Durante a The smarter E – Intersolar South America 2025, que ocorre em São Paulo na próxima semana, a Trina apresenta ao mercado seu portfólio de soluções em módulos fotovoltaicos, rastreadores e sistemas de armazenamento. Em entrevista à pv magazine Brasil, o country manager da empresa no Brasil, Daniel Pansarella, destaca as novidades tecnológicas, as perspectivas para o mercado e os desafios que ainda precisam ser superados para garantir o crescimento sustentável da energia solar no país.
Entre os destaques que a companhia exibirá estão os módulos da série Vertex N, com potência de até 720W e eficiência de até 23,2%, além de bifacialidade de 90% e maior resistência à degradação induzida por UV. Os equipamentos são voltados principalmente para grandes usinas e projetos comerciais.
A TrinaTracker apresenta soluções como o rastreador de fileira dupla Agile 1P, os modelos Vanguard 1P e 2P e o sistema de rastreamento inteligente com o algoritmo SuperTrack e a plataforma Trina Smart Cloud.
No segmento de armazenamento, a empresa leva à feira o Elementa 2 Pro BESS, sistema de 4,07 MWh com células LFP de última geração, já em implantação em projetos de grande escala na América Latina. Outra novidade é a solução Shield, voltada para proteger ativos fotovoltaicos em climas extremos.

Pansarella destaca a consolidação do Brasil como importante mercado global para a indústria fotovoltaica. O país adicionou 18,9 GW de potência solar em 2024, consolidando-se como o quarto maior mercado do mundo. Segundo a Absolar, a expectativa é de que, em 2025, o país acrescente mais 13,2 GW, ultrapassando 64 GW de capacidade instalada até dezembro.
Na geração distribuída, o crescimento segue acelerado: em 2024 foram instaladas 783 mil usinas, somando 8,85 GW. Já a geração centralizada recebeu impulso com a recomposição de cotas de importação com tarifa reduzida para projetos com garantias pagas, aprovada pela Camex em julho de 2025, após forte atuação da Absolar – da qual Pansarella participou diretamente no grupo de trabalho de tributação.
O executivo também citou a projeção da EPE para a micro e minigeração distribuída, que pode atingir até 97,8 GW até 2035, dependendo do cenário.
A Trinasolar mantém atuação equilibrada entre geração distribuída e geração centralizada. Em 2024, o país somou 52,2 GW de potência solar operacional, dos quais 35 GW em GD e 17,2 GW em GC. “Nosso objetivo é consolidar ainda mais nossa liderança, impulsionados pela inovação tecnológica e pela expansão de nossa equipe e parcerias locais”, afirmou Pansarella.
Estabilidade nos preços
Sobre a tendência de preços dos módulos, Pansarella observou que, após quedas consecutivas, há sinais de estabilização e até leves altas, reflexo dos esforços da indústria chinesa para reduzir a sobrecapacidade. A expectativa é de um ambiente mais previsível até 2026.
“Estamos comprometidos em manter a competitividade de nossos produtos, investindo em inovação e otimização de custos, sem comprometer qualidade e performance”, disse o executivo.
Desafios ainda presentes
Apesar de manter o ritmo de instalações, o setor enfrenta entraves regulatórios e logísticos. Pansarella destacou quatro pontos principais: estabilidade regulatória, necessidade de investimentos em infraestrutura de rede, influência do cenário econômico sobre financiamentos e os impactos da cadeia de suprimentos, especialmente após mudanças tarifárias.
“A elevação da tarifa de importação para 25%, em vigor desde novembro de 2024, trouxe desafios ao mercado, com aumento nos custos de aquisição dos módulos. Isso exigiu uma reavaliação de estratégias de precificação e logística”, disse. Segundo ele, a Trinasolar busca mitigar os efeitos por meio da otimização da cadeia de suprimentos e parcerias locais.
A companhia trabalha majoritariamente por meio de distribuidoras, como WEG, Amara Net Zero, Fortlev Solar, Loja Elétrica e Foco Energia, mas pode atuar diretamente em grandes projetos estratégicos.
Armazenamento ganha força
O executivo destacou ainda o papel crescente do armazenamento de energia no Brasil. A regulamentação em discussão na Aneel, que deve enquadrar sistemas de baterias como Produtores Independentes de Energia (PIE) e permitir leilões de capacidade, pode acelerar o setor.
“O mercado brasileiro de baterias residenciais de íon-lítio foi estimado em US$ 113,6 milhões em 2023 e deve chegar a US$ 687,6 milhões até 2030, com crescimento anual de 29,3%”, afirmou Pansarella.
Segundo ele, a combinação de custos decrescentes das baterias, tarifas elevadas de energia no horário de ponta e avanços regulatórios tornará os projetos de armazenamento cada vez mais atrativos.
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