Segundo estudo inédito da consultoria CELA (Clean Energy Latin America), especializada em assessoria financeira e consultoria estratégica para empresas e investidores do setor de energia renovável no Brasil e no mundo, os acordos com fusões e aquisições no setor de energias renováveis somam cerca de R$ 50 bilhões acumulados no Brasil nos últimos nove anos.
Somente no recorte dos últimos 24 meses, entre 2022 e 2023, foram mapeadas mais de 60 transações, totalizando aproximadamente R$ 25 bilhões e uma capacidade de 30 GW.
Os dados faz parte do “Panorama de M&As no setor de energias renováveis”, feito de forma independente pela CELA a partir de pesquisas e contribuições dos players dos mercados de solar fotovoltaica e eólica no Brasil. O estudo traz uma análise agregada dos especialistas da CELA de mais de 190 transações.
Foram mapeados mais de 50 gigawatts (GW) de projetos e empresas transacionadas entre 2014 e 2023. Esse total inclui 16 GW de ativos fotovoltaicos envolvendo R$ 10,7 bilhões. Com R$ 8,68 bilhões, a geração solar centralizada correspondeu 17% do volume financeiro total movimentado no período, enquanto a geração eólica concentrou 69%.
Segundo o relatório, entre 2014 e 2023, houve um aumento de mais de 400% no número de transações mapeadas anualmente e um crescimento de mais de 8 vezes na capacidade total, em GW transacionada.
“A análise do total de transações realizadas anualmente por fonte de energia e ambiente regulatório mostra claramente que os últimos nove anos registraram presença crescente de M&As. Destaca-se a presença mais intensa da geração centralizada de 2014 a 2019, o que se deve, em parte, às iniciativas governamentais voltadas para a popularização das energias renováveis no país, como os leilões de energia renovável”, diz a CEO da CELA, Camila Ramos.
Pela análise da CEO da CELA, de 2020 até 2023, o volume de transações se intensificou, por inúmeros motivos, com destaque para o crescimento dos acordos na área de geração distribuída (GD), embora se caracterize por projetos de menor porte. “De todo modo, nesse período, houve um reconhecimento do potencial de crescimento e escalabilidade da GD, sobretudo pelas regras mais vantajosas para tais projetos até o final de 2023”, diz.
No caso do volume financeiro transacionado, os projetos centralizados, sobretudo da fonte eólica, aparecem de forma mais expressiva, dado o tamanho dos empreendimentos e a potência instalada nas usinas de grande escala. “Assim, os valuations totais são diretamente proporcionais a capacidade total transacionada e, consequentemente, mais expressivos para os projetos de geração centralizada”, conclui Camila.
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