Senai Park leva projetos com hidrogênio verde e bateria de lítio para Pernambuco

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O parque de inovação e tecnologia Senai Park, que inaugurado nesta segunda-feira (20/10), na cidade de Ipojuca, região metropolitana do Recife, disponibiliza para indústrias plantas-piloto que podem ser usadas para simular procedimentos, realizar testes e medir desempenho de produtos e técnicas.

O centro nasce com dois projetos de desenvolvimento já contratados por mais de dez empresas, que somam R$ 100 milhões, um para testar a produção de hidrogênio verde e o outro para produção de baterias de lítio.

O diretor de Inovação e Tecnologia do Senai-PE, Oziel Alves, explica que o centro de inovação trabalhará com hidrogênio verde tanto na produção de combustível para mobilidade de veículos, quanto para desenvolver formas de armazenar o elemento em células combustíveis. O hidrogênio é considerado um vetor energético e pode ser transformado em energia elétrica.

Segundo o diretor, o eletrolisador tem capacidade de produzir 30 quilos de hidrogênio por dia, quantidade suficiente para abastecer quatro veículos fazendo percurso de ida e volta entre o Porto do Suape e Recife (cerca de 50 quilômetros).

O desenvolvimento tem participação das empresas Neuman & Esser, Siemens, White Martins, Hytron, Compesa e CTG Brasil.

Oziel Alves ressalta que, além de ser um passo rumo à transição energética, o desenvolvimento de energia limpa como o hidrogênio verde – que também tem a função de ser matéria-prima para determinados ramos industriais – pode fazer bem às finanças no negócio.

Ele lembra que alguns mercados, como a União Europeia, cobram valores adicionais de empresas que emitem quantidade significativa de poluentes durante o processo operacional.

“Produtos intensivos de energia, como cimento, ácido e produtos específicos que entram no mercado europeu precisam ter certificação [de energia limpa]”.

Armazenamento

O outro projeto contratado é a produção de baterias de lítio de baixa tensão, componente utilizado na crescente frota de carros elétricos pelo mundo. O projeto é executado pelo Grupo Moura, que já fabrica para carros convencionais.

Atualmente, o Brasil depende de baterias fabricadas na China, que domina a tecnologia e, consequentemente, o mercado essencial para os carros elétricos. O lítio é um dos minerais estratégicos para tecnologias de transição energética.

O investimento inicial é de R$ 20 milhões e a linha de produção será robotizada. A instalação deve ficar pronta no primeiro trimestre de 2026. A capacidade de produção será de mil baterias de 12v (volts) e 48v por mês.

A linha de pesquisa conta com recursos do Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, voltado para descarbonização da indústria automotiva.

O projeto é pioneiro e se dedica a produzir as baterias, mas ainda com células de lítio que vêm da China. O Brasil ainda explora pouco o mineral estratégico em território nacional. Outras unidades do Senai, como a do Paraná, fazem estudos direcionados à mineração desse elemento.

Com informações da Agência Brasil

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