Projetos da Aggreko selecionados em chamada do CGPAL terão 88 MWp de solar e 105 MWh de BESS

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Entre os projetos selecionados preliminarmente na chamada pública do Ministério de Minas e Energia para os sistemas isolados, estão os 1, 2, 3 e 5, referentes a localidades operadas pela Aggreko, que contemplam outras 23 comunidades do Amazonas com previsão de implantação de 88 MWp de geração solar e 105 MWh em sistemas de armazenamento de energia com baterias (BESS). 

A companhia deve replicar um projeto-piloto entregue no final de maio em Caiambé, no coração do Amazonas, às margens do Rio Solimões e distrito de Tefé, que já opera plenamente como a primeira comunidade do interior a receber uma usina híbrida instalada pela Aggreko. O projeto, que tem apoio de autoridades locais e nacionais, busca levar energia confiável e sustentável às áreas mais isoladas do estado.

A usina instalada combina geração termoelétrica a diesel, energia solar e sistemas de armazenamento de energia com baterias, garantindo mais estabilidade, eficiência e redução de emissões de gases poluentes. A solução implementada conta com 1,4 MW térmico, 373 kWp de potência solar instalada e um sistema de baterias BESS de 1 MW/500 kWh, capaz de armazenar e distribuir energia mesmo durante períodos de baixa incidência solar. Com a operação da usina híbrida, é esperada redução de aproximadamente 130 mil litros de diesel e 405 toneladas de CO2 evitadas por ano. 

O modelo será replicado em larga escala e a expectativa é que todas as plantas atualmente atendidas pela Aggreko no Amazonas sejam hibridizadas. 

O estado é o maior do Brasil, com mais de 1,5 milhão de quilômetros quadrados de extensão. A região é marcada por vegetação densa, acessos fluviais e longas distâncias, o que torna inviável a instalação de redes de distribuição de energia. Muitas comunidades permanecem fora da rede nacional e desconectadas do mundo exterior. É justamente nesse contexto que a Aggreko atua, desenvolvendo soluções energéticas sob medida para atender locais remotos. 

A hibridização de tecnologias representa uma solução estratégica para os desafios de acesso e sustentabilidade enfrentados por comunidades isoladas, como Caiambé que só pode ser alcançada por via fluvial, o que em muitos casos, significa dias de deslocamento. “Temos muita expertise em hibridização, com projetos implementados em diferentes contextos no Brasil e no mundo. Mas na Amazônia é diferente. O desafio aqui não é apenas técnico, é também logístico, climático e cultural. Desenvolver soluções específicas para este contexto, respeitando o modo de vida local e enfrentando limitações de acesso, é o que torna este projeto tão inovador e transformador”, explica Cristiano Lopes Saito, Diretor de Vendas Utilities da Aggreko no Brasil. “Considerando o desafio, precisamos garantir uma solução robusta que mantenha a confiabilidade do fornecimento, mas com menores emissões. Estamos aprendendo tanto quanto entregamos”. 

O modelo híbrido de geração implementado em Caiambé marca um passo importante para a descarbonização de sistemas isolados no Brasil. A parceria com a Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), cofinanciada pelos recursos do programa de P&D da Aneel, resultou no desenvolvimento de um sistema de controle totalmente automatizado e integrado, capaz de gerenciar as diferentes fontes de energia de forma eficiente, mesmo em condições climáticas adversas, como os frequentes dias nublados da região.

Energia para sistemas isolados

Com cerca de 3 mil habitantes, Caiambé sofria, antes da chegada da Aggreko, com uma infraestrutura energética precária que limitava o desenvolvimento social e econômico. A nova matriz híbrida permitirá energia mais limpa e custo operacional mais eficiente, impactando diretamente a qualidade de vida da população. 

Atualmente, a Aggreko fornece energia para 26 comunidades remotas do Amazonas e emprega diretamente 196 pessoas nestas localidades e conectando locais onde a rede nacional nunca chegou e dificilmente chegará. Além disso, todo o processo de descarte de resíduos é realizado com monitoramento rigoroso e tratamento adequado em Manaus, reforçando o compromisso com a sustentabilidade ambiental. 

“Caiambé não é apenas uma comunidade beneficiada, é também um laboratório vivo. Cada dado coletado aqui, cada ajuste técnico feito, serve como base para desenhar a próxima etapa do projeto. Estamos testando e validando tecnologias que poderão ser aplicadas em dezenas de outras comunidades amazônicas”, destaca Jaqueline Almeida, Gerente do projeto. 

Segundo Jaqueline, o projeto também representa um marco tecnológico: “Nosso objetivo é expandir com responsabilidade. O controlador que desenvolvemos aqui é resultado de anos de pesquisa em sistemas energéticos inteligentes. Mas testá-lo em Caiambé, com todos os desafios ambientais e de conectividade, foi o verdadeiro divisor de águas. Estamos falando de uma tecnologia que pode ser a chave para descarbonizar comunidades isoladas no mundo todo, e que nasce no coração da floresta amazônica”. 

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