Com 50 anos de mercado, a Arcol inaugurou recentemente uma nova fábrica em Juiz de Fora (MG), marcando o início de uma fase de diversificação e internacionalização por meio de investimento superior a R$ 50 milhões.
A nova unidade multiplica a capacidade produtiva da empresa e abre caminho para novos mercados, incluindo transmissão de energia, 5G, infraestrutura viária e implementos agrícolas, ao mesmo tempo em que fortalece sua presença no setor solar, agora expandindo o escopo para fornecer estruturas metálicas a outros fabricantes de trackers, no Brasil e no exterior.
Fundada como uma serralheria em Minas Gerais e consolidada ao longo das décadas no setor de estruturas metálicas para galpões industriais e logísticos, a Arcol construiu sua história a partir do aço.

Imagem: Arcol
“Esses primeiros 50 anos foram marcados por conquistas, mas os próximos prometem ser ainda maiores. A Arcol está pronta para contribuir com a transição energética e o desenvolvimento da infraestrutura nacional”, afirma o diretor comercial da empresa, Eliabe Luiz.
O divisor de águas na trajetória da empresa ocorreu com o ingresso no mercado solar por meio de uma parceria estratégica com a MTR Estruturas, fabricante nacional de trackers solares. Com experiência na fabricação de peças customizadas em aço estrutural, a Arcol tornou-se responsável pela produção das estruturas metálicas dos trackers da MTR.
“A parceria com a MTR foi fundamental para a consolidação da nossa presença no mercado solar e para o início da nossa nova fase”, destaca Luiz.
A aliança com a MTR também introduziu a Arcol às exigências do setor solar, um ambiente que demanda altíssima precisão, rastreabilidade de processos, controle dimensional e padronização industrial. Esses aprendizados se tornaram parte da cultura operacional da empresa e pavimentaram o caminho para a expansão que viria a seguir.
A nova planta da Arcol possui 40 mil m² de área total e 15 mil m² de área construída, com equipamentos de última geração e layout otimizado para fluxos produtivos contínuos e representa o maior investimento da história da companhia.
O parque fabril inclui seis máquinas a laser para corte de chapa, duas máquinas laser para tubo, dobradeiras CNC de diversas capacidades, seis robôs de solda, perfiladeiras e linhas de montagem manuais e automatizadas.
A fábrica foi projetada dentro dos conceitos da Indústria 4.0, com integração digital entre as etapas de produção, rastreamento completo de peças e sistemas de monitoramento em tempo real. “É uma planta moderna, preparada para atender os maiores players do mundo em volume e qualidade”, afirma o executivo.
Atualmente, a capacidade produtiva gira em torno de 8 mil toneladas de aço por mês, mas o plano de investimentos até 2027 prevê atingir 10 mil toneladas mensais, conforme novas máquinas e robôs forem incorporados.
A escolha de Juiz de Fora também reflete uma decisão estratégica: a cidade está localizada no “coração do aço” brasileiro, próxima de grandes siderúrgicas como Usiminas, Gerdau, ArcelorMittal e CSN, além de contar com benefícios fiscais de Minas Gerais e logística privilegiada, com fácil acesso ao Rio de Janeiro, São Paulo e Nordeste, regiões que concentram os principais projetos de energia solar e transmissão do país.
Mercados alvo: trackers, transmissão e 5G
Mantendo a parceria com a MTR, a Arcol passa a fornecer estruturas metálicas e componentes sob medida para outros fabricantes de trackers, nacionais e internacionais.
De acordo com Luiz, a empresa já negocia com sete a oito dos dez maiores players globais de trackers solares, o que representa um passo importante para o posicionamento da marca. “O mercado de trackers exige qualidade, precisão e prazos rigorosos. Cada centavo faz diferença no retorno do investimento de uma usina. Por isso, trabalhamos com processos industriais e padrões de controle comparáveis aos das grandes fabricantes mundiais”, explica o diretor comercial.
A empresa já iniciou a produção e o desenvolvimento de componentes para novos mercados, entre eles:
- Transmissão de energia: fabricação de cantoneiras com corte e furação, peças de ligação, conexões e sapatas de base.
- 5G e telecomunicações: estruturas metálicas e torres para expansão da infraestrutura de conectividade.
- Infraestrutura viária e iluminação pública: produção de peças metálicas para obras urbanas e sistemas de iluminação inteligente.
- Setor agrícola: componentes estruturais para implementos agrícolas, como arados e colheitadeiras.
- Carports e estruturas fixas: fabricação de peças para sistemas fotovoltaicos estacionários e coberturas solares.
O foco no setor de transmissão elétrica é particularmente estratégico. Segundo estimativas do governo, o Brasil deve investir cerca de R$ 110 bilhões até 2035, sendo R$ 50 bilhões em novas linhas de transmissão e R$ 60 bilhões em retrofit de estruturas existentes.
“Esse segmento será um dos motores da demanda por aço nos próximos dez anos. E nós estamos prontos para atender com tecnologia e escala industrial”, afirma o diretor comercial.
Ciclos do mercado solar e o avanço tecnológico
Apesar da desaceleração observada em 2025, a Arcol mantém otimismo quanto ao futuro do mercado fotovoltaico brasileiro. “O setor é cíclico. Já vivemos picos e vales, mas a tendência é clara: a energia solar continuará crescendo, impulsionada pela demanda, pela transição energética e pelo avanço do armazenamento e do hidrogênio verde”, projeta o executivo.
Ele destaca que a evolução tecnológica segue em ritmo acelerado: “Há poucos anos, um módulo fotovoltaico tinha 300 a 400 Wp. Hoje, já chegamos a 700 Wp em modelos bifaciais. Os trackers também estão mais inteligentes, com funções de follow terrain e sistemas automáticos de proteção contraventos, granizo e neve. Isso exige precisão mecânica e engenharia de ponta, áreas em que a Arcol tem expertise.”
Com o avanço da digitalização e o crescimento de setores como data centers e telecomunicações, o aço volta a ganhar protagonismo como base da infraestrutura moderna. “O 5G é irreversível, e trará enorme demanda por estruturas metálicas em torres, postes e sistemas urbanos inteligentes. A Arcol vai estar presente nesse movimento”, conclui.
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