Com uma linha robusta de baterias de lítio, soluções BESS e atuação estratégica no Brasil, a multinacional chinesa SolarX Power vive um momento de crescimento acelerado. A empresa dobrou, no primeiro trimestre de 2025, todo o faturamento que havia registrado no país em 2024. Por trás do crescimento estão fatores como os apagões cada vez mais frequentes, o avanço da inversão de fluxo em estados como Minas Gerais e a maior compreensão do consumidor sobre as vantagens do armazenamento de energia.
Em entrevista à pv magazine Brasil para o especial de armazenamento, a gerente comercial da SolarX Power no país, Dieny Melo, conta como a marca tem se posicionado para liderar esse movimento, ampliando o conhecimento do mercado brasileiro sobre tecnologias híbridas, diversificando seu portfólio e contribuindo ativamente para a construção de uma regulamentação que viabilize a adoção em larga escala.

Imagem: SolaX Power
Produção global com foco em lítio ferro fosfato
A SolarX Power concentra toda sua produção em uma unidade fabril localizada em Hangzhou, na província chinesa de Zhejiang. A planta tem capacidade anual de 30 GW em inversores (equivalente a 8,76 milhões de unidades) e 7,4 GWh em baterias (7,3 milhões de unidades). A empresa aposta exclusivamente na tecnologia de baterias de lítio ferro fosfato (LiFePO4), reconhecida por sua alta densidade energética, durabilidade, estabilidade térmica e segurança operacional.
O processo produtivo é integrado, abrangendo desde as atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), design de produto e processos industriais até fabricação, montagem, serviços e manutenção. Essa verticalização contribui para garantir padronização de qualidade e confiabilidade dos equipamentos.
Soluções para diferentes perfis de consumo
No Brasil, a SolarX Power disponibiliza um portfólio abrangente de baterias para aplicações residenciais, comerciais e industriais. Entre os modelos comercializados estão:

Imagem: SolaX Power
- LD53 (T-BAT-SYS-LV D53): bateria de baixa tensão e alta performance, indicada para usos que exigem eficiência e segurança.
- HS36 (T-BAT-SYS-HV-S3.6): bateria de alta tensão, com alta estabilidade térmica e confiabilidade.
- T58 Master e T58 Slave (HV11550 V2): sistemas modulares que operam em conjunto, permitindo a ampliação da capacidade de armazenamento de energia conforme a necessidade do projeto.
Para projetos de maior porte, a empresa também oferece soluções BESS:
- ESS-TRENE: sistema com PCS de 100 kW e até 215 kWh de energia armazenada. Pode operar com até 10 unidades em paralelo, atingindo 1 MW de potência e 2,5 MWh de energia.
- ESS-AELIO: gabinete com 200 kWh de capacidade, acoplado a um inversor híbrido de 60 kW (380V). Conta com gerenciamento de cargas inteligente e está preparado para aplicações em microrredes.
Crescimento impulsionado por segurança, economia e ESG
De acordo com Dieny Melo, o aumento da adoção de baterias está fortemente relacionado à busca por segurança energética e economia. “Os apagões recorrentes têm feito com que os consumidores procurem soluções que garantam autonomia e estabilidade no fornecimento de energia”, destaca.
Outro fator relevante é o impacto das tarifas horárias e das bandeiras tarifárias. O uso estratégico das baterias permite que consumidores evitem o consumo no horário de ponta, em que a energia pode custar até cinco vezes mais, e otimizem o uso de eletricidade ao longo do dia.
Além dos benefícios econômicos e operacionais, o compromisso com metas de descarbonização também tem atraído empresas para as soluções da SolarX. Os sistemas BESS vêm sendo adotados como alternativa à geração a diesel, especialmente por organizações que buscam certificações de sustentabilidade e querem reduzir sua pegada de carbono.
Aplicações diversas: do agronegócio à saúde
A flexibilidade das soluções da SolarX permite atender uma ampla gama de setores e aplicações. As tecnologias de armazenamento da empresa são utilizadas, por exemplo, em sistemas de time-shifting voltados à geração distribuída, permitindo que a energia gerada durante o dia seja armazenada para consumo noturno, ampliando o autoconsumo solar.
No setor comercial, são aplicadas para peak shaving, com foco na redução de picos de demanda durante o horário de ponta. Já em segmentos essenciais como saúde, data centers, varejo e até residências com profissionais em home office, as baterias oferecem backup crítico, garantindo continuidade no fornecimento de energia mesmo em situações de instabilidade da rede.
Além disso, a SolarX atua em projetos de microrredes e soluções off-grid, voltados principalmente ao agronegócio e a regiões remotas, onde o transporte de diesel para abastecimento de geradores é caro e complexo.
Participação nas discussões regulatórias
Além de sua atuação comercial, a SolarX Power participa ativamente da construção do marco regulatório do armazenamento no Brasil. A empresa integra os grupos de trabalho da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) responsáveis por estabelecer parâmetros técnicos relacionados à segurança, conectividade e desempenho de sistemas de baterias.
Também acompanha de perto os estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e as movimentações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Ministério de Minas e Energia (MME) sobre os leilões de reserva de capacidade com foco em armazenamento.
Propostas para destravar o mercado
A SolarX defende que os sistemas de armazenamento sejam reconhecidos como ativos estratégicos na transição energética e remunerados pelos serviços que prestam à rede, como estabilidade, confiabilidade e redução de picos de demanda.
Para ampliar o acesso à tecnologia no país, a empresa reforça a importância do retorno do regime de ex-tarifário para baterias e componentes, reduzindo o custo de importação, e da criação de incentivos fiscais e ambientais, especialmente voltados à substituição de geradores a diesel.
Dieny enfatiza a necessidade de avanço regulatório com segurança jurídica, linhas de crédito verdes e políticas públicas alinhadas à descarbonização da matriz elétrica. “Para destravar o armazenamento em larga escala no Brasil, precisamos de avanço regulatório, segurança jurídica, linhas de crédito verdes e políticas públicas alinhadas à sustentabilidade”, conclui.
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