Com 60 GW de capacidade instalada, representando 23% da capacidade total do Brasil, o mercado solar se consolida como uma fonte madura na matriz elétrica do país. No entanto, essa expansão fotovoltaica traz consigo a necessidade de estratégias robustas de Operação e Manutenção (O&M) para otimizar a performance de usinas fotovoltaicas e, consequentemente, o retorno do investimento dos ativos solares.
Durante webinar “Inspeções termográficas e gêmeos digitais: elevando O&M de usinas solares“, realizado pela pv magazine em parceria com a Zeitview, com a apresentação do coordenador de contas da empresa no Brasil, Marcelo Mello, destacou que “o mercado perde um volume significativo de receitas devido a anomalias que poderiam ser identificadas e corrigidas com inspeções especializadas. A empresa estima que e R$ 1 bilhão em receitas recuperáveis por ano, ou uma média de R$ 17.000 por MW, possa ser resgatado através da identificação dessas anomalias.
Neste cenário, a tecnologia de inspeções termográficas por drones e gêmeos digitais é uma tendência global ao oferecer um benefício significativo em comparação com os métodos tradicionais, ao proporcionar mapeamento preciso, tomada de decisão baseada em dados e contribuindo para a manutenção preventiva de ativos. A solução da Zeitview utiliza drones equipados com câmeras térmicas para realizar inspeções. Mello explicou que drones já existentes podem ser adaptados, desde que possuam câmera térmica e capacidade de voos automatizados.
Mello elencou as falhas mais frequentemente identificadas no Brasil: problemas de string (conexões MC4), diodos de bypass ativos (muitas vezes relacionados à qualidade dos painéis) e pontos quentes próximos aos pontos de fixação dos módulos. Este último problema tem crescido devido ao aumento do tamanho dos módulos e à fragilidade das proteções, gerando rupturas e perdas de produção.
As soluções sugeridas para sanar as anomalias das usinas fotovoltaicas são:
- Problemas de string (conexão MC4): a recomendação é a reconexão e a troca de conectores, além da verificação do que gerou a desconexão.
- Diodo de bypass ativo: ae não houver quebra ou degradação visual, a solução indicada é acionar a garantia junto ao fabricante, pois é um problema de fabricação.
- Pontos quentes próximos aos pontos de fixação dos módulos: as soluções sugeridas incluem o uso de fixações mais largas ou o contato com o fabricante dos painéis para obter módulos com dimensões mais adequadas ao tracker ou à estrutura metálica instalada. Essa solução demanda pesquisa e investigação.
Usina com sujidade e pontos quentes em Minas Gerais
Um exemplo prático da eficácia da solução da Zeitview foi apresentado em um case de sucesso em Minas Gerais. Uma usina solar com problemas de sujidade, pontos quentes e acidentes utilizou a inspeção termográfica aérea para visualizar os problemas e mapear as prioridades. A coleta de dados via drone levou apenas 40 minutos, e a plataforma permitiu que a equipe priorizasse as ações, resultando na retomada da produção da usina com base em dados.
A Imersol, que atua em EPC, O&M e desenvolvimento de projetos, com um portfólio de 2.3 GW em serviços prestados, tem investido em projetos de pesquisa e desenvolvimento (PID) com inteligência artificial para otimizar projetos de usinas de solo e mitigar problemas como o curtailment (corte de geração). De acordo com Corgozinho, “a parceria com a Zeitview tem sido fundamental para a empresa, por meio do fornecimento de ferramentas de alta qualidade e suporte técnico para as inspeções termográficas em diversos estados do Brasil”, concluiu.
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