Empresas de geração distribuída têm a missão de simplificar serviços para o cliente final

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Enquanto o número de opções para os consumidores de energia cresce, com a sinalização de abertura total do mercado livre e a chegada de novas tecnologias como as baterias, as empresas têm o desafio de dominar novos modelos de negócios enquanto simplificam a oferta para o cliente final.

O diretor de Inteligência de Produtos e Regulação da Matrix Energia, Ricardo Costa afirma que a empresa planeja ser competitiva tanto no mercado livre quanto no mercado de geração distribuída (GD), oferecendo soluções aos clientes em ambos os segmentos. “A linha que a Matrix adotou no mercado foi de se posicionar de forma competitiva nos dois segmentos, criando uma condição de apresentar uma solução para qualquer cliente em ambos os mercados ou um mix entre ambos”, disse.

O mercado livre provavelmente adotará a geração distribuída como referência, avalia o executivo, na oferta de produtos para os consumidores de menor porte que serão liberados para migrar. Ele também prevê que a geração local permanecerá competitiva devido ao seu valor de simultaneidade energética, criando uma terceira opção para os consumidores, além de usinas remotas em GD1 e do mercado livre.

Desde 2024, todos os consumidores conectados em média e alta tensão podem escolher seu fornecedor de energia no mercado livre. No ano passado, quase 26 mil unidades consumidoras optaram pela migração, o que representa o maior número registrado até então, segundo dados da Abraceel. Além disso, uma medida provisória do governo federal sinaliza para uma abertura total para todos os consumidores a partir de dezembro de 2027. Todos os consumidores cativos, que tinham apenas a geração distribuída como alternativa para reduzir o valor da conta de energia, passarão a ter o mercado livre também como uma opção.

Ao mesmo tempo, as últimas usinas de geração distribuída sob as regras anteriores à Lei 14.300 (também chamadas de GDI) estão sendo conectadas, com um modelo de compensação tarifária mais vantajoso para o consumidor.

O CEO da Greener, Márcio Takata, destaca a inevitável transformação e mudança no mercado de energia, com a abertura do mercado livre influenciando significativamente os modelos de negócios. Ele observa um volume substancial de projetos GDI entrando em operação, criando um portfólio significativo de ativos para geração remota. Embora o projeto para o mercado de baixa tensão sugira competitividade contínua para geração distribuída, discussões e ajustes no formato do mercado de baixa tensão são esperados. Em última análise, observa Takata, os consumidores serão os maiores beneficiados pelo aumento da competitividade trazido por diversos modelos de negócios.

No entanto, ele também aponta os desafios no engajamento com o mercado consumidor de varejo altamente fragmentado, particularmente consumidores residenciais que podem não compreender completamente a energia solar ou as opções do mercado livre. Ele prevê a coexistência de diversos modelos de negócios, incluindo energia remota via assinatura e soluções diretas com os consumidores, aproveitando as vantagens da geração no local. A inclusão de armazenamento também é vista como um elemento-chave, potencialmente potencializado pelas propostas do deputado.

“É necessária enxergar a necessidade do cliente, nesse cenário de diferentes perfis com diferentes características”, disse Takata. “Hoje a gente já verifica no mercado GD remoto, por exemplo, que não basta oferecer a economia. Mesmo com a solução mais econômica que oferece 15%, 20% de oportunidade de redução dos custos, aderindo ao modelo de energia por assinatura, isso não se traduz necessariamente em adesão. É muito importante levar isso com simplicidade e entendendo muito bem a necessidade dos diferentes clientes, que vão demandar a economia, de fato, e também maior segurança e previsibilidade para o seu custo de energia”.

Neste contexto, fornecedores  também buscam se adaptar para atender as empresas em busca de novos negócios. A Trina Solar — que produz, além de módulos fotovoltaicos, trackers e baterias — têm buscado contribuir para o desenvolvimento do mercado oferecendo treinamentos e contribuindo para criar modelos de negócios sustentáveis ​​e competitivos para consumidores de baixa e alta tensão, disse o diretor de Vendas da Trina Solar, Patricio Pavez. Já a Brametal, que produz estruturas metálicas, têm apostado fornecer soluções personalizadas, sejam elas fixas ou móveis, além de garantir o serviço pós-venda e o suporte ao cliente, disse o diretor da Unidade Solar na Brametal, Gilcimar Nogueira.

Os executivos participaram, na última sexta-feira (13/06) do webinar “Entre a Geração Distribuída e o Mercado Livre de Energia“.

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