RoMiotto aposta em novos sensores de medição para plantas fotovoltaicas na Intersolar 2025

Share

O avanço da energia solar no Brasil tem ampliado a demanda por instrumentação de alta precisão, usada tanto na fase de prospecção quanto no monitoramento de operação das usinas. Sem sensores específicos para radiação, vento, temperatura ou acúmulo de sujeira nos módulos, é praticamente impossível determinar se a geração está dentro do esperado ou se há fatores externos comprometendo o desempenho.

Esse nicho vem sendo explorado por empresas especializadas como a RoMiotto Instrumentos de Medição, que há duas décadas fornece soluções para monitoramento ambiental em diferentes setores e hoje tem na energia solar seu principal campo de atuação. A companhia, que já atende desde pequenos projetos distribuídos até grandes usinas centralizadas, participou da Intersolar 2025, em São Paulo, apresentando novas tecnologias desenvolvidas em parceria com a japonesa EKO Instruments e com a Sensorii, braço de engenharia meteorológica do grupo.

A RoMiotto começou atuando em termometria e, ao longo dos anos, expandiu seu portfólio com a representação de fabricantes internacionais de sensores meteorológicos. Hoje, seu escopo cobre desde estações para aeroportos e rodovias até soluções específicas para o setor solar, como os piranômetros usados na medição de radiação e no cálculo de performance ratio (PR) das usinas.

O gerente de Vendas da RoMiotto, Levi Funi.

Imagem: RoMiotto

De acordo com o gerente de vendas da empresa, Levi Funi, a procura por estações solarimétricas cresceu enquanto EPCistas e investidores passaram a adotar métricas mais robustas para avaliar projetos. “Sem sensores confiáveis, não há como explicar perdas ou justificar baixos índices de geração”, afirma.

Segundo Funi, o grande diferencial está em oferecer soluções completas. “Não vendemos apenas um item, mas sistemas prontos e customizados. É como se comprássemos pneus da Alemanha e vidros do Japão, montando o carro final para o cliente. Entregamos projetos turn key, já configurados, sem que o cliente precise se preocupar com protocolos de comunicação, programação ou normas técnicas”, explica.

Esse modelo levou a RoMiotto a se tornar fornecedora de algumas das maiores usinas solares do Brasil, como as UFVs Janaúba, Uirapuru, Jaíba e Lavras, entre outras, além de atender hospitais, estádios, telhados e projetos de pesquisa. Muitos EPCistas já padronizaram as estações solarimétricas da empresa em seus empreendimentos.

Entre os destaques levados à feira está o MS-95S, sensor da EKO Instruments para medição de radiação difusa. Compacto e leve, o modelo traz interface inteligente de quatro canais e sensores internos de diagnóstico que permitem monitoramento remoto da temperatura interna e da inclinação do equipamento, recursos que ajudam a reduzir custos de operação e manutenção em sistemas fotovoltaicos.

Outro lançamento é o detector de raios, projetado para identificar alterações no campo eletromagnético e emitir alerta com até 20 minutos de antecedência. A tecnologia tem aplicações que vão além do setor solar, podendo ser usada em aeroportos, mineradoras e até eventos esportivos para prevenir acidentes e proteger equipamentos.

Especialistas destacam que a consolidação da energia solar no Brasil exige não apenas módulos eficientes e inversores robustos, mas também dados ambientais confiáveis. Equipamentos de medição permitem identificar causas de perdas, como sujeira nos painéis ou aquecimento excessivo, e apontar o momento ideal para ações de manutenção.

Para Luiz Krueger, gerente técnico da Sensorii, a integração de sensores meteorológicos com sistemas de supervisão das usinas é um diferencial competitivo. “O papel da engenharia meteorológica é garantir que os dados coletados em campo possam realmente orientar decisões de operação e de investimento”, diz.

Um ponto recorrente para fabricantes estrangeiros é a necessidade de adaptar equipamentos às condições brasileiras, marcadas por altas temperaturas, umidade e maresia. A RoMiotto afirma trabalhar em conjunto com seus parceiros internacionais para realizar ajustes e garantir a durabilidade dos sensores em campo.

O movimento reflete uma tendência mais ampla: à medida que a matriz elétrica brasileira incorpora volumes crescentes de geração fotovoltaica, cresce também a necessidade de padronização e qualidade nos sistemas de monitoramento. Sensores antes restritos a pesquisas acadêmicas e grandes projetos começam a ser incorporados em usinas médias e até em telhados corporativos, elevando o nível de confiabilidade do setor.

Além da RoMiotto, o grupo é composto por outras empresas estratégicas. A Aupame é especializada em equipamentos portáteis, enquanto a Sensorii atua com serviços meteorológicos, oferecendo diferenciais como o acesso a dados de estações de aeroportos, considerados os mais precisos atualmente.

Este conteúdo é protegido por direitos autorais e não pode ser reutilizado. Se você deseja cooperar conosco e gostaria de reutilizar parte de nosso conteúdo, por favor entre em contato com: editors@pv-magazine.com.

Conteúdo popular

Como dimensionar sistemas fotovoltaicos com baterias
03 setembro 2025 Especialistas da Fonte Solar, Huawei e Greener trocam dicas, insights e estudos de caso sobre o dimensionamento adequado do armazenamento de energia i...