A participação da GoodWe na Intersolar South America 2025 foi marcada por estande cheio e pelo interesse de um público mais qualificado em busca de soluções de armazenamento, BIPV e segurança regulatória. Para a empresa, o evento representou não apenas uma vitrine, mas também um termômetro das principais tendências do setor no Brasil.
“A todo momento o pessoal passava pelo estande e ele estava sempre cheio, às vezes até ocupando o espaço da rua e de concorrentes próximos. A presença foi muito legal e realmente superou as expectativas”, destacou o vice-presidente da GoodWe para a América do Sul, Fábio Mendes.
Em entrevista à pv magazine Brasil, o executivo relatou que houve uma mudança perceptível no perfil dos visitantes: se em edições anteriores muitos estudantes dominavam o público, desta vez o número de profissionais já inseridos no mercado foi maior. “Isso contribuiu bastante: tivemos mais gente qualificada e em busca de novas tecnologias. A diferença em relação ao ano passado é que o público veio mais preparado para o debate”, explicou Mendes.

Imagem: Goodwe
Entre os destaques da feira, o armazenamento ganhou protagonismo. Se o público já demonstrava maior familiaridade com o tema, ainda havia surpresas quando o assunto era Rapid Shutdown (RSD), que é o desligamento rápido.
“Muitos não sabiam que já existem equipamentos como o nosso, com RSD nativo integrado ao inversor, que em alguns estados isso já é lei ou que os bombeiros estão exigindo. Muitos nem sabiam exatamente o que era RSD e para que servia”, relatou Mendes.
No Brasil, a expectativa da GoodWe é que o agronegócio seja um dos grandes drivers do armazenamento, devido à instabilidade da rede elétrica em regiões estratégicas. Após a Intersolar, executivos da matriz chinesa visitaram fazendas no Mato Grosso e constataram de perto os prejuízos causados por surtos e quedas de energia.
“Nosso inversor, por exemplo, identifica quando a rede sai do range mínimo e máximo de tensão, desconecta-se automaticamente e entra com a bateria, evitando queimar equipamentos e parar a produção”, afirmou Mendes.
Além do agro, hospitais e indústrias também aparecem como potenciais imediatos para aplicação da tecnologia. No médio prazo, a expectativa é que o Brasil avance para projetos utility scale, nos moldes do Chile.
BIPV: soluções para além do módulo convencional
Outro ponto de forte interesse na feira foi a linha de Building-Integrated Photovoltaics (BIPV), ou Sistemas Fotovoltaicos Integrados às Edificações, composta por sete famílias de produtos. O público se surpreendeu com o módulo Galaxy ultrafino, de apenas 3,5 mm de espessura e um terço do peso de soluções tradicionais.
“Muitos comentavam: ‘Poxa, não sabia que não precisava furar, que era colado’. É uma tecnologia que mostramos há dois anos, mas a assimilação leva tempo. Quem viu lá atrás voltou mais preparado agora”, relatou Mendes.
As soluções incluem varandas solares, coberturas e a linha balcony, que já vem com microinversor integrado e pode incluir bateria. Na Europa e na Austrália, esses kits são vendidos até em home centers. A expectativa da GoodWe é lançar no Brasil versões “plug & play”, para que o cliente compre, pendure na sacada e conecte diretamente na tomada.
“Nosso discurso sempre foi: onde o módulo convencional não atende, entram as soluções de BIPV, seja por peso, estanqueidade ou estética”, reforçou o executivo.
“Kit Apagão”: aposta para o mercado residencial
No segmento residencial, a GoodWe aposta no chamado “Kit Apagão”, que combina inversor e bateria sem necessidade de módulo fotovoltaico. A solução é voltada para apartamentos e residências que desejam garantir autonomia em situações de falta de energia, aproveitando tarifas mais baratas durante o dia para uso à noite.
“Esse sistema tende a ser encarado como um eletrodoméstico essencial, assim como aquecedores a gás”, afirmou Mendes.
Estratégia de diversificação
Enquanto fabricantes de módulos sofrem com margens comprimidas, de US$ 0,25 para US$ 0,06–0,07 por watt em três anos, os fabricantes de inversores também enfrentam queda de preços, embora menos acentuada. A estratégia da GoodWe tem sido diversificar o portfólio, explorando nichos de maior valor agregado, como armazenamento e BIPV.
O resultado já aparece nos números: em 2025, a empresa projeta crescimento de seis a oito vezes em vendas de armazenamento residencial em relação ao ano anterior e quatro vezes em soluções C&I (Comércio e Indústria), com projetos em hospitais e no agronegócio.
Nova unidade de negócios: GoodWe Heat
O próximo passo da GoodWe no Brasil será a expansão para soluções de climatização. Em 2026, a empresa lançará no país a unidade GoodWe Heat, dedicada a bombas de calor ar-água.
“É um mercado com pouquíssimos concorrentes e grande potencial de crescimento. Já atuamos com essa linha na Europa e Austrália, e vamos trazer para o Brasil em breve”, revelou Mendes.
Perspectivas para os próximos anos
A GoodWe segue com presença tímida em geração centralizada (GC), devido à falta de clareza regulatória sobre leilões de reserva e armazenamento. O foco imediato, segundo Mendes, continuará em residencial, C&I e BIPV, segmentos que devem impulsionar a expansão nos próximos anos.
“O BIPV tende a ganhar tração entre 2026 e 2027. O perfil do cliente varia: há quem busque inovação, leveza e estanqueidade, e outros que precisam de alternativas quando o módulo convencional não atende. Para todos esses, o BIPV se mostra como uma excelente opção”, conclui o executivo.
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