Sistemas Isolados terão 180 MW de solar e 308 MWh de BESS até 2028

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A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) publicou, nesta terça-feira (30/12), o Planejamento do Atendimento aos Sistemas Isolados para o ciclo 2026 a 2030. O documento apresenta as projeções de mercado e indica o balanço entre oferta e demanda de energia elétrica para os próximos cinco anos, com foco na segurança do suprimento e no planejamento de leilões de expansão ou substituição de usinas.

O Planejamento do Atendimento aos Sistemas Isolados para o ciclo 2026 a 2030 destaca que a carga, ou a demanda de energia dessas localidades, deve sair de 2,394 GWh em 2026 para 2,268 GWh em 2030, com uma demanda de potência saindo de 421 MW para 400 MW.

Essa queda de demanda está associada à interligação de alguns sistemas isolados ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Entre 2018 e 2025, 110 localidades foram interligadas ao SIN, somando mais de 1,2 milhão de pessoas atendidas. Apenas entre 2023 e 2025, foram 36 localidades interligadas, totalizando 1 milhão de habitantes, incluindo a última capital do país a ser interligada ao SIN – Boa Vista, no estado de Roraima. Essa interligação, concluída em setembro de 2025, resultou em numa carga de energia nos Sistemas Isolados cerca de 50% menor que a verificada no ano de 2025. Até o fim de 2030 estão previstas mais 16 interligações de sistemas isolados ao SIN.

Atualmente, 93% da geração para atendimento aos sistemas isolados vem de fontes fósseis, sendo 70% óleo diesel e 23,1% gás. O planejamento da EPE, no entanto, projeta um crescimento da geração solar e de armazenamento de energia em baterias para atender essas localidades.

O Leilão SISOL 2025, realizado em setembro, contratou projetos híbridos, combinando geração a diesel, solar e sistemas de armazenamento, para seis localidades, sendo cinco no Amazonas e uma no Pará. O leilão exigiu, pela primeira vez, uma participação mínima, de 22%, de fontes renováveis nas soluções contratadas. Como resultado, foi contratado no leilão o maior sistema de Battery Energy Storage System (BESS) do país, com 30 MW, associado à planta solar fotovoltaica em Jacareacanga, no estado do Pará.

Fonte: ONS

Entre 2018 e 2025, as emissões associadas aos sistemas isolados caíram de 3,28 MtCO2e para 2,5 CO2e. Ainda assim, o fator de emissão dos sistemas isolados, em 0,67 tCO2/MWh, permanece consideravelmente acima daquele observado no SIN, em 0,04 tCO2/MWh.

O planejamento também destaca a aprovação de projetos pelo Comitê Gestor do Programa de Redução Estrutural de Custos de Geração de Energia na Amazônia Legal e de navegabilidade do rio Madeira e do rio Tocantins (CGPAL) para atendimento a 14 localidades isoladas. Essas ações incluem a hibridização de usinas a diesel com fontes solares e baterias, além da modernização da iluminação pública.

De acordo com a publicação, cerca de 1,965 milhões de pessoas são atualmente atendidas em 160 Sistemas Isolados, 52 sistemas a menos em relação ao ano de 2022. A redução apresentada demonstra o avanço em resultados concretos promovidos pelo Programa Energias da Amazônia, que tem como objetivos a descarbonização, a melhoria da qualidade e segurança e a redução dos custos de geração nos sistemas isolados situados na Amazônia Legal. A expectativa é que a participação das fontes fósseis seja reduzida ainda mais nos próximos anos, provocando uma diminuição dos custos efetivos de geração no SISOL. Com isso, espera-se, ainda, a manutenção da trajetória de queda das emissões de gás carbônico (CO2) decorrentes da geração de energia elétrica nas localidades.

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