Curtailment acima do esperado afeta 14% da produção da Voltalia no Brasil

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A Voltalia apresentou na quinta-feira seu plano de crescimento para os próximos anos, focado em atividades e geografias estratégicas — a companhia está deixando alguns mercados e negócios. O crescimento deve ser baseado em solar, eólica e armazenamento, com o objetivo de que 50% da capacidade fotovoltaica até 2027 esteja em projetos co-localizados ou em terrenos reaproveitados. Durante a apresentação do plano, o CEO da companhia, Robert Klein comentou sobre o curtailment de renováveis no Brasil e disse que a empresa ainda espera uma compensação pela energia que deixou de ser gerada nos últimos anos.

No primeiro semestre de 2025, 268 gigawatts-hora, ou 14% da produção da companhia no país foi cortada por determinação do operador nacional. Inicialmente, a companhia previa um curtailment de 10% de sua produção no Brasil em 2025.

A Voltalia destacou em sua apresentação a investidores três principais focos de atuação setorial para atenuar os efeitos do curtailment no país: o grupo de trabalho com ONS, ANEEL e outros agentes abordando a redução de cortes e o reforço da transmissão; a interface entre governo e indústria discutindo soluções de longo prazo, mecanismos de compensação e um possível decreto regulatório; e processos judiciais em andamento nos níveis estadual e nacional.

Segundo Klein, a companhia considera que os níveis de curtailment estarão altos até 2027 — entre 12% e 15% —,  e devem começar a reduzir a partir de 2028. Ele disse que a companhia ainda acredita na possibilidade de conseguir uma compensação, embora não considere isso em seu plano de negócios. O executivo citou ainda que o setor de forma geral vem buscando de forma intensa um acordo com o governo.

A companhia tem 2,5 GW de capacidade em operação e mais cerca de 700 MW em construção, em todo mundo. No Brasil, até 30 de junho, a companhia tinha 773 MW de capacidade eólica e 750 MW de capacidade solar em operação, além de 113 MW de solar em construção em telhados.

“Em um ambiente ainda marcado por cortes no Brasil, nossos resultados semestrais permanecem sólidos, ao mesmo tempo em que destacam a necessidade de aprimorar nosso desempenho operacional e nossa eficiência. Este é justamente o objetivo do nosso plano SPRING, para o qual apresentamos hoje as conclusões da fase de diagnóstico e as primeiras medidas dela decorrentes. O SPRING visa fortalecer nossa eficiência operacional e nos posicionar como um player ainda mais ágil e competitivo, criando maior valor para todos os nossos stakeholders diante das rápidas mudanças no mercado de energia renovável”, afirmou Klein.

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