A Deye, multinacional de origem chinesa com atuação em diversos países, projeta iniciar ainda em 2025 a fabricação local de baterias no Brasil. A empresa, que já opera com soluções de armazenamento de energia no país, acredita no potencial do mercado nacional para consolidar esse tipo de tecnologia como pilar da transição energética.
Em entrevista para a pv magazine Brasil como parte do especial sobre armazenamento, o diretor de Operações da Deye para Brasil, Itália e Espanha, Caio Lentini, avalia que a tendência é que os sistemas com baterias superem a adoção de soluções on-grid tradicionais, diante do crescimento acelerado observado nos últimos anos. A expectativa é de que a evolução regulatória e a busca por maior segurança energética impulsionem essa mudança de paradigma.

Imagem: Deye
Portfólio modular e produção com foco em qualidade
O portfólio da empresa contempla baterias com capacidades que vão de 2 kWh a 5 MWh, permitindo atender desde aplicações residenciais até grandes demandas comerciais e industriais. “Atendemos as mais diversas necessidades do mercado, sempre com modularidade e de fácil associação”, destaca Lentini. A Deye já conta, inclusive, com soluções de Battery as a Service em operação no Brasil, com destaque para um projeto no estado do Pará.
As baterias da empresa utilizam tecnologia de lítio com química fosfato de ferro-lítio (LFP), reconhecida pela segurança e durabilidade. Segundo Lentini, a Deye fabrica o sistema de gerenciamento de bateria (BMS) e o gabinete, integrando células de fornecedores Tier 1.
Aplicações estratégicas e papel no setor elétrico
Embora grande parte das aplicações atuais ainda esteja voltada para backup e segurança energética, a Deye aposta na evolução para usos mais estratégicos no setor elétrico, como suporte à rede e modulação da demanda. “Devemos migrar para soluções onde a bateria sirva de ‘pulmão’ para as redes de transmissão, para as distribuidoras e em casos em que as usinas térmicas, associadas ao fotovoltaico, têm demandas pontuais”, explica o diretor.
Com presença global, a empresa já opera com soluções integradas a redes elétricas em diversos países e vê potencial para replicar essa experiência no Brasil. “Entendemos ter soluções e poderemos contribuir para a construção da nova fase do nosso setor elétrico com armazenamento de energia”, ressalta Lentini.
Cadeia produtiva e desafios regulatórios
A cadeia produtiva do armazenamento em baterias é ampla e envolve diferentes atores: fabricantes de células, sistemas de gerenciamento, gabinetes e acessórios, montadores, distribuidores e integradores até chegar ao cliente final. Para Caio Lentini, embora as soluções tecnológicas estejam maduras, a regulamentação ainda é o principal gargalo para atrair essa cadeia para o país. “Há um grande esforço político a ser feito, o desafio é regulamentar. Já existem soluções e viabilidades”, afirma.
A Deye acompanha as discussões sobre regulamentação do armazenamento e o leilão de reserva de capacidade, mas ainda de forma tímida. A empresa defende mais apoio governamental como estratégia para destravar o crescimento do setor. “Precisamos de mais apoio governamental para escalar nosso setor”, conclui Lentini.
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