial dos sistemas BESS

Os sistemas de armazenamento de energia em larga escala (BESS) são uma grande aposta para a UCB Power. Gerdes ressalta que essas soluções incluem software, periféricos e componentes que podem ser fabricados localmente, representando um potencial mais de 50% de nacionalização.

O executivo destaca a portaria publicada pelos Ministérios de Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC) e o da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que estabelece o processo produtivo básico (PPB), uma base para o usufruto de benefícios fiscais, com uma regra para o adensamento de conteúdo local. Dessa forma, no primeiro ano a fábrica pode importar os insumos, mas após o segundo ano é necessário adicionar conteúdo local à produção.

“Por isso, tivemos uma atuação muito forte para tornar a bateria do BESS um diferencial competitivo para atender o PPB, pois a nacionalização desse produto era necessária. Só a célula é importada, todos os outros componentes são brasileiros. Vemos aí um grande diferencial competitivo, pois investimos significativamente no processo de manufatura e treinamento de pessoas especializadas, favorecendo a indústria local”, explica.

Baterias na democratização do acesso à energia

Alinhada aos programas governamentais como o Luz Para Todos, a empresa já forneceu mais de 60 mil sistemas de energia para comunidades isoladas.

“No início, o Luz Para Todos não se comprovava eficiente pois utilizava a tecnologia de chumbo. Na floresta amazônica, o chumbo sofre condições climáticas severas e perde eficiência por sua durabilidade baixa. Com o advento da solução de lítio, conseguimos comprovar eficiência e já temos sistemas operando há mais de 5 anos sem problemas de performance”, explica o executivo.

Essa evolução não apenas promove a sustentabilidade, mas também reduz significativamente os custos para comunidades que não tinham opções além dos geradores caros e ineficientes em regiões remotas, que chegam a ser utilizados durante 23 horas seguidas consumindo diesel, um combustível de preço elevado na região.

Demais inovações e perspectivas para os próximos anos

Outro segmento em expansão da UCB é o de mobilidade. A tecnologia de lítio está sendo adaptada para atender tanto veículos de duas quanto de quatro rodas, consolidando o portfólio diversificado da companhia.

“Nosso objetivo é criar soluções que realmente integrem tecnologia, sustentabilidade e impacto social. Baterias de lítio requerem um time expert de integração das soluções, e temos essa vantagem de contar com pessoas altamente capacitadas para a montagem da solução de armazenamento de energia. A nossa solução nacional já chega ao cliente engenheirada, desde a fabricação até a instalação e integração”, diz Gerdes.

O setor solar já demonstra interesse na estratégia de oferecer soluções de armazenamento modernas de lítio para substituir as baterias de chumbo, e a UCB Power também aposta nisso. “Principalmente no segmento de Telecom, onde a maioria ainda possui soluções de backup que utilizam a tecnologia de chumbo. Os geradores a diesel também podem ser substituídos por sistemas de armazenamento de energia. Optar por soluções de backup mais sustentáveis e duradouras é uma grande tendência, especialmente em sistemas isolados, como na Amazônia. Essa é uma vertical que a UCB tem trabalhado em sintonia com as políticas de incentivo, de redução do subsídio do diesel”, conclui o CEO da UCB Power.

Destravando o mercado de armazenamento no Brasil

No próximo dia 29/01, às 10 horas, em webinar realizado pela pv magazine Brasil, a TBEA mostrará como as baterias são ferramentas chave para descarbonizar, modernizar e flexibilizar o sistema elétrico brasileiro. Inscreva-se aqui!

Este conteúdo é protegido por direitos autorais e não pode ser reutilizado. Se você deseja cooperar conosco e gostaria de reutilizar parte de nosso conteúdo, por favor entre em contato com: editors@pv-magazine.com.

Conteúdo popular

Problemas operacionais atingem retornos em um quinto dos projetos de armazenamento de baterias
14 outubro 2025 Um relatório recente da empresa de inteligência de baterias Accure revela que, embora a maioria dos sistemas de armazenamento de energia de bateria (B...