ABGD participa de debate sobre cadeia produtiva da energia solar fotovoltaica com representantes do governo e do setor privado do Brasil e dos EUA

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A Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) marcou presença em uma mesa-redonda realizada em Brasília, na semana passada, sexta-feira, dia 8, em conjunto com o Ministério de Minas e Energia (MME), Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), membros do Departamento de Estado do Governo dos Estados Unidos e representes do setor privado do Brasil para debater alternativas para o desenvolvimento da indústria de energia solar no Brasil.

Na abertura, ambos os governos fizeram afirmações ressaltando a importância da energia solar na transição energética global. A representante do MME reforçou o compromisso do Brasil com a transição energética justa e inclusiva e citou a liderança do Brasil neste segmento, com o crescimento da participação da fonte solar no Balanço Energético Nacional (BEN).

O Governos dos EUA afirmou que a meta é desenvolver 880 GW de energia solar até 2030, o que representa mais que triplicar a capacidade instalada hoje. Os EUA mencionaram que irão iniciar produção de lingotes de silício em nova planta com capacidade de 5 GW ainda este ano, mas que isso não é suficiente para os planos de transição energética do governo.

Presente na reunião representando a ABGD, o conselheiro Aurélio Souza destacou a importância do encontro. Durante o evento, foram abordados diversos temas voltados para o adensamento da cadeia produtiva da indústria solar, incluindo aspectos de tecnologia, do mapeamento de barreiras e mitigação de riscos, do que é preciso ser contemplado nas políticas públicas e na regulação dessas atividades, na rastreabilidade dentre outros temas, que incluem aspectos comerciais, de mercado e existência de contratos de longo prazo.

“As discussões se concentraram principalmente na purificação de silício e na fabricação de células solares, identificadas como áreas de desenvolvimento prioritários para o setor, pois são um gargalo, especialmente considerando que a produção global está concentrada no Sudeste Asiático”, disse Souza.

O MME ressaltou a importância de se desenvolver uma indústria nacional que agregue valor a produtos minerais brasileiros. Contudo, ressaltou que a transição energética justa e inclusiva não pode vir acompanhada de aumento de tarifas e custos para a sociedade brasileira, em particular para a população de baixa renda.

Segundo Souza, o Brasil possui uma vantagem estratégica devido à sua participação em boa parte da cadeia de valor e ser produtor e fornecedor de matéria prima, mas ainda enfrenta desafios na purificação do silício, uma área dominada por poucos grupos. Ele expressou otimismo em relação ao potencial do Brasil em se tornar um grande produtor de módulos fotovoltaicos no futuro, retomando sua história de produção de módulos solares nos anos 80.

Lançado recentemente, o plano nacional de desenvolvimento da Nova Indústria Brasileira é uma oportunidade clara para fomentar a inovação e projetos de pesquisa e desenvolvimento em diversos segmentos, inclusive nestas áreas de indústria de base para o adensamento dessa cadeia de valor.

Instituições como a FINEP, EMBRAPII, BNDES dentre outras muitas existentes e presentes no ecossistema de financiamento de projetos de pesquisa, inovação e industrialização, também participaram do evento, ressaltando o compromisso do Governo do Brasil com essas agendas importantes para o país.

Importante ressaltar que o evento estava mais focado na cadeia produtiva do refino, produção de lingotes e manufatura de células de silício, mas essa não é a única área de interesse dos agentes setoriais envolvidos com a energia solar fotovoltaica, pois, componentes como inversores, por exemplo, são fundamentais para maturidade da indústria no Brasil e crescimento da energia solar como um todo.

A posição da ABGD é continuar a apoiar a estruturação do mercado e da indústria de energia solar fotovoltaica, contribuindo assim para a geração de energia limpa e renovável no Brasil e contribuir com a transição energética global.

Sobre a ABGD

A Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), maior associação brasileira do setor de energias renováveis, conta com mais de 1.150 empresas associadas, entre provedores de soluções, EPC’s, integradores, distribuidores, fabricantes, empresas de diferentes portes e segmentos, além de profissionais e acadêmicos, que têm em comum a atuação direta ou indireta na geração distribuída. A ABGD é a associação da geração própria de energia do Brasil.

Fundada em 2015 para defender as demandas de empresas dedicadas à microgeração e minigeração de energia elétrica a partir de fontes limpas e renováveis, a ABGD representa seus associados junto aos órgãos governamentais, entidades de classe, órgãos reguladores e agentes do setor. Mais do que isso, trabalha para a difusão da GD para os diferentes setores da sociedade, incorporando os conceitos de sustentabilidade, retorno financeiro, eficiência energética e previsibilidade de gastos no que tange à geração e consumo de energia junto ou próximo ao local de consumo.