O Rio de Janeiro (RJ) desenvolve o projeto Rio AI City, um hub de data centers com o objetivo de alcançar uma capacidade de 3 gigawatts até 2032, com custo de implementação de US$ 65 bilhões. Na última terça-feira (01/07), a prefeitura da cidade assinou um protocolo de intenções com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Eletrobras e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Presente ao evento, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, avaliou que o ambiente regulatório, fiscal e tributário é muito favorável para a implementação do hub de data centers, que ficará localizado na Barra da Tijuca. “Temos o apoio do BNDES, energia limpa, uma infraestrutura robusta de cabos subterrâneos e fibras ópticas e o mais valioso: capital humano”, disse.
O acordo foi assinado na sede do Banco, durante o evento Governança e Estratégicas Públicas em Inteligência Artificial, quando foi anunciado que o BNDES estuda a criação de um fundo voltado para projetos de data centers e inteligência artificial, com potencial de aporte entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão.
“Tecnologias de informação e processamento de dados são hoje um setor transversal na economia” , afirmou o diretor de Planejamento e Relações Institucionais do BNDES, Nelson Barbosa. “Vamos criar um modelo de cooperação para o BNDES que pode ser replicado em outras cidades e outros Estados”.
Barbosa explicou que esse fundo pode chegar a um valor total entre R$ 2,5 bilhões e R$ 5 bilhões, considerando os aportes privados para apoiar o desenvolvimento de empresas de tecnologia da informação. Segundo ele, os recursos serão destinados a todos os elos do setor, com apoio preferencialmente para empresas pequenas e médias. “Precisamos fazer mais aportes em infraestrutura, ampliar a oferta de energia, melhorar a conectividade e investir em capital humano para desenvolver o setor”, defendeu.
O diretor destacou ainda que, desde 2023, o BNDES já apoiou o setor com um total de R$ 1,7 bilhão. O montante inclui a aprovação de R$ 1 bilhão em nove operações de hardware, incluindo data centers e produtos de TI; o aporte em duas empresas, no total de R$ 63 milhões; e R$ 700 milhões em sete fundos de participação. “Esses R$ 700 milhões devem alavancar mais R$ 2,3 bilhões de capital privado, viabilizando o crescimento dessas empresas”, afirmou.
Na mesa de abertura do evento, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, que prevê investimentos de R$ 23 bilhões até 2028 e já conta com 31% das ações propostas concluídas ou em andamento. E
“Estamos comprometidos em colocar a inteligência artificial a serviço de um projeto de crescimento com justiça social e equidade”, afirmou. “Dominar a IA é uma questão de soberania nacional crucial diante das mudanças na geopolítica do mundo. Estamos preparados para garantir as agendas de desenvolvimento ecológico, inclusão e fortalecimento do Sul Global”.
Regulação da Inteligência Artificial
Em painel sobre governança e economia de dados, o titular da Cátedra em Inteligência Artificial no Colégio Brasileiros de Altos Estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ronaldo Mota, avaliou que estamos diante de um cenário em que as máquinas podem lidar com dados de forma ilimitada, exponencial e independente da interferência humana. Por isso, a regulação do setor é fundamental. “Ou somos peças ativas na formulação dessas políticas ou ficaremos submetidos àquilo que é decidido fora do nosso controle”, comentou.
João Vasconcellos, especialista sênior em governança do Banco Mundial, apontou que um dos desafios é a integração das agendas de IA e de sustentabilidade. “São duas grandes transições que os governos estão tentando abraçar, mas é preciso que essas agendas estejam entrecruzadas”.
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