Um novo estudo da Aurora Energy Research, provedora global de análises de mercado de energia, concluiu que, se os sistemas BESS representarem 40% da capacidade contratada nos próximos Leilões de Reserva de Capacidade (LRCAP), os pagamentos de capacidade poderão ser reduzidos em 14%, enquanto as emissões cairiam 37%. Assim, a alocação da demanda do LRCAP entre fontes deve considerar tanto seu custo-benefício quanto sua pegada de carbono, segundo a empresa. Essa é uma das 17 recomendações apresentadas no relatório, que tem como objetivo superar gargalos regulatórios para BESS e aprimorar a flexibilidade do sistema elétrico.
O estudo destaca que o LRCAP para BESS de 2026 deve oferecer sinais locacionais mais claros, indicando quais regiões devem ser priorizadas. Atualmente, sinais de investimento – como maiores spreads diários de preços e menores TUST – às vezes entram em conflito, levando investidores a instalar BESS em áreas que não são as mais críticas durante os períodos de pico de demanda.
O relatório também enfatiza a necessidade de revisar as tarifas de rede (TUSD/TUST) aplicados a BESS autônomos, de forma a refletir melhor seus custos e benefícios para o sistema elétrico. Por exemplo, aplicar apenas tarifas de gerador, em vez de ambas (gerador e consumidor), poderia melhorar o business case de BESS no curto prazo, reduzir as receitas fixas solicitadas ao sistema e alinhar-se ao tratamento regulatório mais recente para BESS, como produtores independentes de energia. Como as tarifas de gerador geralmente são menores nas regiões próximas aos centros de demanda, essa abordagem também poderia direcionar o BESS para as áreas com maior necessidade de capacidade firme.
“Nossas recomendações focam em nivelar a competição e otimizar os sinais de investimento. Muitas estão diretamente ligadas ao próximo LRCAP, como especificar quais regiões devem ser priorizadas, para que projetos BESS se concentrem onde a demanda por capacidade firme é maior. Outras envolvem a igualdade competitiva entre BESS e outras fontes, especialmente em relação à carga tributária — que pode ser até 30% maior para componentes de BESS — e às tarifas de rede, revisando o debate contínuo sobre a ‘TUSD dupla’”, disse o analista sênior da Aurora Energy Research, Pedro Luz.
Além das recomendações regulatórias, a Aurora também projetou o impacto potencial do BESS no mercado de energia brasileiro, revelando efeitos significativos sobre a volatilidade de preços e a dinâmica do sistema. A análise estima uma redução de cerca de R$40/MWh no spread médio diário de 4 horas após a década de 2040, indicando um ambiente de preços mais estável para os agentes de mercado. Ao mesmo tempo, os preços capturados por fontes solares devem aumentar mais de R$20/MWh, melhorando a rentabilidade da geração solar. O curtailment solar também pode diminuir 46% até 2040 nesse cenário.
“Com recordes de geração renovável e crescente congestionamento da rede, o curtailment tornou-se um desafio operacional diário. Nesse contexto, o BESS se destaca como a solução de curto prazo mais viável para reduzir o curtailment, estabilizar os preços e oferecer a flexibilidade crítica de que o sistema precisa”, disse o líder de Mercado no Brasil da Aurora Energy Research, Rodrigo Borges.
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