De olho no desenvolvimento da demanda por armazenamento de energia no Brasil, a Livoltek traçou uma estratégia ambiciosa para os próximos anos. A empresa, que atualmente importa suas baterias da China, planeja nacionalizar parte da produção até 2026, utilizando a estrutura de sua fábrica em Manaus, onde já produz inversores. A aposta em soluções Energy as a Service (EaaS) e a ampliação do portfólio voltado para projetos de microrredes e mobilidade elétrica fazem parte desse movimento de expansão.
Em entrevista à pv magazine Brasil para o especial de armazenamento, o engenheiro de microrredes da Livoltek, Iberê Carneiro de Oliveira, detalhou os planos da empresa, os setores que mais têm impulsionado a demanda e as discussões em que a empresa está envolvida para viabilizar a integração das baterias ao setor elétrico brasileiro.
Crescimento acelerado e novas aplicações
O mercado brasileiro de baterias tem apresentado forte crescimento desde 2023, segundo Iberê. A demanda vem de diferentes setores, como irrigação agrícola, garagens de ônibus elétricos, indústrias, shoppings com microrredes e sistemas off-grid. “Observamos um crescimento significativo, impulsionado tanto pela necessidade de segurança energética quanto pela busca por eficiência no uso de fontes renováveis”, destaca o executivo.

Imagem: Livoltek
A expectativa da Livoltek é de que esse ritmo de adoção continue acelerado nos próximos anos, com apoio da redução de custos tecnológicos e avanços regulatórios.
Tecnologia de lítio e atuação em toda a cadeia
A Livoltek trabalha exclusivamente com baterias de íons de lítio, priorizando durabilidade, eficiência e segurança. Os equipamentos são fabricados na China, com um lead time médio de 30 a 60 dias para produção e mais 45 dias de transporte, salvo quando há estoque local disponível.
Segundo Iberê, as baterias da empresa têm vida útil de 6.000 a 8.000 ciclos, dependendo da aplicação, com garantias que podem ultrapassar 10 anos. Além do fornecimento dos equipamentos, a Livoltek também atua nas etapas de engenharia de projeto, instalação, comissionamento e suporte técnico contínuo. “Atendemos toda a cadeia de valor”, reforça o executivo.
Portfólio e novos modelos de negócios
O portfólio da Livoltek inclui baterias modulares em topologias de 1C e 0,5C, com capacidades que vão de 250 kWh a 2 MWh, atendendo desde aplicações comerciais até sistemas industriais e projetos de microrredes.
A empresa também já começou a atuar com soluções de Energy as a Service (EaaS) no Brasil. “Temos as primeiras soluções em fase de implantação em solo nacional”, afirma Iberê.
Entre os principais fatores que impulsionam a adoção de sistemas de armazenamento, o engenheiro destaca o aumento da demanda por energia, a necessidade de resiliência e estabilidade elétrica, a operação em áreas isoladas e a maximização do uso de fontes renováveis. A redução de custos com demanda também aparece como um motivador importante.
“Estamos presentes em projetos de norte a sul do país, com aplicações off-grid, híbridas e on-grid”, diz Iberê. As soluções vão desde o suporte à rede em regiões com baixa estabilidade até o atendimento de centros de carga elevada.
Para o futuro, a Livoltek enxerga oportunidades ligadas à expansão da mobilidade elétrica, à digitalização do setor elétrico e à abertura do mercado livre para consumidores de menor porte.
Participação em discussões regulatórias
A empresa também está envolvida nas discussões sobre a regulamentação do setor de armazenamento e acompanha de perto o leilão de reserva de capacidade. “Estamos engajados em conversas com concessionárias e outros players sobre os caminhos regulatórios mais adequados para integração de sistemas de armazenamento”, afirma Iberê.
Embora ainda não tenha participado diretamente do leilão, a Livoltek defende algumas bandeiras importantes nas discussões do setor. Uma delas é a remuneração adequada pelos serviços ancilares prestados pelas baterias, como o suporte à frequência e à tensão da rede.
“Acreditamos que a valorização dos benefícios agregados pelo armazenamento e a ampliação do acesso ao mercado livre são fundamentais para destravar o potencial dessa tecnologia no Brasil”, conclui.
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