Baterias de VEs podem otimizar a rede elétrica

Da pv magazine Global

Uma pesquisa da Austrália sugere que o emprego de conexões de veículo elétrico à rede (V2G) a uma taxa de penetração de 10% pode reduzir as tarifas na demanda de pico para subestações locais em 6% e reduzir substancialmente os custos de abastecimento para proprietários de veículos elétricos (VEs). No entanto, sem um manejo adequado, a penetração de VEs acima de 20% poderiam anular esses benefícios.

O estudo, “Network tariffs for V2G, conduzido pela enX e encomendado pela Agência Australiana de Energia Renovável (ARENA), teve como objetivo explorar a interação entre eletricidade dinâmica e tarifas de rede (que são em tempo real, semelhantes às ferramentas de preços no atacado) e o número crescente de veículos elétricos conectados à rede. O estudo também buscou entender como esses veículos elétricos poderiam ajudar a aliviar a pressão da rede em comparação com tarifas fixas por tempo de uso.

Os resultados indicam que as conexões de VEs conectados à rede sob preços dinâmicos, especificamente os tipos tarifários s3 & s6 no gráfico acima, levaram ao maior corte de demanda de pico de subestação. Essas mesmas tarifas de preços dinâmicos também economizaram quantias significativas nas contas de eletricidade dos proprietários de veículos elétricos, com alguns participantes do V2G obtendo uma receita líquida positiva no uso de eletricidade de seus veículos, incluindo uma pequena conta que cobriu 100% de seu uso geral de eletricidade.

A análise examinou a carga na subestação de Metford, em Nova Gales do Sul, Austrália, concentrando-se especificamente em um dos dias de maior pico de demanda do ano, 6 de março de 2023. Neste dia, a demanda máxima atingiu 41,6 MW às 18 horas. Sob uma tarifa de energia elétrica e rede com preço dinâmico focado na saída de ponta, a subestação experimentou uma redução de 2,54 MW na carga de ponta. Essa redução representou 6,29% do valor de demanda de pico da subestação.

A análise também descobriu que um pico matinal está se desenvolvendo e deve atingir um ponto de alto estresse à medida que os VEs conectados à rede atingem uma taxa de absorção de 20%.

O modelo de precificação dinâmica obteve a redução mais significativa na demanda de pico quando aplicado tanto às tarifas de rede (incluindo taxas de transmissão, distribuição e tipo demanda) quanto aos preços da eletricidade. Esse modelo precifica a energia elétrica com base nas tarifas atuais do mercado, contrastando com a precificação por tempo de uso, que se baseia em períodos fixos de tarifas mais altas e mais baixas.

A análise também revelou que uma combinação de tarifa de suporte de rede bidirecional e preço de passagem spot (cenário s5) resultou em uma redução de 2,11 MW, quase igualando os 2,54 MW em economia do modelo ótimo. Os modelos s3, s5 e s6 geraram economias significativas para seus proprietários de carros, bem como picos significativos para a subestação.

No total, a análise modelou 520 contas de usuários únicos, incluindo clientes com instalações de energia solar de tamanhos variados e diversos padrões de uso de eletricidade. O estudo foi motivado por projeções para 2050, que preveem um aumento significativo na capacidade da bateria de veículos elétricos. De acordo com a pesquisa, a capacidade da bateria de veículos elétricos deve atingir aproximadamente 2,4 TWh, quatro vezes a capacidade estimada de armazenamento da rede elétrica de 0,64 TWh. Os pesquisadores enfatizam que desbloquear o potencial dessas baterias será crucial para otimizar as redes elétricas do futuro.