O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assinou na quarta-feira (31/1) o Plano de Trabalho para a Aceleração da Transição Energética no Brasil com a Agência Internacional de Energia (IEA). O evento, realizado em Brasília, contou com a presença do diretor-executivo da Agência, Fatih Birol, que ressaltou a liderança e a colaboração brasileira para a transição energética mundial e destacou as oportunidades para o país com a presidência do G20.
O ministro afirmou que o comando do Brasil no G20, incluindo a trilha de energia das 20 maiores economias do planeta, dará ao país a oportunidade de liderar as demais nações com o objetivo de avançar em uma transição energética equilibrada, incluindo as pessoas e ajudando na paz mundial.
“Agora, na presidência do G20, daremos prioridade ao debate sobre os caminhos para acelerar essa transição energética justa, acessível e inclusiva e, se possível, obrigatória”, afirmou Silveira.
O plano orientará a cooperação e as atividades bilaterais entre a AIE e o Brasil no período 2024-2025, fortalecendo o apoio à presidência brasileira da COP30, em 2025. Ele descreve as áreas prioritárias para cooperação na área da transição energética justa e inclusiva, bem como propõe atividades incluindo workshops virtuais e presenciais, diálogos técnicos, consultas, relatórios, sessões de formação e capacitação, entre outros.
“Nosso objetivo é gerar novas oportunidades para as pessoas e monetizar as iniciativas que contribuam para tornar a matriz energética do planeta mais limpa. As políticas públicas que estamos incrementando para acelerar a transição energética serão a mola propulsora da nova economia verde global”, disse Silveira, ressaltando o trabalho do governo também para a descarbonização do setor de transportes.
“Vamos acelerar os mercados regionais e globais para os ‘combustíveis do futuro’ (hidrogênio e biocombustíveis), com foco na descarbonização da indústria, dos transportes e da mobilidade urbana. Nós lançamos no ano passado a mais inovadora e funcional política de valoração econômica dos biocombustíveis. Teremos SAF, diesel verde, etanol de segunda geração”, afirmou.
O ministro ressaltou que a transição energética seguirá dois pilares: a sustentabilidade, que engloba o combate aos efeitos climáticos e a conservação das condições de vida no planeta; e o desenvolvimento econômico com impactos sociais positivos, através do desenvolvimento da cadeia produtiva da nova economia verde.
“Não haverá salvação fora da nova economia sustentável, economia verde. Somente a monetização da indústria verde pelos países industrializados vai inserir os países em desenvolvimento na geração de mais emprego, renda, e assim, fazer acontecer essa transição energética justa e inclusiva que tanto defendemos”, afirmou.
Silveira também destacou que o Brasil vai cooperar com os outros países, principalmente do Sul Global, no combate à pobreza energética.
“Com a nossa experiência, podemos ajudar as demais nações, para além da questão da transição energética, no combate à pobreza energética, se espelhando no nosso Luz para Todos. Estamos junto com a nossa EPE (Empresa de Pesquisa Energética) colaborando com países que ainda enfrentam números preocupantes de famílias sem energia”, comentou.
Protagonismo
O diretor-executivo da IEA, Fatih Birol, afirmou que o Brasil está entrando em um período sem precedentes da história econômica e política nos próximos dois anos. Além da presidência do G20, o país será sede da COP 30, em 2025. O diretor da entidade ainda convidou o ministro Alexandre Silveira para ser o co-líder de Comissão Global dedicada à equidade e à inclusão social como parte da transição energética.
“O Brasil tem que liderar os países emergentes na questão das energias renováveis. A transmissão de energia limpa no mundo não está acontecendo, mas o Brasil tem músculos e lideranças para conduzir um desenvolvimento justo e inclusivo. No G20, espero que o Brasil crie muitos mercados para isso. Temos muitos setores para descarbonizar, como o aéreo e o marítimo. O Brasil tem potencial também de minerais críticos, como o lítio e o cobalto, por exemplo”, afirmou Fatih Birol.
Antes da assinatura do Plano, o ministro Alexandre Silveira e o presidente da IEA se reuniram com presidentes e diretores das principais empresas de energia e combustíveis do país, onde foram destacados os potenciais e as políticas públicas realizadas pelo governo para atrair novos investimentos para o Brasil.
“Uma das mensagens que quero passar é em relação ao momento do Brasil, ao retornar ao palco internacional de forma muito forte. Isso será importante para os investidores no país, que tem um grande potencial energético. Vamos apoiar este ministério e o governo brasileiro para garantir que os objetivos sejam alcançados de forma muito rápida”, disse o presidente da IEA.
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