A NeoSolar, empresa com forte atuação no mercado off-grid para sistemas isolados e acesso à energia, registrou um ano de 2025 positivo, com crescimento geral e, notavelmente, no segmento off-grid. Embora a demanda associada à geração distribuída (GD) tenha crescido apenas 10%, abaixo do planejado, a empresa projeta um crescimento de 50% no off-grid em relação a 2024.

Imagem: NeoSolar
“O crescimento no off-grid foi impulsionado por projetos maiores ligados a programas governamentais e pela queda nos preços dos painéis solares no final do ano passado”, disse à pv magazine Brasil o sócio-fundador da NeoSolar, Raphael Pintão. “No off-grid, a compra é motivada pela necessidade de resolver um problema de acesso à energia, e não apenas pela economia”.
O executivo acrescentou que a recomposição dos preços dos painéis no segundo semestre de 2025 também contribuiu para o aumento do faturamento.
Apesar do crescimento em volume de painéis em 2024 (50%), o faturamento nesse segmento caiu 6% devido à queda de preços dis equipamentos. Em contraste, alguns segmentos dentro do off-grid apresentaram crescimentos ainda mais expressivos em 2025: bombas solares cresceram 80% e baterias, entre 120% e 130%.
O destaque no crescimento das baterias deve-se à substituição das baterias de chumbo por lítio. A NeoSolar, que já possuía clientes no mercado off-grid para baterias de chumbo, se beneficiou da entrada do lítio, que permitiu um posicionamento mais competitivo como distribuidora. Atualmente, cerca de 70% da base de clientes da empresa já utiliza baterias de lítio.
A empresa comercializa baterias sob sua marca própria, Ztron, e também importa de outras marcas internacionais, além de trabalhar com fabricantes nacionais como a UCB Power.
Na geração distribuída, a venda de sistemas com baterias mais que dobrou, mas a base ainda é muito menor que no off-grid. “Acreditamos que a mudança para os próximos três anos na GD será a crescente demanda por baterias acopladas, impulsionada pela queda de preços e pela mudança nas regras que favorecem o uso de armazenamento”, explica Pintão.
A empresa já oferece soluções de retrofit para sistemas GD existentes, utilizando inversores carregadores que atuam como backup ou para acumular energia e o foco está na comercialização de soluções para o segmento residencial e comercial de pequeno porte, não atuando em sistemas maiores como os de regulação de rede.
Os segmentos prioritários para a NeoSolar no off-grid incluem projetos e programas governamentais como o “Luz para Todos”, focados em acesso à energia para comunidades ribeirinhas, além da distribuição de soluções para revendedores e instaladores, principalmente em regiões onde o acesso à energia é limitado, como Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Outros pilares de mercado são soluções off grid para empresas de telecomunicações (para antenas), mineração (sondas, sensores, iluminação, câmeras) e rodovias (câmeras, radares), além do bombeamento de água para pecuária e agricultura de pequeno porte, com o surgimento de soluções de maior porte para culturas como soja e cana.
Para 2026, a empresa aposta em algumas tendências e inovações:
- Convergência tecnológica: inversores off-grid estão ganhando funcionalidades de injeção na rede, e inversores on-grid estão incorporando a capacidade de funcionar sem a rede, resultando em inversores híbridos mais versáteis.
- Sistemas “all-in-one” de off-grid: produtos integrados com placa, bateria e controlador, facilitando a instalação para usuários leigos e aplicações específicas como antenas Starlink ou iluminação local.
- Soluções aplicadas: desenvolvimento de produtos específicos para nichos como barcos (náutica eletrificada), motorhomes, câmeras e internet, aproveitando a leveza e durabilidade das baterias de lítio.
- Aumento da demanda por backup: impulsionada por apagões, a procura por sistemas de energia portáteis (como estações de energia com bateria e entrada solar) tem crescido, embora o maior mercado ainda seja para camping e motorhomes.
De acordo com Pintão, os juros altos impactam as vendas, especialmente na GD, onde o financiamento de longo prazo se torna inviável. “No off-grid, o impacto é menor devido aos ciclos de vendas mais curtos. A inversão de fluxo na GD, embora tenha causado dificuldades iniciais, é vista como um fator positivo a médio prazo, pois impulsiona a discussão e o uso de baterias para resolver questões de impostos e limitar a injeção na rede”, conclui o executivo.
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