Índia se juntará à estratégia de hidrogênio verde da Alemanha

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Da pv magazine Global

Os investimentos da Índia em energias renováveis e atualizações de rede fornecem as garantias necessárias para que os investidores financiem projetos de hidrogênio de longo prazo. Ao alavancar empréstimos em dólares e euros, o país visa reduzir riscos e custos, com projetos voltados para a exportação formando um componente-chave de sua estratégia de hidrogênio.

Em outras palavras, os parceiros alemães desempenham um papel crucial na redução dos custos de investimento e possibilitam o lançamento de novos projetos, enquanto o mercado doméstico da Índia oferece as garantias de longo prazo necessárias para o setor. Os palestrantes de uma conferência organizada pela Embaixada da Índia em Berlim, pela Thyssenkrupp e pelo Conselho Mundial de Energia destacaram a posição da Índia como o terceiro maior produtor de hidrogênio cinza, depois da Rússia e da China, e o maior importador mundial de amônia.

“A Índia tem a maior rede elétrica”, disse o embaixador indiano Parvathaneni Harish, acrescentando que a pandemia e um ano de guerra na Europa mostraram a necessidade de reestruturar as indústrias europeias. “Mas os mercados precisam permanecer abertos.”

Os dois países colaborarão não apenas no setor financeiro, mas também no tecnológico.

A Thyssenkrupp, com suas empresas integradas verticalmente na Alemanha e na Índia, detém uma vantagem estratégica. O grupo possui expertise em demanda, oferta e infraestrutura, o que o torna bem posicionado. Ou seja, a empresa precisa de hidrogênio, tem capacidade de produzi-lo por meio da Nucera, uma empresa de eletrolisadores, e já opera infraestruturas de hidrogênio via Uhde. O CEO da Uhde disse que a empresa anunciará em breve uma planta de demonstração para craqueamento de hidrogênio.

Estratégias diversificadas

O Greenko Group, em colaboração com o belga John Cockerill, pretende dobrar sua capacidade de produção de eletrolisadores dentro de alguns meses, de acordo com o fundador da empresa. Eles expressam confiança no mercado indiano e na capacidade de produção.

“Não precisamos de subsídios. Na Índia, o custo do hidrogênio verde sem subsídios já está abaixo de US$ 3/kg”, disse o fundador do Grupo Greenko, Mahesh Kolli.

Índia e Alemanha visam diversificar seus investimentos e estratégia de importação/exportação. As empresas indianas de hidrogênio estão ativamente envolvidas em projetos em Omã e no Egito. Enquanto isso, o governo alemão está desenvolvendo sua estratégia de hidrogênio, com foco em licitações e leilões com vários esquemas. Atualmente, a Alemanha vê a América do Sul, Austrália, Canadá, Namíbia e Mauritânia como seus parceiros ideais de hidrogênio.

“A Índia fará parte da estratégia nacional de hidrogênio da Alemanha. Tenho certeza que sim”, disse Till Mansmann, comissário de inovação para hidrogênio verde no Ministério da Educação alemão.

O físico Mansmann destacou o atraso prolongado da Alemanha nas decisões de investimento, mas enfatizou que a experiência do país com terminais de GNL fomentará a próxima lei de aceleração de hidrogênio.

Os membros do painel enfatizaram que altos funcionários do governo alemão viajam ativamente para moldar essa estratégia, sugerindo que se deve examinar as viagens do chanceler Olaf Scholz e do ministro de Assuntos Econômicos Robert Habeck para compreender a futura estratégia de hidrogênio do país.

“Vamos importar 70% das necessidades de hidrogênio em 2030, e a situação não mudará até 2045”, disse Mansmann.

A conferência não destacou nenhum interesse divergente entre a Alemanha e a Índia no setor de hidrogênio. No entanto, a Índia pretende vender transportadores de energia e produtos de baixo carbono a um preço premium, expandindo sua presença em mercados de maior valor agregado, que historicamente têm sido uma especialidade alemã. Além disso, alguns participantes propuseram a ideia de grandes conglomerados alemães estabelecerem ou utilizarem subsidiárias na Índia.

 

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